Angustiado, presidente revela porque despachou Mano e Mattos
O dirigente sabe que o clube ficou longe da verdadeira meta: conquistar a Libertadores e ir para o Mundial. Derrota para o Flamengo foi a gota d'água
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Um homem angustiado.
Ao substituir Paulo Nobre na presidência do Palmeiras, Mauricio Galiotte tinha a certeza de que sabia como levar o clube à conquista do sonhado Mundial.
Primeiro, lógico, teria de vencer a Libertadores.
E havia decidido, junto com Alexandre Mattos, o caminho a ser seguido.
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Aproveitariam o dinheiro da arena, da transmissão da televisão, da Crefisa, da Adidas, depois da Puma, do plano de sócio-torcedores para montar um grande elenco. Dois times, com reservas à altura dos titulares.
E com possibilidade de revenda.
O treinador seria tratado como um funcionário do clube, não teria plenos poderes.
Alexandre Mattos e Galiotte seriam fundamentais nas decisões mais importantes.
O método foi usado com Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim, Roger Machado, Felipão e, agora, com Mano Menezes.
O sucesso do Flamengo, que apostou em medalhões, e não em jogadores com talento promissor, capaz de possíveis vendas, não só venceu a Libertadores, como se tornou o grande rival palmeirense.
E, mesmo com uma boa campanha no Brasileiro, a decisão de Galiotte de demitir Alexandre Mattos e Mano Menezes.
Para manter seu poder, travar a pressão de sua própria diretoria pela demissão dos dois.
Galiotte era o retrato da angústia ao encarar o fracasso.
E prometeu uma revolução.
"É uma frustração grande para todos nós palmeirenses. Não é esse o futebol que a gente tem como objetivo, que a gente quer. Uma falta de atitude, de entrega dos nossos atletas, falta de postura. Esse não é o Palmeiras que a gente espera, que a gente planeja, não é o Palmeiras cresceu nos últimos anos, não é este Palmeiras que estava em campo.
"Vamos ter outras mudanças.
"Jogador para jogar no Palmeiras precisa ter qualidade, espírito de luta, respeito a camisa e coragem. Essa mudança vai ocorrer em relação também ao plantel. Vamos começar uma nova etapa.
"Toda nova etapa ela demanda um período de adaptação, um período de preparação. Mas diante das expectativas que a gente tem, e todas as possibilidades que o Palmeiras tem de conquistas, a gente avaliou e entendeu que no momento a gente precisa fazer as mudanças necessárias", desabafou.
Galiotte preferiu não atacar seu parceiro de cinco anos, desde quando era vice, Alexandre Mattos. Mas sabe que ele não cumpriu sua missão. Nem na busca da Libertadores e também não na contratação do treinador moderno, competitivo, com grande poder psicológico, um líder de elenco.
"A gente busca um modelo de jogo que seja competitivo. Esse é o perfil que o Palmeiras busca no mercado. Em relação a nomes não vou citar. Temos grandes jogadores no elenco. Não podemos esquecer que há tres ou quatro meses o Palmeiras era considerado o melhor elenco do Brasil. É uma mudança de rota", tentava disfarçar.
O nome de Jorge Sampaoli é o mais forte nesta nova revolução.
O clube tem como pagar, de maneira tranquila, sua multa de R$ 10 milhões no Santos. E oferecer dois anos de contrato ao argentino.
É isso que todos os dirigentes mais próximos de Galiotte, sem exceção, desejam.
Se, por acaso, Sampaoli não for possível, conselheiros mais antigos pensam até no velho Vanderlei Luxemburgo.
"Para dar uma sacudida", me diz um importante conselheiro, aliado de Galiottte.
Mas a prioridade é toda do argentino.
Até porque o Palmeiras não precisa apenas de 'sacudida'.
Precisa de modernidade.
Dentro e fora de campo.
Mattos teve cinco anos para conseguir o real objetivo palmeirense.
E só acumulou fracassos.
Galiotte tinha de trocá-lo.
Assim como Mano Menezes.
O treinador precisa se reinventar.
Está dominado pela insegurança.
O angustiado Galiotte só tem uma certeza.
2020 será muito diferente de 2019.
Ano que o milionário elenco não ganhou sequer um título.
Foram muitas frustrações com Mattos...
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