Andrés revela enorme prejuízo no Itaquerão. Por acordo verbal
Dirigente alega acordo que não está no contrato entre o Corinthians e a Caixa. Com a queda do PT, novo governo quer o dinheiro. Clube terá de pagar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
A maior prova que Andrés Sanchez apostava que o PT seguiria no poder, e sendo o grande aliado para o Corinthians ter o Itaquerão, uma arena moderna, foi dada no final de noite desta segunda-feira.
Ele confirmou ter feito um acordo verbal com a antiga presidência da Caixa Econômica Federal, banco estatal que aceitou emprestar R$ 400 milhões para a construção do estádio.
Ainda quando o banco estatal era comandado por presidente indicado pelo ex-presidente Lula.
O presidente do Corinthians afirmou ontem, em reunião exigida pelos conselheiros, que fez algo inacreditável na administração moderna de um clube.
Que fez acordo verbal com a antiga diretoria da Caixa Econômica Federal. Envolvendo dezenas de milhões do Corinthians.
Andrés diz que combinou que o clube pagaria R$ 6 milhões de março a outubro, e R$ 2,5 milhões de novembro a fevereiro, meses que o clube fatura menos, com menos torcedores no estádio.
Mas não há nada no contrato entre o Corinthians e a Caixa.
O que a maioria dos conselheiros classificou, com razão, como absurdo.
Houve a mudança de governo.
E nova diretoria da Caixa.
O presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, avisou que não reconhece acordos verbais.
Quer o dinheiro que está no acordo.
Ou seja, não reconhece apenas R$ 470 milhões de dívidas do Corinthians. Ela quer que sejam pagos R$ 536 milhões.
São R$ 66 milhões de diferença.
Por conta do tal acordo.
Há seis parcelas atrasadas, já indo para a sétima.
O clube só pagou as de janeiro e fevereiro.
Para piorar a situação, Andrés disse que não o clube não deve apenas para a o banco estatal.
Se desmentiu em relação ao que disse 18 dias atrás.
Que o Corinthians não deve nada à Odebrecht.
Deve.
Só não quis detalhar quanto.
Se estima centenas de milhões de dólares.
Houve enorme decepçao no Corinthians.
Conselheiros questionando como um presidente que modernizou o clube pôde fazer um acordo verbal com o governo do PT. E ficar sem ter como cobrar o combinado com o PT fora do poder.
A situação está complicada para Andrés.
Além de fazer acordos verbais, ele jamais imaginou que o Conselho Deliberativo iria exigir que ele explicasse, abrisse a Caixa de Pandora que viraram as contas do Itaquerão.
Seu prestígio como presidente está se deteriorando.
Conselheiros da oposição falam em impeachment.
E não há nem uma grande campanha do time para tirar o foco do estádio.
Muito pelo contrário...