Logo R7.com
RecordPlus
Cosme Rímoli - Blogs

Ancelotti assume para Neymar. Não o chamou pelo critério técnico. Ou seja, não estava jogando para ser convocado. E treinador montou ataque avassalador contra o Chile, amanhã, no Maracanã

Na coletiva de hoje, treinador não refugou. Assumiu que não vê Neymar em condições de jogar na seleção. Falou sem medo. Ele nunca foi refém de estrelas, como Felipão, Dunga, Tite, Fernando Diniz e Dorival Júnior foram do camisa 10 do Santos

Cosme Rímoli|Cosme RímoliOpens in new window

Calmo. Mas muito firme. Carlo Ancelotti não se dobrou à pressão por Neymar. Ele já lidou com inúmeras estrelas. E nunca recuou, quando teve de tirá-las do time titular Rafael Ribeiro/CBF

Carlo Ancelotti assumiu duas situações importantíssimas na coletiva, antes da partida contra o Chile, amanhã, no Maracanã.

A primeira é que não ficará com meias-verdades, com medo de dizer claramente que Neymar não tem condições de formar no que pensa como Seleção Brasileira ideal. Pelo menos por agora.

Na coletiva que explicou sua convocação para os confrontos com Chile e Bolívia, disse que o jogador não foi chamado por não estar bem fisicamente. Neymar rebateu e falou que o critério foi técnico.

Muitos jornalistas esperavam que o treinador italiano fosse recuar hoje. Jamais falar que Neymar não tinha condição técnica.


Mas não foi assim.

Ancelotti assumiu.


“Creio que é a verdade. É uma decisão técnica que se baseia sobre muitas coisas: o que o jogador está fazendo, o que já fez e o problema que tem tido.

“Quando falo do critério físico, é um critério que toda comissão considera muito importante. Disse em outra coletiva que ninguém pode discutir Neymar a nível técnico. O que olhando e avaliando a cada dia é sua condição física, mas não só dele, de todos que estão aqui.


“A verdade é que essa seleção tem muita concorrência. A equipe do Brasil tem 70 jogadores que podem estar na Copa do Mundo.”

Ou seja, se Neymar não melhorar além da forma física, a sua técnica, não será chamado. Porque opções não faltam.

É a primeira vez em 15 anos de dependência da seleção Brasileira do jogador que um treinador assume: o Brasil pode, e deve seguir sem Neymar, se ele não estiver bem. Ao contrário do que pensaram Felipão, Dunga, Tite, Felipe Diniz e Dorival Júnior.

Uma prova está no ataque poderosíssimo que montou para enfrentar os fracos chilenos, lanternas das Eliminatórias. Estêvão, Raphinha, João Pedro e Gabriel Martinelli.

Jogadores no auge de seu potencial físico e técnico. E principalmente atuam para o time, não são egoístas exibicionistas.

“Saímos do jogo contra o Paraguai muito contentes, satisfeitos, penso que o time jogou muito bem, teve boa atitude, ofensiva, defensiva, intensidade. É o que queremos fazer no jogo de amanhã, jogar intenso, ser forte defensivamente, fazer uma boa pressão ofensiva, jogar rápido com bola. Acho que se pode repetir o jogo contra o Paraguai para que a torcida possa estar contente com nosso jogo.”

Estêvão e João Pedro. Cada vez mais entrosados. Está claro que Ancelotti montou o Brasil para golear o Chile. Quer apoteótica sua estreia no Maracanã Rafael Ribeiro/CBF

É exatamente isso que Ancelotti sabe que a cúpula da CBF quer. Reconquistar a torcida e a imprensa brasileira. Descrentes da seleção por conta dos 23 anos sem conquista do Mundial.

Isso na superfície.

Mais profundamente, o italiano quer se livrar da dependência gigantesca de Neymar. Além também de não ficar preso a Vinicius Júnior, que não foi chamado por estar suspenso diante do Chile. Não o queria apenas contra a Bolívia.

“Sou escravo. Mas do jogo coletivo”, escreveu Ancelotti no seu livro Liderança Tranquila.

Seria muito útil que Neymar lesse esse livro, enquanto não há jogos na Data Fifa.

Entenderia o que está acontecendo na seleção Brasileira...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

Últimas


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.