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Cosme Rímoli - Blogs

Pato e São Paulo. Nasceram um para o outro. O midiático e inseguro ídolo encontrou a torcida que o ama. Farra contra o Santos

Pato marcou o seu primeiro gol na terceira passagem pelo São Paulo. A celebração foi histórica. A goleada por 4 a 1 sobre o Santos foi o que menos importou. Valeu o momento de conjunção entre Pato e torcedores no Morumbi

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

A alegria de Pato. A relação de amor com a torcida do São Paulo é mútua. Comemoração inesquecível
A alegria de Pato. A relação de amor com a torcida do São Paulo é mútua. Comemoração inesquecível

São Paulo, Brasil

É um caso de sedução mútua.

Sem explicação lógica, como todo amor.

A torcida do São Paulo ama Alexandre Pato, jogador que viveu sua última grande fase em 2010, no Milan.


Ou seja, há 13 anos.

Alexandre Pato ama a torcida do São Paulo, mesmo o clube oferecendo pouco mais da metade que ganharia no Internacional. 


Essa paixão veio à tona hoje, no Morumbi, no massacre contra o Santos, na goleada por 4 a 1, diante do histórico rival. O atacante, de 33 anos, roubou a cena.

A sedução começou quando seu nome foi anunciado entre os reservas. A vibração dos 58 mil torcedores foi maior que com qualquer titular.


O clássico já estava dominado pelo time de Dorival Junior. Vencia com extrema facilidade o limitado Santos, de Paulo Turra. Calleri havia marcado dois gols e o eficiente David tinha feito o seu 3 a 0, no placar do Morumbi.

A cabeça da mascote voou, diante dos abraços dos companheiros, empolgados. Pato está onde deveria
A cabeça da mascote voou, diante dos abraços dos companheiros, empolgados. Pato está onde deveria

Eram 34 minutos do segundo tempo, quando Alexandre Pato entrou no lugar de Juan. 

Mais dos torcedores, como se fossem prever o que aconteceria.

Bastaram oito minutos em campo e Pato tabelou com David e tocou, com calma, a bola no meio das pernas do desesperado João Paulo. 4 a 0.

O São Paulo parecia que havia conquistado um título. Literalmente as cabines de transmissão dos jogos tremeram, pela vibração dos torcedores.

Alexandre Pato queria recompensar tanto apoio e apelou para uma cena que havia imaginado no fim da sua segunda passagem pelo clube.

Na terceira vez, faria.

E fez.

Ceni não queria sua contratação. Por medo de que sabotasse o ambiente, se fosse reserva. E acabou demitido
Ceni não queria sua contratação. Por medo de que sabotasse o ambiente, se fosse reserva. E acabou demitido

Assim que a bola tocou a rede do Santos, ele procurou onde estava a mascote do São Paulo. Correu até ela, tomou sua cabeça enorme, de feltro. Ele a colocou e foi dançar diante dos torcedores.

Depois, quando a devolveu, saiu correndo em direção ao distintivo do São Paulo, que fica ao lado do gramado. Abaixou-se e o beijou. 

Foi a apoteose nesse jogo de sedução.

Qualquer são-paulino ficaria orgulhoso de uma sequência de gestos apaixonados.

Pato ainda tentou orientar o goleiro Rafael, na cobrança de pênalti de Marcos Leonardo. Chacoalhou muito os braços, chamou a atenção do arqueiro, apontando o lado esquerdo. 

Rafael o obedeceu e saltou, convicto, para a esquerda.

Mas faltou combinar com o atacante santista, que cobrou no canto direito, enganando os dois. No final do clássico, 4 a 1, São Paulo. 

No final da partida, parecia que Alexandre Pato havia vencido um jogo de tênis. Os aplausos, em pé, foram todos para ele.

A torcida são-paulina precisava de um atleta midiático empenhado, comprometido com o time.

O trauma pela péssima passagem de Daniel Alves não foi esquecido.

O agradecimento do atleta de 33 anos foi emocionado.

"Foi uma corrida muito longa. Isso é um pedacinho do começo. Agradecer ao carinho da torcida e às palavras do Calleri, é um ídolo do clube. Espero que seja o começo de muitas coisas boas. Agradecer ao apoio da minha família também.

"Desde a saída falei que faria um gol e colocaria a cabeça do mascote. A torcida é incrível, faz com que eu possa me motivar cada vez mais e dar o meu melhor. São 60 mil pessoas no Morumbi, dentro de campo é incrível."

O contrato de Alexandre Pato vai até o fim do ano.

Se até dezembro ele conseguir atingir um número mínimo de jogos, o contrato será renovado automaticamente até o fim de 2024.

Foi um acordo de risco.

Pato recebe pouco, em relação ao que estava acostumado: R$ 300 mil mensais.

Se conseguir a renovação, passará a ganhar R$ 700 mil.

A chegada do jogador foi uma aposta do presidente Julio Casares.

Rogério Ceni não o queria.

Pato não aceitou a reserva na sua segunda passagem pelo Morumbi e criou um grave problema no clube.

Ceni temia que acontecesse a mesma coisa.

Esse foi um fator importante que determinou sua demissão.

Ceni estava desafiando Casares.

Mas Pato voltou diferente.

Pato tem contrato de risco com o São Paulo. Até dezembro. Se conseguir ser importante para o time, renovará
Pato tem contrato de risco com o São Paulo. Até dezembro. Se conseguir ser importante para o time, renovará

Muito mais consciente, conselheiro dos jovens jogadores.

Treinando forte, sem reclamar, como fazia antigamente.

Está integrado realmente com a equipe.

A resposta está no carinho dos atletas e de Dorival com ele.

Esse Alexandre Pato interessa ao São Paulo.

E o São Paulo que redescobriu a confiança interessa a Pato.

A demonstração de hoje é de comprometimento dos dois lados.

Tudo mostra que chegou o ídolo midiático com que a torcida sonhava.

E Pato encontrou seu clube ideal para a parte final da carreira...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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