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Cosme Rímoli - Blogs

Aguirre, outra vez, sabota o São Paulo. Deu o empate ao Flamengo

Mesmo jogando no Morumbi e dominando a partida, o treinador resolveu colocar seu time na defesa. Ressuscitou o Flamengo. 2 a 2

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Aguirre errou novamente. Substituição sabotou o São Paulo contra o Flamengo
Aguirre errou novamente. Substituição sabotou o São Paulo contra o Flamengo

São Paulo, Brasil

Diego Aguirre outra vez conseguiu complicar o São Paulo. O treinador uruguaio, que já vem sendo criticado por vários conselheiros importantes no clube, ressuscitou o Flamengo na partida fundamental no Morumbi.

Seu time vencia por 2 a 1, graças a um golaço do garoto Helinho, de 18 anos, que fazia sua estreia no profissiona.

O São Paulo se impunha, enchia de esperança seus torcedores.


Mas o técnico resolveu segurar o resultado, se defender. De maneira precoce, inexplicável. E tirou o atacante Carneiro, que fazia ótimo jogo, e colocou o lateral Edmar.

Seu time passou a ter dois laterais esquerdos em campo. Reinaldo foi deslocado para o meio de campo.


A troca aconteceu aos 23 minutos do segundo tempo!

Faltavam 22 minutos para a partida acabar, fora os quatro minutos de acréscimo.


Aguirre trouxe o time carioca para a área do São Paulo. 

Além de desprezar, novamente, seu jogador mais técnico, com melhor visão de jogo: Nenê. Ele poderia ser muito útil segurando a bola, diminuindo o ritmo intenso da partida, já que o time paulista vencia. 

O jogador deixou o Morumbi irritado pór não ter entrado em campo. O clima ruim entre o meia e o treinador é público. No Morumbi, em 2019, não haverá lugar para um dos dois. Eles não seguirão trabalhando juntos.

Resultado, o Flamengo não só empatou, como teve inúmeras chances para conseguir vencer. A equipe de Dorival Júnior perdeu gols incríveis com Vitinho, Paquetá e Uribe.

Não por acaso, a torcida são paulina saiu vaiando, xingando Aguirre.

O 2 a 2 travou o time na tabela. Está agora a nove pontos do líder Palmeiras e ainda está com a sonhada vaga direta na Libertadores cada vez mais ameaçada. Vencer hoje seria fundamental.

Aliás, o resultado foi excepcional para o clube de Felipão. Seu time abriu seis pontos de vantagem para o Flamengo, no início da rodada eram quatro pontos. 

O São Paulo está cada vez mais decepcionante.

E Aguirre acumulando erros.

Aguirre sabotou também toda alegria pelo gol do menino estreante Helinho
Aguirre sabotou também toda alegria pelo gol do menino estreante Helinho

Ele pode até renovar seu contrato, mas perdeu a unanimidade no clube por repetir a postura que custou seu emprego no Internacional e no Atlético Mineiro.

Perto das fases decisivas dos campeonatos, o técnico começa a buscar esquemas diferentes, com pouquíssimo tempo de treinamento. E errar feio nas substituições.

Foi esse comportamento que matou o sonho da conquista do Brasileiro, depois de liderar a competição no primeiro turno.

O desejo destes conselheiros que estão decepcionados com Aguirre é a volta de Rogério Ceni, que faz um trabalho brilhante no Fortaleza. Recolocou o time nordestino na Série A do Brasileiro, depois de 13 anos. Só que com o inseguro presidente Leco, Rogério Ceni não volta a trabalhar. Ainda não o perdoou pela sumária demissão no ano passado.

A campanha excelente no primeiro turno, com 41 pontos com 12 vitórias, cinco empates e só duas derrotas, foi implodida pelo fracasso no turno decisivo. Em 13 partidas disputadas até agora foram apenas três vitórias, sete empates e e três derrotas. O time já foi ultrapassado pelo Palmeiras, Flamengo, Internacional e está seriamente ameaçado pelo Grêmio.

A decadência nos pontos e no futebol mostrado é evidente.

Aguirre começou a partida mostrando sua atração por inovações pouco treinadas. Colocou o São Paulo no 3-6-1, com três zagueiros fixos e apostava com as intermediárias sobrecarregadas, com apenas Carneiro avançado, como referência. Sua intenção era travar o toque de bola do Flamengo.

O problema é que os jogadores do São Paulo não estão acostumados a atuar nesta formação. E o time se mostrava inseguro, tenso. Com o lento Jucilei, além de estragar a saída de bola, não sabia onde se posicionar. Sobrecarregando Luan e Liziero. 

Dorival Júnior precisava desesperadamente da vitória. Para seguir colado no Palmeiras, os três pontos seriam obrigação para a equipe carioca, com seu elenco caríssimo. E apostou no 4-3-3, queria vencer.

Mas o time carioca não estava compactado.

Deixava espaço entre a defesa e o meio de campo, que o São Paulo, empurrado pela torcida, parecia que iria aproveitar. Foi assim que o time abriu o placar. O uruguaio Gonzalo Carneiro invadiu pela direita e cruzou, a bola tocou em Liziero e sobrou livre para Diego Souza estufar, com raiva, as redes flamenguistas. Aos sete minutos do primeiro tempo.

Só que a alegria durou pouco.

Renê desceu livre pela esquerda e cruzou na cabeça de Uribe. Mesmo o São Paulo com três zagueiros permitiu que o colombiano marcasse com liberdade o empate, aos oito minutos. Ou seja, sessenta segundos após o gol paulista.

O jogo seguiu interessante, com o Flamengo com maior posse de bola, tocando com inteligência, atrás da linha de seis montada por Aguirre. Para tensão dos três zagueiros que se viam expostos.

Paquetá teve todo o espaço para jogar. A marcação do São Paulo foi péssima
Paquetá teve todo o espaço para jogar. A marcação do São Paulo foi péssima

O São Paulo respondia com velocidade, objetividade nos contragolpes, tática que o técnico uruguaio adora.

A maior chance de gol foi de Uribe, que pegou rebote de Sidão, e com o gol livre, em vez de tocar com calma, deu um chute forte, precipitado, por cima do gol, aos 38 minutos.

Estava claro que Aguirre precisava corrigir o grave erro que cometeu ao escalar três zagueiros.

E tirou Anderson Martins no intervalo e colocou Helinho, garoto de 18 anos.

Com cinco minutos em campo, Helinho, canhoto, desceu pela intermediária, cortou Renê e Cuéllar e bateu fortíssimo, no ângulo de César. Golaço. Os torcedores são paulinos ficaram empolgados com mais um garoto da base mostrando talento. E com a ousadia do seu treinador.

Dorival Júnior respondeu aos 14 minutos, colocando Diego e Geuvânio no lugar de Everton Ribeiro, que fez uma péssima partida, e Cuéllar, que cansou de errar passes, como um juvenil. E o Flamengo melhorou, ganhou o meio de campo.

Foi aí, que aos 22 minutos, Aguirre colocou tudo a perder.

Trocou o atacante Carneiro, que fazia ótimo jogo, e colocou o lateral Edmar. Aguirre garantiu que o uruguaio estava cansado. Mas o bom senso mandava colocar Nenê. Mas o técnico fez a opção errada.

Só facilitou o trabalho do Flamengo.

O Flamengo lamenta o empate. O São Paulo atuou como pequeno no fim do jogo
O Flamengo lamenta o empate. O São Paulo atuou como pequeno no fim do jogo

Os cariocas passaram de vez a ter o domínio do jogo.

O São Paulo estava acovardado na defesa.

E os cariocas criando chances, com trocas de bola, tabelas curtas, infiltrações.

Aos 34 minutos do segundo tempo, o Flamengo tinha chutado 16 bolas a gol contra 5 do São Paulo.

Aos 36 minutos, chutou mais uma. Vitinho deu um drible humilhante em Bruno Peres, cruza, Sidão desvia com os pés. A bola sobra limpa para Rodinei estufar as redes. 2 a 2.

O Flamengo seguiu encurralando o São Paulo.

Criou e desperdiçou chances para virar.

No fim, o empate que o Palmeiras comemora.

A torcida desiludida vaiou muito Aguirre.

E o xingou pelo que fez.

Deixou o time de joelhos diante dos cariocas...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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