Aguirre confirma. Nem o Uruguai ou time algum o tira do São Paulo
Com a idade e a doença de Óscar Tabárez, o nome de Aguirre cresce como eventual substituto. Mas jura que ficará. Pelo menos até dezembro
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O instituto de pesquisa uruguaio Factum tinha uma missão na Copa do Mundo. Após cada partida da seleção celeste, colocava na rua seus funcionários para aferir a aprovação ou desaprovação ao trabalho do treinador e dos jogadores uruguaios. Foram ouvidas apenas pessoas com mais de 18 anos.
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O resultado, apesar da queda nas quartas-de-final, diante da França, foi espantoso.
Principalmente envolvendo Óscar Tabárez.
O treinador, que desde 2006 comanda o selecionado, teve 93% de aprovação.
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E a palavra mais citada para resumir a participação do time na Rússia foi 'orgulho'.
Há uma enorme pressão para a renovação de contrato do técnico para que fique até o Mundial do Catar.
Só que existem dois obstáculos.
O primeiro é a idade. Óscar já tem 71 anos.
Na próxima Copa estará com 75 anos.
E o outro, ainda pior, é a Guillain-Barré.
Ele não estava comandando o Uruguai à beira do campo com uma muleta por acaso. Ele sofre da rara síndrome que provoca uma fraqueza muscular nos membros inferiores, nas pernas. A doença tem como sintomas dores intensas, queimação e formigamento.
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“É uma doença crônica. Às vezes está um pouco melhor. E às vezes há certas oscilações. Deixo tudo nas mãos dos fisioterapeutas, com os médicos”, disse, na Copa América dos Estados Unidos, assim que foi diagnosticado. Ele não gosta de tocar no tema.
Há dias em que Tabárez precisa ser conduzido aos treinos por um carrinho elétrico, especial para jogadores machucados.
"Muitas vezes posso me movimentar sozinho, outras vezes, não. Mas isso não muda a minha maneira de trabalhar. Nem de lidar com os jogadores", garante.
Tabárez segue lúcido, apesar da moléstia.
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Só que a imprensa uruguaia o vê cada vez mais desgastado.
Este drama afeta diretamente o São Paulo.
O presidente da Federação Uruguaia de Futebol, Wilmar Valdez, vem sendo pressionado. Dirigentes e jornalistas sugerem que Tabárez deveria ser efetivado como consultor. E deixar o cargo de treinador, que exige muito mais, para alguém mais jovem e sadio.
Há dois anos, o nome de Diego Aguirre, 52 anos, persegue Valdez. O trabalho do técnico, vice campeão da Libertadores, com passagens pelo Catar, Argentina e Brasil vem sendo valorizado por jornalistas uruguaios.
Principalmente agora, quando é apontado como o responsável pela ressurreição do São Paulo. Mais do que remodelar o elenco. Ele conseguiu mudar drasticamente a alma da equipe. De time entregue, sem competitividade, a equipe que entra em campo agora com a camisa tricolor é vibrante, aguerrida, lutadora.
Muito objetiva, com as linhas próximas, especialista em contragolpes em velocidade. E com muita boa recomposição sem a bola. Não está em segundo lugar do Brasileiro à toa.
Conselheiros importantes e que sustentaram a reeleição do inseguro presidente Leco já o avisaram. Querem que ele faça o treinador cumprir a promessa que fez ao ser contratado.
Na conversa entre Aguirre e Leco, que teve como intermediária o empresário Juan Figer, o técnico jurou que não iria repetir o argentino Bauza e nem o colombiano Osório.
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Não largará o São Paulo para assumir a Seleção Uruguaia.
Até pelo menos o final de 2018, quando termina seu contrato.
"Ele nos prometeu que não sairá de jeito algum. Até dezembro podemos ter a certeza que ele ficará", bate no peito, o coordenador de futebo, Ricardo Rocha.
Raí também fez questão de lembrar a Aguirre que todas as mudanças que o elenco sofreu, principalmente a saída de Cueva, atleta talentoso, mas displicente, no modo de enxergar futebol do treinador.
Ainda no sábado, festejado pela fácil vitória diante do Corinthians, o treinador foi celebrado por conselheiros importantes. E no domingo, por telefone, falaram com Leco.
E foram acalmados.
Aguirre não sai, de jeito algum, até dezembro, garante o presidente.
"Ele deu sua palavra de honra", destacou Leco.
Mesmo se a família de Tabárez o convencer a não renovar como treinador do Uruguai, Aguirre não deixa o São Paulo.
Não, até dezembro.
O que traz grande alívio no Morumbi.
Todos no São Paulo estão empolgados com a chance do heptacampeonato brasileiro.
Este sonho tem um responsável.
Diego Vicente Aguirre Camblor...
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