Acusado de assédios sexual e moral, Kleiton Lima foi obrigado a deixar o Santos. Globo e patrocinadores Nike, Ambev, Vivo, Itaú e Neoenergia exigiram a saída
A direção do Santos não suportou a pressão da mídia, da desmoralização dos clubes rivais. Mas é ingenuidade acreditar que ele pediu demissão, de livre escolha. Teve de sair pela pressão dos patrocinadores do Brasileiro mais rico de todos os tempo. E que não poderia ser manchado pela acusação de assédio
Os patrocinadores que estavam bancando o Brasileiro Feminino mais caro da história resolveram se posicionar.
Não aceitaram que a competição fosse manchada pela presença de um treinador acusado de assédio sexual e moral.
Foram investidos mais de R$ 25 milhões na organização da competição.
A televisão também está transmitindo os jogos, velho sonho.
Primeiro, nas fases menos importantes, os canais a cabo Sportv.
E as decisivas ficarão a cargo da tevê aberta, a Globo.
Patrocinadores importantes como Nike, Ambev, Vivo, Itaú e Neonergia não quiseram arriscar manter na competição um homem marcado.
Por 19 cartas relatando situações constrangedoras de assédio sexual e moral.
As cartas chegaram à imprensa em 2023.
E o então presidente Andrés Rueda não teve dúvida.
O mandou embora.
Kleiton tentou se defender dizendo que elas eram ‘anônimas.’
Mas em janeiro, o novo presidente Marcelo Teixeira o chamou de volta para trabalhar na Vila Belmiro.
E com muitas dessas mulheres que o acusaram de assédio.
Teixeira e Kleiton têm excelente ligação desde 2009, quando o Santos foi campeão da Libertadores da América feminina.
Marta era o grande destaque do time.
E ela não parava de elogiar o treinador Kleiton.
Teixeira estava disposto a manter o seu voto de confiança.
Até que, revoltadas, jogadoras de outros clubes decidiram protestar.
Combinaram por mensagens de WhatsApp levarem às mãos à boca durante o Hino Nacional.
E mesmo nas comemorações de gols.
No Santos, Kleiton controlava seu time,.
Mas os demais, não.
A postura de Corinthians, Avaí, Atlético Mineiro, América, Botafogo, Ferroviária, Palmeiras, Red Bull Bragantino e São Paulo constrangeu não só o treinador.
Mas o Santos.
E principalmente o Campeonato Brasileiro.
Os patrocinadores não queriam ficar marcado por colocar dinheiro em um torneio com um treinador acusado de assédio sexual.
Mesma postura da TV Globo.
Completamente inadequado.
Marcelo Teixeira não teve saída a não avisar Kleiton Lima da situação.
A saída ‘menos desgastante’ foi afirmar que o treinador santista estava pedindo demissão.
O lado esportivo foi decidido.
Mas a Polícia Civil de Santos promete seguir investigando as acusações.
Do lado prático, Kleiton Lima não trabalha mais na Vila Belmiro.
Nunca mais...
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