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Acuado, com Corinthians na lanterna, sem técnico, Melo chama os chefes das torcidas organizadas para reunião. E pedir paz

Presidente corintiano está assustado com a pressão das torcidas. Convocou os chefes das organizadas para explicar a saída de Mano. E a busca de um novo técnico importante. E pede apoio, com o time na lanterna do Paulista

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Depois de convidar Zanardi, sem saber o regulamento do Paulista, Melo, busca, sem convicção, novo técnico
Depois de convidar Zanardi, sem saber o regulamento do Paulista, Melo, busca, sem convicção, novo técnico Corinthians

São Paulo, Brasil

Foi mais um ato histórico, vexatório, triste até.

O presidente do Corinthians, Augusto Melo, não sabia o regulamento do Campeonato Paulista, que impede um treinador, que já dirigiu uma equipe, assumir outra.

Melo decidiu mandar Mano Menezes embora não imediatamente depois da derrota contra o Novorizontino, em plena Itaquera. Mas após a pressão de conselheiros que o apoiaram contra o grupo comandado por Andrés Sanchez, Renovação e Transparência. E, principalmente, por membros da Gaviões da Fiel.

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Prevaleceu o medo de o clube ficar ingovernável. Melo teve de voltar atrás na palavra empenhada no domingo, após a vergonhosa derrota em Itaquera, quando garantiu que Mano seguiria. O mandou embora e entrou em contato com Marcio Zanardi, técnico do São Bernardo, de quem se tornou amigo. Trabalharam juntos no Corinthians em 2016, quando Zanardi era da base.

Tudo acertado. Salário, tempo de contrato.

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Até que Melo foi avisado do regulamento do Campeonato Paulista.

Durante toda a tarde, ele, seu diretor de futebol, Rubens Gomes, e o executivo, o ex-jogador Fabinho, discutiram sobre a conveniência de manter Zanardi treinando a equipe e um auxiliar ficar à beira do gramado, nos jogos.

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Perceberam que seria absurdo e Melo se desculpou com Zanardi e voltou ao mercado para buscar outro técnico.

Antes, o aviso que tinha de se acertar com Mano Menezes para ir atrás desse treinador. Ou seja, só com o acordo financeiro com o demitido técnico.

O treinador, irritado por saber de sua demissão primeiro pela imprensa, não abriu brecha para acordo. Quer receber a multa a que tem direito. O ex-presidente Duilio Monteiro Alves se apressou em dizer que ela já foi de R$ 20 milhões e diminuiu. Passou a ser 'só' de R$ 9 milhões. O contrato iria até dezembro de 2025.

Mano, que vive sua pior fase na carreira, acumulando demissões do Cruzeiro, Palmeiras, Bahia, Internacional e, agora, só suportou 18 jogos no Corinthians, não encontrará trabalho fácil.

Nos bastidores ele trata como inocente e sonhador o novo presidente corintiano. E lastima ter abandonado o trabalho no início.

Mas ele não deixará saudade no elenco.

As ofensas de Mano a Yuri Alberto e Raniele não foram esquecidas.

A direção corintiana sabe da necessidade de acordo com o treinador para trocar de técnico no Paulista. O acordo está mais do que encaminhado.

A partir daí, sem Mano e sem Zanardi, a busca por um novo comandante está intensa.

O sempre desejado, o argentino Juan Pablo Vojvoda mandou avisar, pela terceira vez, que não abandonará o Fortaleza para assumir o Corinthians. Respeitará seu contrato com o clube cearense.

Empresários que auxiliam Melo lembraram de Gabriel Milito, ex-zagueiro do Barcelona, da Seleção Argentina. Treinador de personalidade forte, comandou Estudiantes, Independiente, O'Higgins e Argentino Juniors.

Tem 43 anos.

Mas não conseguiu um título sequer na sua carreira de oito anos como treinador.

Ele está sem clube.

É uma contratação fácil de ser fechada.

Mas há dúvida.

Nomes estrangeiros estão sendo propostos.

Os portugueses Antonio Oliveira, do Cuiabá, e Pedro Caixinha, do Red Bull Bragantino.

Melo e Rubão querem decidir o nome, se possível, ainda nesta terça-feira.

Para a partida contra o Santos, já está definido.

O auxiliar fixo do Corinthians, o paranaense Tiago Kozloski, comandará a equipe no clássico. Ele encaminhou o rebaixamento do Coritiba, mas é visto como um jovem técnico de bom potencial no Parque São Jorge.

A princípio, Melo não quer que o ex-jogador Danilo comande o time. Ele venceu a Copa São Paulo. Mas é visto como profundamente ligado a Andrés Sanchez.

A novidade, que fez assessores do Corinthians vibrarem, foi, finalmente, a liberação da documentação de Garro. Ele foi inscrito no BID da CBF. E poderá atuar contra o Santos, amanhã, na Vila Belmiro.

Argentino de 26 anos, meia ofensivo contratado do Talleres.

Sua liberação levou cerca de um mês, por detalhes no pagamento.

Ele foi anunciado no início deste ano.

O clima é de expectativa em relação ao novo técnico.

Melo agiu com estratégia.

A fase de classificação no Paulista é muito curta.

São apenas 12 partidas, o time é o último colocado no seu grupo.

Com apenas três pontos em cinco partidas.

Está atrás do Bragantino, com sete pontos. Mirassol, com seis. E Internacional de Limeira, com quatro.

Está na zona de rebaixamento, como penúltimo na classificação geral.

Só à frente do Santo André, o último, com dois pontos.

Com a demissão de Mano, uma eventual eliminação da fase decisiva do Paulista deixará de ser uma 'tragédia', já que marcará o início do trabalho de um novo técnico.

Só é inaceitável o rebaixamento.

Pensamento pequeno.

Mas este é o que move a nova diretoria do Corinthians.

Para tentar acalmar os ânimos, Melo convocou uma reunião para hoje à tarde.

Com os chefes das organizadas.

E explicará suas dificuldades.

Tudo o que ele não quer é pressão de vândalos infiltrados nas organizadas.

Familiares da nova direção já estão assustados com a postura ameaçadora das torcidas.

O coro de 'joga por amor ou por terror' está ecoando forte nos bastidores corintianos.

Melo vai pedir paz.

O clima é muito tenso no Parque São Jorge...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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