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Cosme Rímoli - Blogs

Acovardado, Brasil perde, de pouco, para a Espanha. 2 a 0. Contagiada pelo medo do time, Marta foi expulsa. Classificação veio, mesmo assim

Atuação desastrosa do time de Arthur Elias. Treinador colocou o Brasil para jogar como time pequeno diante da Espanha. Pagou caro por tanto medo. As europeias tocaram a bola, cansaram as brasileiras. Marta, desesperada para defender, foi expulsa ainda no primeiro tempo

Cosme Rímoli|Do R7

Marta saiu aos prantos do gramado após ser expulsa Rafael Ribeiro/CBF - 31.07.2024

Foi vergonhoso.

Foram 27 arremates espanhóis.

Contra sete brasileiros.

Arthur Elias decidiu que a Seleção como equipe pequena.


E atuou.

O medo da Espanha, campeã mundial, era claríssimo por parte das brasileiras.


O esquema 5-4-1, com as linhas totalmente recuadas, quase que grudadas na grande área, era um convite para as talentosas espanholas.

Elias sonhava com um empate.


E aceitaria até uma situação que não confessaria de maneira alguma: a derrota por um gol de diferença.

Valeria tudo para conseguir a classificação às quartas-de-final da Olimpíada.

O Brasil já havia decepcionado na vitória magra, com pouquíssima superioridade, diante das nigerianas, por 1 a 0.

Perdeu para o Japão de virada, com duas falhas bizarras, nos últimos minutos do confronto importantíssimo, por 2 a 1.

No plano tático concebido por Arthur Elias, até Marta atuaria à frente da zaga, para ajudar na recomposição.

E foi o que ela fez, violentando seu talento excepcional para atacar.

Pagou caro pela obediência.

Cansada, irritada, aos 50 minutos do primeiro tempo, ela perdeu o tempo de bola.

E acertou um chute que raspou a cabeça de Olga Carmona.

Justa, e triste, expulsão.

Marta chorou muito.

Foi pungente acompanhar a melhor jogadora de futebol de todos os tempos, ir desesperada para os vestiários.

Se 11 contra 11 já estava um massacre, o segundo tempo não poderia ser melhor.

A Espanha trocou passes à vontade.

Estatística serve para ensinar as pessoas a enxergarem futebol.

Foram 707 passes certos da Espanha, com 86% de acerto.

Contra 150 do Brasil, com 55% certos.

Arthur Elias construiu um Corinthians dominante, empolgante, com direito a 16 títulos.

Teve tempo e material humano.

Mas seu enorme talento se ressaltou no paciente trabalho de dia-a-dia no Parque São Jorge.

Na Seleção Brasileira, ele sabia que teve pouco tempo para implantar o que pensa de futebol.

E diante de um grupo difícil na Olimpíada, tratou por tentar montar uma equipe compacta, de contragolpes velozes, em bloco.

Mas o velho problema de trabalhar com jogadoras vindas de vários clubes, países.

Sem um grande entrosamento, a tendência é passar frustração nas grandes competições, com times montados há anos.

Como é a Espanha, atual campeã mundial e vencedora da Liga das Nações.

O esquema foi acovardado.

E proporcionou tudo o que o time de Montse Tomé queria.

Com o grande detalhe que suas melhores jogadoras Bonmatí e Putellas, foram poupadas para a última meia hora de jogo.

No flutuante 4-3-3, a partida parecia um treino de ataque contra defesa.

Lorena fazia milagres.

Mas coube justo à goleira brasileira soltar um cruzamento de Caldentey, que desviou em Adriana, para Athenea, fazer justiça no placar.

1 a 0, Espanha, aos 22 minutos do segundo tempo.

O time europeu seguiu atacando, mas diminuiu o ritmo, visivelmente se poupando para a sequência da Olimpíada.

Para piorar de vez as coisas para o Brasil, a lateral Antônia se contundiu.

Como Arthur Elias já havia feito as cinco trocas, decidiu deixá-la em campo.

O que foi um sacrifício à toa e só piorou seu estado físico, com direito a ela correr em uma perna só, até não aguentar mais.

A Espanha ainda faria o segundo gol.

Lindíssimo chute da entrada da área de Putellas, aos 61 minutos.

A derrota ainda deixou o Brasil com chances de classificação, ficando entre os dois melhores terceiros colocados.

Mas a primeira fase da Olimpíada foi vexatória.

E que mostra o desencontro entre o fim de uma geração e a chegada de uma nova.

Com um treinador pressionado e no começo do seu ciclo.

Marta não merecia esta despedida de jogos oficiais da Seleção.

Só voltará a atuar se o Brasil se classificar para a semifinal.

E ganhar a partida das quartas.

Tudo que aconteceu em Bordeaux tem explicação.

Sem estrutura, tempo, maturação, não se forma grandes times.

O Brasil feminino mereceu perder, novamente.

Como o masculino já se acostumou.

Tanto que nem se classificou para as Olimpíadas...

(A vaga para as quartas veio de forma constrangedora.

(Com os Estados Unidos vencendo a Austrália.

(Sábado, o Brasil enfrentará a França, dona da Olimpíada.

(Resta saber qual a atitude de Arthur Elias.

(Com o time sem Marta...)





Veja também: Em São Paulo, Grêmio treina para duelo contra Corinthians

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As duas equipes se enfrentarão na quarta-feira (31) pelo jogo de ida das oitavas da Copa do Brasil.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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