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Acabou o purismo. Clubes brasileiros poderão ter sete estrangeiros em campo. Endividado, São Paulo liderou o movimento

Com as grandes revelações brasileiras nas mãos de empresários e endividados, clubes decidem ampliar o número de estrangeiros que podem entrar em campo. Serão sete. A partir do Brasileiro deste ano

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Com o São Paulo endividado, Casares articulou o aumento de estrangeiros no Brasil. Serão sete
Com o São Paulo endividado, Casares articulou o aumento de estrangeiros no Brasil. Serão sete Com o São Paulo endividado, Casares articulou o aumento de estrangeiros no Brasil. Serão sete

São Paulo, Brasil

Depois de inúmeras decisões questionáveis, desde que chegou à presidência do São Paulo, Julio Casares conseguiu uma vitória, que deverá ser um marco para o futebol brasileiro.

E que levantará muita discussão.

Trabalhando em causa própria, mas levando em consideração vários fatores oportunos, principalmente a livre ação dos empresários nas categorias de base no país, Casares vem, desde o ano passado, costurando o apoio de clubes importantes para uma mudança na legislação do registro de atletas estrangeiros no Brasil.

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Até porque seu clube, que deve mais de R$ 700 milhões, é o recordista de jogadores do exterior no país. São nada menos do que oito.

E, na semana que vem, na sede da CBF, o conselho técnico, formado pelos clubes da Série A, deverá aprovar a mudança do número de estrangeiros que poderão estar em campo, a partir do Campeonato Brasileiro.

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Em vez de cinco jogadores nascidos fora do país, como prevê a legislação atual, deverão ser sete atletas. A partir já do próximo Campeonato Brasileiro.

O São Paulo já conta com o apoio escancarado do Athletico, Corinthians, Flamengo, Grêmio, Santos. Red Bull Bragantino, Bahia, Internacional, Botafogo, Cruzeiro, Fluminense, Atlético Mineiro também estão propensos a apoiar a proposta, que apenas precisa da maioria dos clubes para que seja aceita.

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O Palmeiras, maior formador de jogadores na categoria de base, não vê motivos para mudanças. Mas não deverá ser um inimigo ferrenho, já que também explora o mercado sul-americano para buscar jovens promessas, ao projetar vendas.

Um dos principais argumentos da ampliação do número de estrangeiros é o domínio dos empresários sobre os jogadores de base no país.

Eles estão levando atletas talentosos cada vez mais cedo para o exterior. Não esperam nem o primeiro contrato profissional no Brasil, com 16 anos. Eles estão saindo com 12, 14 anos, para se profissionalizar fora do país.

Palmeiras, Flamengo e Corinthians, por exemplo, são obrigados a dividir porcentagens de jogadores com empresários desde a base. Não é ilegal uma família assinar com agentes, que se tornam representantes dos meninos. 

O fim da lei do passe, que prendia o jogador diretamente aos clubes, criou essa possibilidade.

E o Brasil continua sendo o país que mais exporta jogadores no mundo. O Cies (Centro Internacional de Estudos do Esporte), sediado na Suíça, apontou, em maio de 2022, a triste liderança.

Em 2021, foram 1.219 atletas. A esmagadora maioria jovens que passam despercebidos.

Em segundo lugar, a França, com 978. E, em terceiro, a Argentina, com 815.

Ou seja, Casares quer uma compensação. Já que os atletas brasileiros da base estão saindo com toda a facilidade, os clubes poderão contratar mais estrangeiros, o que é tendência no futebol moderno de todo o planeta.

A diretoria de registro e transferência também participará do conselho técnico dos clubes na CBF.

Mas a tendência se mostra irreversível.

Com o Brasil deixando o purismo de lado e liberando seus clubes para escalarem até sete estrangeiros por partidas. E apenas quatro brasileiros.

Na Europa, não há limites.

No dia 7 de janeiro, o Real Madrid fez história. Contra o Villarreal, o treinador italiano Carlo Ancelotti escalou 11 estrangeiros. Sem um espanhol.

Thibaut Courtois (Bélgica): Éder Militão (Brasil), Antonio Rüdiger (Alemanha), David Alaba (Áustria) e Ferland Mendy (França); Aurélien Tchouaméni (França), Toni Kroos (Alemanha) e Luka Modric (Croácia): Vinicius Junior (Brasil), Federico Valverde (Uruguai) e Karim Benzema (França).

Se a mudança acontecer e o número de estrangeiros for ampliado no Brasil, a direção do Palmeiras continuará investindo fortemente na base. Assim como o Flamengo, o Corinthians e até mesmo o São Paulo.

Mas a busca por jogadores estrangeiros formados será ampliada, e o nível técnico do futebol no país poderá melhorar. 

A América Latina oferece jogadores muitas vezes bem mais baratos que os do mercado nacional. Outro grande argumento de Casares.

Real Madrid. Onze jogadores estrangeiros. É a globalização que veio para ficar
Real Madrid. Onze jogadores estrangeiros. É a globalização que veio para ficar Real Madrid. Onze jogadores estrangeiros. É a globalização que veio para ficar

O aumento do número de estrangeiros até abre a perspectiva de os clubes apostarem em veteranos da Europa. Com maior tranquilidade, caso os atletas não se adaptem ou não consigam render. O que pode ser outra atração para o futebol brasileiro.

O presidente Ednaldo Rodrigues não se oporá à vontade dos clubes.

A tendência é que, a partir da próxima semana, seja aprovada uma mudança histórica no futebol do país pentacampeão do mundo.

Que seus clubes possam ter maioria de estrangeiros em campo.

Como já acontece nos grandes clubes europeus.

Este é o número de estrangeiros nos principais clubes brasileiros na Série A:

8: São Paulo

7: Athletico

6: Corinthians

5: Fortaleza, Bragantino, Grêmio, Santos, Palmeiras

4: Botafogo e Flamengo

3: Bahia, Coritiba, Atlético Mineiro, Vasco, Internacional

2: Cuiabá, Fluminense, América Mineiro

1: Goiás

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