Acabou a paciência. Empresário busca psicólogo de Yuri Alberto para Vitor Roque. Palmeiras envolveu R$ 163 milhões com artilheiro que não faz gols. ‘Joga com 50 quilos nas costas’, resume Abel
Dez jogos sem marcar. Em 25 partidas, só três gols. Vitor Roque, 20 anos, está atuando cada vez pior. ‘O Barcelona tem olheiros cegos?’ provoca o técnico palmeirense, querendo dizer que é uma fase ruim

Acabou a paciência com Vitor Roque.
Já não bastasse o Palmeiras estar jogando mal, a esperança de mudar o cenário das partidas, se mostra pior.
O atacante, que o clube envolveu R$ 163 milhões junto ao Barcelona, está jogando cada vez pior.
Transpira insegurança.
Não tem tranquilidade para tentar tabelas, não consegue se deslocar na área e finalizar. ‘Aceita’ a marcação dos zagueiros nos cruzamentos, ganhando raras bolas de cabeça.
Quando tem o domínio da jogada, mostra afobação, tensão, desespero para terminar o lance, marcar gols.
Sem perceber atrapalha os jogadores de lado do campo, que atacam nas diagonais.
Tem se comportado como um juvenil nervoso em um grande time profissional.
“Tem que assumir que ele está numa má fase e trabalhar.
“Eu fico com sensação de que ele joga com 50 quilos nas costas.”
Abel Ferreira decidiu escancarar a situação porque também sente parte da cobrança.
Foi ele quem deu o aval para o Palmeiras gastar tanto dinheiro com o jogador.
E o técnico português tem feito o que pode.
Conversando, treinando individualmente, tentando passar tranquilidade, confiança.
Abel precisa dos seus gols.
Não terá Paulinho para o resto do ano.
Já perdeu Estêvão, que está no Chelsea.
A recuperação do ex-jogador do Barcelona é fundamental para as vitórias que o time precisa, na luta pelo Brasileiro, Libertadores e Copa do Brasil.
Fisicamente, Vitor Roque está no auge atlético.
Não há problema algum.
É um dos melhores nos testes físicos do Palmeiras.
Não há a menor dúvida que, para a Comissão Técnica, o problema só pode ser resolvido psicologicamente.
O empresário do jogador, André Cury, lembra que Yuri Alberto viveu a mesma falta de confiança no Corinthians, em 2024.
A solução foi levá-lo a um psicólogo.
O trabalho deu mais do que certo.
Ele recuperou a confiança e se tornou um dos principais jogadores do Parque São Jorge.
O Palmeiras tem uma psicóloga.
A mando de Abel, ela já fez um trabalho com Vitor Roque.
Ele melhorou.
Mas a falta de convicção, a timidez em campo voltou.

Agora há a real possibilidade que o jogador trabalhe também com o profissional que recuperou o corintiano.
E seja feito o trabalho conjunto com a profissional do Palmeiras.
O empresário quer essa aliança.
Vitor Roque é mais tímido, mais retraído, mais fechado do que Yuri Alberto.
O que é uma dificuldade a mais.
A cobrança da torcida palmeirense também tem se mostrado mais rígida, menos tolerante.
Abel tem de ser prático.
E será.
Pensando no bem do time, não está afastada a possibilidade de Vitor Roque passar um tempo na reserva.
O Palmeiras precisa de atacantes que façam gols.
As afobadas atuações do ‘Tigrinho’ em nada têm contribuído com o time.
“O que temos que fazer é ajudar, fazer não jogar por um período se for preciso, ou dar confiança. Esse é o nosso dever. Por isso a gente foi buscá-lo no Barcelona, ou o Barcelona tem olheiros cegos? A gente vai ter que ajudar”, disse o treinador.
Foi também um aviso à direção.
O jogador que ele deu aval para o Palmeiras comprometer R$ 163 milhões, pode passar um período na reserva.
Enquanto não tiver confiança para vestir a ‘pesada’ camisa 9 do Palmeiras.
25 jogos.
Três gols.
Dez partidas de jejum.
A paciência acabou...