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 Absurda 'despedida' de Neymar explicada. Desiludido, falou em 'última Copa' há seis meses. Tudo mudou

A entrevista de Neymar ao DAZN, em que falava em despedida, aconteceu há seis meses. Tudo mudou para o jogador. Renovou contrato, conseguiu Messi no PSG e ganhou Raphinha na seleção. Divulgação atrasada confundiu o mundo

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Neymar falou sobre a 'última Copa em 2022' há seis meses. O momento é outro
Neymar falou sobre a 'última Copa em 2022' há seis meses. O momento é outro

São Paulo, Brasil

Entre abril e outubro há seis meses.

Tempo suficiente para inúmeras mudanças na vida.

Ainda mais no futebol.

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Em abril, Neymar não havia renovado seu contrato com o PSG. Não havia a menor ideia de que Messi jogaria ao seu lado em Paris. Outra vez ele estava no olho do furacão na França, pelo fraco rendimento na segunda partida contra o Bayern, apesar da classificação do PSG para a semifinal da Champions. Tudo iria ficar pior diante do Manchester City, time que eliminaria a equipe francesa, e com mais ataques da imprensa europeia ao fraco futebol do brasileiro.

Tite, no quarto mês do ano, ainda se mostrava perdido em relação à seleção do meio para o ataque. E divulgava a lista dos jogadores que disputariam a Copa América. Não havia o menor entusiasmo com o time, que perderia a competição, em pleno Maracanã, para a Argentina.

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Neymar renovou seu contrato até 2025 com o PSG. Dando a prioridade para ficar até 2026. Usou sua influência para o clube contratar Messi. Mbappé não foi para o Real Madrid, e o clube francês tem o time mais forte de sua história.

O Brasil passeia nas Eliminatórias, já classificado para o Mundial de Qatar. Surge Raphinha, jogador mais do que talentoso, diferenciado, e com capacidade de dividir a enorme responsabilidade de Neymar na seleção.

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O momento atual é completamente diferente de abril.

E por que destacar tanto abril?

Por um simples motivo. A assessoria de imprensa de Neymar fez questão de revelar que a famosa entrevista na qual ele disse estar pensando que a Copa de Qatar pode ser a sua última – e deixa até uma suspeita de que poderia abandonar o futebol – foi feita há seis meses.

As palavras foram duras. E tiveram repercussão imediata.

"Acho que é minha última Copa do Mundo, encaro como minha última, porque... Eu não sei se terei mais condição de cabeça de aguentar mais futebol.

Farei de tudo para chegar muito bem, para ganhar com meu país, realizar meu maior sonho desde pequeno, e espero conseguir."

Ele também citava, de acordo com sua assessoria, momentos antes, a sua contusão e desilusão no Mundial de 2014. E a declaração teria sido tirada do contexto da conversa, despertando reações absolutamente equivocadas.

A entrevista foi divulgada pelo DAZN, serviço de streaming que o contratou em 2019 como embaixador, apenas na semana passada. Ou seja, Neymar havia falado em tom de despedida de futebol seis meses antes.

O 'alto-astral' de Neymar em abril. PSG havia perdido o primeiro jogo da semifinal da Champions
O 'alto-astral' de Neymar em abril. PSG havia perdido o primeiro jogo da semifinal da Champions

O DAZN decidiu trazer a entrevista exclusiva a público de acordo com sua estratégia de marketing. 

Só que acabou causando enormes problemas a Neymar. O principal deles, uma cobrança forte do executivo do PSG e ex-jogador da seleção brasileira Leonardo, com quem ele já não se dá bem.

Leonardo quis saber se o que ele havia dito era para valer. E quis saber por que, uma vez que ele não aguentava mais o futebol, havia decidido renovar o contrato, recebendo R$ 180 milhões por ano, no mínimo, com o PSG até 2025. O jogador esclareceu que havia feito um desabafo seis meses antes e que tudo havia mudado. O contrato seria cumprido com todo o empenho.

A revelação de que a entrevista ocorrera em abril também derrubou inúmeras teses. Entre elas a de que Neymar havia decidido seguir o exemplo de Simone Biles, principal nome da Olimpíada de Tóquio. A ginasta revelou que não competiria individualmente devido à sua saúde mental afetada.

Uma enorme bobagem.

Outros diziam que era a sua resposta às críticas pela barriga saliente com a qual voltou das férias do PSG.

Outra afirmação sem sentido, porque ele retornou ao clube francês em agosto.

Em abril, Neymar nem sonhava que teria Messi como companheiro no PSG
Em abril, Neymar nem sonhava que teria Messi como companheiro no PSG

Foi essa confusão que fez o comentarista da Globo Caio Ribeiro passar um vexame. Ele revelou ter ido conversar com Neymar.

"Você [Neymar] vai ficar chateado, pode não gostar, só que um dia você talvez dê importância. Você tá errado nisso, nisso e nisso... E isso vai te prejudicar. Estou do outro lado, sei como funciona a cabeça da imprensa. Cuidado", disse Caio.

A resposta de Neymar, diante da preocupação do comentarista da Globo:

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"Beleza..."

Ou seja, a divulgação da entrevista feita seis meses atrás provocou reações absurdas. Que não correspondem ao momento atual de Neymar.

E até o expôs ainda mais no PSG.

Fez com que a torcida do clube, que já não o idolatra como antes, ficasse ainda mais desconfiada de sua motivação em continuar em Paris, apesar de ter antecipado a renovação do contrato, que teminaria em 2022. E garantido ficar até 2025.

Neymar tem mais de 30 funcionários que cuidam de sua imagem.

Tem seu pai, que é seu empresário.

Que sirva de lição ao seu estafe.

Quando ele der uma entrevista, que saiba quando será divulgada.

É o mínimo que se espera de um jogador midiático tão importante.

Em abril, Neymar não havia renovado seu contrato com o PSG. Estava desiludido
Em abril, Neymar não havia renovado seu contrato com o PSG. Estava desiludido

O veículo que divulgue quando achar melhor.

Mas o atleta tem a obrigação de saber quando suas palavras se tornarão públicas.

O que aconteceu no domingo passado foi absurdo.

Completamente amador.

A semana toda o mundo comentou o que ele tinha vivido seis meses antes.

Neymar, às vésperas de completar 30 anos, que tome as rédeas de sua carreira.

Ou cobre com sabedoria dos seus funcionários...

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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