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Cosme Rímoli - Blogs

Abel vira pacifista. Sem cartões. Por conta do mercado europeu. E, revoltado, Palmeiras teme só ter seu estádio na final do Paulista

O treinador decidiu, como o blog antecipou, não declarar guerra ao São Paulo. Não processar Belmonte, que o chamou de 'português de m....' E a WTorre luta para liberar o gramado do estádio para a semifinal. Sem certeza

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Abel. Só um cartão amarelo em 2024. Se continuasse explosivo, prejudicaria seu mercado na Europa
Abel. Só um cartão amarelo em 2024. Se continuasse explosivo, prejudicaria seu mercado na Europa Cesar Greco/Palmeiras

São Paulo, Brasil

Como o blog antecipou, Abel Ferreira não quis assumir uma briga jurídica com o diretor do São Paulo, Carlos Belmonte, que o chamou de "português de m...", após o clássico de domingo passado. Não vai processá-lo por xenofobia.

O treinador conseguiu manter mais a calma do que a presidente Leila Pereira, que já declarou Belmonte "persona non grata", cuja presença não é aceita em todas as dependências sociais do Palmeiras.

No estádio da Água Branca ou em Barueri, não há como impedir Belmonte, em dias de jogos, já que é dirigente são paulino.


Mas após a vitória diante do Botafogo, Abel avisou que preferia que a relação com o rival "começasse" do zero. 

"Quero viver minha vida com lado positivo, com intensidade, com as pessoas que eu gosto e, para meu trabalho, olhar as pessoas de frente, e sei: não sou perfeito. Mas como não gosto de fugir às questões, acho que não vale combater ódio com ódio."


"Eu não conheço esse senhor (Belmonte), nunca falei com ele, se calhar é uma pessoa espetacular, entendo o calor do jogo, porque quando chutei o microfone ninguém quis saber porque, e não fui o único."

"Há treinadores que apontam o dedo na cara dos árbitros, fui punido, castigado e cumpri por isso. Ninguém quis saber que, aos 94 minutos, numa final, um escanteio claro a nosso favor e o árbitro não viu. Eu sou ser humano, tenho emoções e no calor do jogo... Eu entendo essas emoções."


Abel Ferreira tomou 55 cartões desde que começou a trabalhar no futebol brasileiro, em novembro de 2020. Em 2024, só tomou um amarelo, na decisão da Supercopa do Brasil.

A mudança de postura, o fim das reclamações veementes contra árbitros, partir para cima de jogadores adversários, ficar grande parte do jogo reclamando com bandeiras, tem muito a ver com seu futuro.

Abel raivoso ficou para trás. Empresário e membros de Comissão Técnica mostraram seu 'prejuízo'
Abel raivoso ficou para trás. Empresário e membros de Comissão Técnica mostraram seu 'prejuízo' GUILHERME VEIGA/UAI FOTO/ESTADÃO CONTEÚDO - 11.06.2023

Abel entendeu que já havia ultrapassado os limites do bom senso.

Aos 45 anos, ele sabe que tem todas as condições de realizar seu sonho no futuro. Trabalhar em um grande clube na Europa. Os resultados que têm conseguido no Brasil são absolutamente espetaculares. 

Seu empresário, Hugo Cajuda, e seus auxiliares João Martins, Tiago Costa, Vitor Castanheira e Carlos Martinho, conversaram muito sério com ele, no início da temporada.

E o alertaram de que manter um comportamento tão incontrolável seria um defeito pesado para eventual contratação na Europa.

Abel entendeu e está muito mais contido.

Quando ele sente que seu time está sendo prejudicado pela arbitragem, seus auxiliares tomam à frente, discutem com árbitros, bandeiras, jogadores. 

Abel aprendeu a se preservar.

Nada é por acaso.

Daí recusar o processo contra Belmonte, a briga escancarada com o São Paulo.

Mas não significa que ele está passivo em relação ao seu redor.

Pelo contrário.

O treinador, que conseguiu, pela terceira vez seguida, a melhor campanha na fase de grupos do Paulista, e invicta, está muito irritado.

Com a impossibilidade de usar o estádio do Palmeiras.

Por conta da grama sintética, que foi retirada por desgaste, e estava provocando contusões. E depois de enorme demora, para a troca, segue o impasse.

"Estamos jogando fora, é bom que todos entendam isso. Sei que os nossos torcedores fazem de tudo para vir aqui, só que essa não é nossa casa. Precisamos do Allianz Parque e daquela atmosfera. É mais um obstáculo para nós, e tenho que valorizar nossos jogadores por isso. Seja no sintético ou no natural."

"E prefiro um gramado sintético bem cuidado do que um natural, como dizem, 'para bezerros'. Mas queremos jogar no Allianz Parque. É claro que, se tivermos que jogar aqui, vamos respeitar muito a Arena Barueri. Mas não é a mesma coisa."

O termoplástico que cobria o gramado sintético está sendo trocado por cortiça. Processo está atrasado
O termoplástico que cobria o gramado sintético está sendo trocado por cortiça. Processo está atrasado Arquivo Pessoal

A WTorre, responsável pelo estádio, já atrasou a reforma.

O Palmeiras já trabalha com a real possibilidade de só voltar a jogar na Água Branca na final.

Não há a menor confiança de que nem em uma eventual semifinal seja disputada na capital.

A partida das quartas já será em Barueri.

A enorme tendência é que a semifinal siga no estádio arrendado pela presidente Leila Pereira.

Abel segue todo o processo.

E já avisou que ele e seus jogadores só atuarão de volta no estádio palmeirense se tiverem total confiança na reforma do piso sintético. Irão treinar antes de aprovarem o retorno.

Leila Pereira já disse que irá acionar a WTorre pelo prejuízo financeiro que o Palmeiras está tendo ao deixar de atuar na capital e jogar em Barueri. A arrecadação de ontem, contra o Botafogo, chegou a R$ 460 mil.

Só como comparação, a última partida que o clube fez em casa, na fase de classificação, no Paulista de 2023, foi contra a Ferroviária. Na Água Branca. A renda foi de R$ 1,3 milhão. R$ 900 mil a mais.

Também os quatro mil donos de cadeira cativa no estádio palmeirense estão se articulando. Estão sendo prejudicados, porque compraram seu lugar, com a previsão de todas as partidas do Palmeiras em casa, teriam o direito de assistir.

Com a ida a Barueri, por conta da própria falta de manutenção do gramado, de responsabilidade da WTorre, processos são mais do que possíveis.

Ou seja, o Palmeiras segue como favorito para o tricampeonato paulista.

Mas está longe de estar em paz...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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