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Abel Ferreira é o técnico mais expulso do Brasil. E ninguém cobra seus palavrões, o descontrole no Palmeiras. Os títulos são o escudo

O português trouxe muito conhecimento tático ao futebol brasileiro. Mas segue se perdendo em relação à competitividade. Não cumprimenta técnicos adversários. E reserva gritos e palavrões aos árbitros. E ganha cartões

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


Abel Ferreira é o treinador mais expulso do Brasil. Não se controla. Mas cobra seus jogadores
Abel Ferreira é o treinador mais expulso do Brasil. Não se controla. Mas cobra seus jogadores

São Paulo, Brasil

30 cartões amarelos.

Cinco expulsões.

Nenhum jogador do Palmeiras, no mesmo período de tempo, recebeu tantos cartões quanto Abel Ferreira.

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Aliás, desde 30 de outubro de 2020 até setembro de 2022, nenhum outro treinador no Brasil foi tão advertido e suspenso quanto ele.

O treinador assume ficar completamente alterado quando vai começar um jogo em que esteja trabalhando. A ponto de não querer cumprimentar o técnico adversário.

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“Não tenho por norma cumprimentar o treinador, isso não faz de mim melhor ou pior. Isso vem de sempre. Sinto que, se eu for cumprimentar o adversário, fico com menos força.

"Eu quero ganhar do meu adversário.

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"Não quero fazer amizades. Parece que me amolece.

"Os elogios me amolecem, eu não quero elogios, quero críticas.

"Não quero que falem bem do meu trabalho. Não penso assim. Tenho que me sentir tenso e nervoso, isso me faz competitivo.

"Se vou cumprimentar meu adversário, me tira a força.

"Não quero.'

Esse estado bélico chega ao tratamento que reserva aos árbitros, quando não concorda com as decisões dos juízes.

Abel Ferreira se deixa levar pela 'competitividade' e se transforma quando os jogos começam
Abel Ferreira se deixa levar pela 'competitividade' e se transforma quando os jogos começam

A súmula de Wilton Pereira, detalhando a expulsão de Abel, do clássico Palmeiras e Santos, é assustadora.

"Expulsei em decorrência do segundo cartão amarelo, após ser informado pelo assistente 1 Bruno Boschilia que o referido treinador foi em direção ao mesmo, afrontando e proferindo aos gritos de maneira repetida as seguintes palavras: "é tudo contra a gente cara..., na dúvida sempre contra a gente cara...".

"Informo que o treinador após expulso retornou em direção ao assistente 1, de maneira grosseira e ofensiva proferindo as seguintes palavras: "vai se fo... mesmo cara..., vocês são uma vergonha. Tudo contra a gente, cara...", escreveu o juiz na súmula. 

A situação incômoda só terá solução se Abel Ferreira decidir.

Pelo resultado do seu trabalho, e por sua postura firme, não há dirigente que cobre o comportamento agressivo. 

Nem mesmo a presidente Leila Pereira.

Ela defende a autonomia, a consciência do próprio treinador sobre como se comportar durante os jogos. 

O executivo Anderson de Barros muito menos. 

Os jogadores nem ousam retrucar, quando são cobrados por expulsões.

Como recentemente Danilo, duas vezes e Gustavo Scarpa.

Abel Ferreira. 'Cabeça fria' só no título do livro. 30 cartões amarelos e cinco vermelhos no Palmeiras
Abel Ferreira. 'Cabeça fria' só no título do livro. 30 cartões amarelos e cinco vermelhos no Palmeiras

O português sempre teve o gênio irritadiço, competitivo ao extremo, desde o início da carreira como treinador. Ainda em Portugal. Na Grécia foi a mesma coisa.

Sua personalidade muda quando o jogo vai começar.

A tranquilidade vai embora.

E só retorna ao final da partida. 

Ele não pensa em buscar ajuda psicológica.

Abel acredita que essa competitividade é o que faz vencedor.

Nessa 'competitividade' estão incluídos os palavrões aos árbitros.

Os cartões amarelos e vermelhos.

E ninguém vai questionar o treinador.

Os troféus do bicampeonato seguido da Libertadores, da Copa do Brasil, Recopa Sul-Americana, Campeonato Paulista e a mais que provável conquista do Brasileiro calam as cobranças.

Abel vai continuar com a cabeça fria e coração quente, apenas em título de livro.

Porque quando o jogo começa, ele tem tudo.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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