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Abel cansado da economia de Leila, que nega reforços. E da vantagem que o Palmeiras deu ao Flamengo na final da Supercopa

Treinador português protesta contra a vantagem de um dia de preparação que o Flamengo tem a mais para a decisão de sábado. E quer reforços que cheguem 'prontos' para jogar. Não investimentos, como exige Leila

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Abel se cansou da economia de Leila. Quer jogadores prontos. E critica vantagem do Flamengo
Abel se cansou da economia de Leila. Quer jogadores prontos. E critica vantagem do Flamengo Abel se cansou da economia de Leila. Quer jogadores prontos. E critica vantagem do Flamengo

São Paulo, Brasil

"Acorda, blogueirinha.

"Diretoria fraca.

"Queremos jogadores."

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(Muro do Palmeiras, ontem à noite, após o frustrante 0 a 0 contra o São Paulo.)

A seis dias da decisão da SuperCopa do Brasil, contra o Flamengo, em Brasília.

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"Não quero usar erros do passado.

"Quero jogadores prontos, que façam a diferença, não para formar.

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"Para formar eu tenho a base e jogam os moleques."

(Abel Ferreira, depois do empate de ontem, no Allianz Parque)

Leila Pereira ouviu perfeitamente as vaias e os palavrões voltados a ela após o jogo de ontem.

O Palmeiras de 2023 já está fazendo história.

Desde a sua fundação, em 1914, o clube jamais ficou sem ter um jogador novo na temporada seguinte. Atleta que viesse de outra equipe.

A decisão é da presidente Leila Pereira.

Abel Ferreira fez sua lista de reforços.

Ele sabia desde maio que Gustavo Scarpa iria embora.

Assim como o clube teve dois meses para se preparar para buscar o substituto de Danilo.

O Brasileiro conquistado, conquistado pelo clube, terminou em novembro.

No dia 13 de novembro foi a última rodada.

Vieram as férias, mais cedo, por conta da Copa do Mundo do Catar. Chegou a pré-temporada. 

Todos os demais clubes das Séries A, B e C do Brasileiro contrataram. Até mesmo do Campeonato Paulista.

Menos o Palmeiras.

No último balanço, divulgado há cinco dias, o clube apresentou faturamento, entre janeiro e novembro de 2022, de R$ 728 milhões. A previsão, da própria direção, era de R$ 554 milhões.

Ou seja, R$ 184 milhões a mais.

As despesas apresentadas, no entanto, chegam a R$ 706 milhões.

Ou seja, superávit de "apenas" R$ 22 milhões.

Essa é a desculpa de Leila Pereira para não buscar atletas pedidos por Abel Ferreira.

A dirigente prometeu, ao assumir, que o clube continuaria vitorioso, mas absolutamente equilibrado financeiramente.

Só que está havendo enorme exagero, de acordo com conselheiros importantes e pessoas ligadas à dirigente, que preferem o anonimato.

Ela está usando o raciocínio lógico dos três títulos que o Palmeiras ganhou em 2022: Recopa Sul-Americana, Paulista e Brasileiro.

Torcida, diretoria e Abel Ferreira deveriam valorizar o elenco, já que saíram apenas dois jogadores, Danilo e Scarpa, e Endrick assumiu seu lugar no time. Além disso, há sete atletas importantes da base que foram promovidos.

Em 2022, Leila autorizou a contratação de oito atletas: José Manuel López, Merentiel, Navarro, Atuesta, Murilo, Lomba, Jailson e Rodrigo Tabata. Só Murilo se tornou titular.

Os oito continuam no elenco, com contrato, ganhando e jogando pouquíssimo, ou nem isso.

Mas o que Leila não fala é que esses foram os atletas que Abel teve de escolher. Com ênfase em López, Merentiel e Navarro, atacantes que ainda não estavam prontos para a responsabilidade de atuar no Palmeiras.

Ele tentou encaminhá-los, não deram certo.

Daí, embora não queira comprar uma briga escancarada, o treinador português querer a vinda de "atletas prontos". E "qualidade custa caro", ele já disse, como se estivesse ensinando, com toda a paciência, a dirigente.

Há uma certeza cruel e que se repete há décadas no futebol mundial.

Se o treinador e a torcida pressionam a direção por contratações e o clube está para disputar uma final, basta esperar o resultado. Se houver a derrota, a pressão triplica. E os reforços costumam vir.

Ou seja, o Flamengo pode contribuir para o Palmeiras ficar mais forte.

Basta vencê-lo na final da Supercopa do Brasil, no sábado, em Brasília.

Não bastasse toda a tensão por não ter reforços, Abel Ferreira continua irritado com outra questão básica.

O Flamengo, fortíssimo e reforçado, terá um dia a mais de descanso para se preparar para a final.

E sem enfrentar adversários fortes.

O time de Vítor Pereira jogou no sábado contra o Nova Iguaçu, e goleou, por 5 a 0. O Palmeiras empatou o clássico contra o São Paulo. Na terça-feira, o Flamengo terá o Bangu. A equipe de Abel Ferreira terá o Ituano, em Itu. Na quarta-feira.

Por mais que utilize reservas, há o desgaste, o foco no jogo, que desviam a preparação para a final da Supercopa do Brasil. 

Há uma silenciosa queixa em relação à direção de Leila Pereira, que deveria ter acompanhado mais de perto a definição das duas datas. Principalmente a da Supercopa do Brasil, que saiu depois do Paulista.

Mas não houve.

E o Palmeiras tem 24 horas a menos que o Flamengo.

O desabafo de Abel ontem após o empate diante do São Paulo não foi à toa.

"A Supercopa estava marcada para domingo, e mudou para sábado, porque era horário nobre. O clube antecipadamente sabia quando seria a Supercopa. Nosso clube, não sei se é uma coisa boa ou é má, quando vai reclamar, nunca reclama publicamente, vai sempre através do email, e não pode ser.

"Treinador treina, jogador joga e a direção tem que se posicionar. E dirigir é se posicionar. Não pode ser só mandar email. Nós, antecipadamente, pedimos que entre esse jogo e o próximo tivesse um intervalo de três dias, e dava, mas a resposta era que não, porque o horário nobre. Então eu preciso entender: se o horário nobre é domingo às 4 horas, por que a Supercopa não é no domingo, é num sábado?"

Mais direto impossível.

Leila Pereira está desconfortável.

Tanto pela falta de reforços.

Quanto pela cobrança de Abel em relação aos emails de protesto do Palmeiras, em relação à final da Supercopa do Brasil ser no sábado e não no domingo, permitindo três dias de preparação para o Flamengo e dois para o seu time.

Fora o fato de Brasília ser um polo assumidamente flamenguista.

O técnico português respeita a hierarquia.

Mas sabe quanto custará a ele uma derrota.

Primeiro, o título inédito que o clube não tem.

Depois, o aspecto psicológico da equipe.

A quebra da confiança para o resto da temporada.

E até no lado pessoal, já que é apontado como um candidato a técnico da seleção brasileira.

A economia de Leila e a falta de visão dos dirigentes, que aceitaram 24 horas de vantagem para o Flamengo nesta final, e a partida em Brasília serão muito cobradas em caso de derrota.

Abel e seu time estão expostos e em desvantagem nesta decisão.

Por culpa de equívocos do próprio Palmeiras...

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