A rigidez venceu o capitalismo. Athletico bicampeão da Sul-Americana. 1 a 0 contra o Red Bull Bragantino
O Athletico foi efetivo no primeiro tempo. No segundo tempo, tratou de se defender. E conseguiu controlar a pressão do Bragantino. 1 a 0 e bicampeonato paranaense
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
A vitória da organização, rígida, europeia contra o capitalismo.
Dentro do gramado, a objetividade do Athletico se impôs ao toque de bola do Red Bull Bragantino, em Montevidéu, na primeira final brasileira na capital uruguaia, em sete dias. Semana que vem será Palmeiras e Flamengo, na decisão da Libertadores.
O clube paranaense conseguiu o bicampeonato da Copa Sul-Americana, graças à um voleio espetacular de Nikão. Golaço, na vitória por 1 a 0 e muita rigidez na marcação. Aos 29 anos, o atacante pode deixar o Athletico, já que seu contrato termina no final do ano. Ele está há sete anos na Arena da Baixada.
Vitória justa.
E ainda decidirá a Copa do Brasil contra o Atlético Mineiro, consolidando uma temporada histórica.
Já está classificado para a fase de grupos da Libertadores de 2022.
A conquista marca da maneira organizada, rígida imposta no clube de Curitiba por Mario Celso Petraglia, que comanda o clube com mão de ferro.
O Bragantino teve muita falta de sorte. Perdeu dois jogadores importantíssimos, que não se recuperaram de contusões, os meias Lucas Evangelista e Eric Ramírez. O time de Barbieri perdeu muito em criatividade.
Melhor para Alberto Valentim e a postura firme, clara, 3-4-3 no começo da partida. No segundo tempo, 5-4-1. Para garantir 1 a 0. Sofreu, pelo recuo exagerado e apressado. Mas conseguiu novamente um título continental.
A decisão, como era de se esperar, não mobilizou muitos torcedores. Tanto que a organização da Conmebol tratou de juntar quem estava no estádio Centenário, no meio das arquibancadas, para que fossem focados pelas câmeras da tevê. Cerca de 60% do estádio estava vazio.
O desenho tático da final foi exatamente como se esperava. Com o Athetico postado de maneira mais fixa. Enquanto o Bragantino tentava flutuar, trocando bola e posição do meio do campo para a frente.
Foi uma final truncada, muito disputada nas intermediárias. E com poucas chances efetivas de gol. Aos 28 minutos, Terans, o melhor em campo, bateu cruzado. Cleiton espalmou, a bola subiu. E Nikão deu um giro sensacional no ar e acertou o voleio que beijou a trave e entrou.
Gol inesquecível para uma final continental.
Estava claro que o time de Barbieri tinha dificultades em articular seus ataques. Artur, ótimo atacante, quase não pegou na bola. Seus laterais Aderlan e Edimar mostravam muitas dificuldades para atacar. Até por características dos próprios jogadores.
Alberto Valentim, que fez sua primeira partida na Sul-Americana, que nunca foi especialista em montar equipes ofensivas, depois do gol, orientou sua equipe para se agrupar ainda mais do que começara a partida.
No segundo tempo, faltou ousadia de Barbieri. Ele não quis subir demais a marcação, temendo os letais contragolpes athleticanos. Pagou caro. O Red Bull Bragantino pouco criou. Exagerou nos cruzamentos para a área paranaense, muito vigiada por seus três zagueiros, pelo ótimo goleiro Santos, e pelo posicionais volantes.
Vitória do pragmatismo.
O capitalista Red Bull já decidiu um título continental em um ano e onze meses no interior de São Paulo. É algo mais do que significativo. E nos planos do clube chegarão novas contratações em 2022.
E o Athletico segue sua temporada histórica.
O título valeu R$ 37 milhões para o clube de Petraglia...
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