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Cosme Rímoli - Blogs

A resposta do Palmeiras às bombas dos vândalos. Vitória de virada contra o Ceará, em dois minutos. ‘É difícil explicar para as minhas filhas porque fui xingado pela nossa torcida.’ Abel Ferreira

A torcida palmeirense já vaiava e cobrava os jogadores, que perdiam por 1 a 0 para o Ceará. Até que William Machado tocou a mão na bola. Pênalti que Flaco López bateu e marcou, aos 21 do segundo tempo. Dois minutos depois, Vitor Roque, marcou o gol do alívio

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Vitor Roque marcou o gol da virada. Ele foi o jogador do Palmeiras que mais lutou pela vitória Reprodução /X/@Palmeiras

“É difícil explicar para as minhas filhas porque fui xingado pela nossa torcida.”

O desabafo de Abel Ferreira foi feito com calma, sem irritação.

Ele estava visivelmente aliviado depois da vitória contra o Ceará, hoje no Allianz Parque.

O triunfo por 2 a 1 trouxe alívio depois da caótica madrugada, com direito a vândalos atirando bombas na concentração palmeirense.


“Quando chegar em casa minhas filhas vão perguntar se aconteceu tudo bem, mas é difícil justificar a elas o que aconteceu há três ou quatro dias. Difícil explicar porque o pai foi xingado, hoje vão me presentear e abraçar no dia dos Pais.”

Abel foi perguntado, pela centésima vez, se ele renovará seu contrato. Antes falou da relação com os torcedores.


Deixou claro que as organizadas, que insistem em puxar coro contra ele, não são o total de palmeirenses no Brasil.

“(Ele e os palmeirenses)Temos um histórico juntos, respeito mútuo entre mim e torcedores, são 20 milhões, ganhamos e perdemos juntos. Mas quero que saibam que meu foco é pelos jogadores, pelo clube, por esta camisa. Este é o mais importante. O meu futuro será decidido no momento certo, com máximo respeito ao Palmeiras.


“Tenho carinho e respeito pelos torcedores, pelo Palmeiras e jamais serei um problema dentro do Palmeiras.”

Mal Lucas Torezin acabou a partida, os jogadores do Palmeiras se abraçaram.

Só eles sabiam o que enfrentaram, depois da derrota para o Corinthians, na quarta-feira, que eliminou o time da Copa do Brasil, em pleno Allianz Parque.

Protestos dos torcedores.

Críticas pesadas da imprensa.

Ameaças em faixas espalhadas pelo estádio.

Até o atentado com bombas caseiras e rojões na concentração, na Barra Funda, cometido por vândalos.

Quatro dias depois, a tabela do Brasileiro obrigava a volta ao estádio, diante de sua irritada torcida.

Abel Ferreira se mostrou tenso no Allianz. A virada também trouxe alívio ao treinador. Seu time jogava mal Cesar Greco/Palmeiras

O clima de desconfiança era evidente por parte da torcida, hoje, contra o fraco Ceará.

E tudo ficou pior, quando aos cinco minutos do segundo tempo, Lourenço acerta um chute lotérico, indefensável para Weverton. Justo no primeiro ataque cearense.

O roteiro não poderia ser mais cruel.

As vaias que as organizadas reservavam ao time e, especialmente, a Abel, ganharam apoio dos palmeirenses.

O treinador fez o que sabe fazer bem. Trocou Sosa por Flaco López e Facundo Torres por Felipe Anderson. E adiantou ainda mais a marcação na saída de bola cearense.

Outra derrota no Allianz seria caótica.

O Palmeiras tinha grave problema de falta de criatividade.

O time se ressente demais de Estêvão e Richard Ríos.

Virou uma equipe de muita luta, entrega, coração, mas sem o imprevisível.

E foi essa luta, a pressão do time sobre o Ceará, que recuou demais, seguindo ordens de Léo Condá, que veio o empate.

Flaco López tocou a bola para frente, buscando o arremate, William Machado estava com o braço aberto. E tocou com o pulso na bola. Pênalti.

Flaco López segurou a bola desde o primeiro instante. E bateu forte, no alto, sem defesa para Bruno Ferreira.

1 a 1, aos 21 minutos.

A torcida ‘comum’ que vaiava, passou a apoiar o time.

As organizadas se calaram.

E não houve tempo para voltarem a perseguir o time, perseguir Abel Ferreira.

Flaco López deu excelente lançamento para Maurício.

O veloz meia cruzou com consciência para Vitor Roque virar o jogo, aos 23 minutos.

2 a 1 Palmeiras.

A partir daí, Léo Condé adiantou seu time e percebeu que o quanto os atletas palmeirenses estavam abalados, inseguros.

O Ceará buscava empatar, com tabelas e descidas em bloco.

A postura preocupou o time paulista, que não poderia deixar escapar a vitória, os três pontos e, principalmente, o retorno da confiança.

Houve muita luta, disputas corpo a corpo. Abel compactou seu time nas intermediárias. Queria segurar o triunfo.

Mas quase ele escapa.

Vitor Roque e Flaco López jogaram juntos. E conseguiram a virada. Comemoraram junto à torcida, propondo a paz Cesar Greco/Palmeiras

O Palmeiras foi salvo por centímetros e pelo duvidoso VAR adotado no Brasil.

Aos 36 minutos, suspense no Allianz Parque.

Pedro Raul tocou para Galeano.

Ele serviu Aylon, que deveria ter começado a partida, por seu potencial.

O ex-jogador do São Paulo e do Internacional não titubeou, estufou as redes do desesperado Weverton.

As vaias já voltaram, assim como os palavrões.

Só que o VAR apontou questionável impedimento de Aylon.

As linhas são muito grossas usadas pelo sistema de vídeo brasileiro.

A CBF, que fatura R$ 1,2 bilhão, tem economizado.

O VAR semiautomático, usado na Europa, dissiparia qualquer dúvida.

Mas o Palmeiras escapou do empate.

Abel e seu time puderam respirar aliviados.

Flaco López comemora, aliviado, a vitória do Palmeiras. "Falta de respeito", resume sobre as bombas caseiras atiradas na concentração Cesar Greco/Palmeiras

E se preparar para o confronto quinta-feira, pelas oitavas da Libertadores.

Contra o Alianza Lima, no Peru.

Leila Pereira não esteve no Allianz Parque.

Estava no Rio de Janeiro.

Haverá reunião amanhã na CBF para a discussão do fair play financeiro no futebol brasileiro.

Sim, ela poderia ir amanhã no seu avião particular.

Mas não quis.

Lembrando o quanto ela foi xingada pelas organizadas.

Flaco López falou abertamente sobre as bombas que vândalos atiraram no portão da concentração do Palmeiras.

“Pessoalmente eu acordei na madrugada com isso, acho que é uma falta de respeito. Mas assim, cada quem tem a consciência do que faz...”

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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