A palavra de honra.O trunfo do Santos para segurar Sampaoli

São Paulo, Brasil

São R$ 343 milhões em dívidas.

Elenco limitado, sem estrelas.

Atrasa salários.

Premiações.

Luvas.

E mesmo assim divide a liderança do Brasileiro com o clube que tem o melhor elenco, os mais ricos patrocínios.

Com absurdos 78,8% de aproveitamento.

Capaz de seguir atacando, com um homem a menos, na casa do adversário.

Como fez na vitória diante do Botafogo, no Rio de Janeiro, ontem pela manhã.

Não há segredo para ninguém.

O responsável se chama Jorge Sampaoli.

Em sete meses na Vila Belmiro, já convenceu que seria a solução para o Flamengo, Real Bétis, Atlético Mineiro, Seleção do Equador.

Mas foi firme.

Afirmou que não sairia do Santos, mesmo que a milionária multa fosse paga.

O valor, garantem pessoas ligadas ao presidente José Carlos Peres, é de 3 milhões de euros, cerca de R$ 12 milhões.

Como Peres acertou com o clube santista por 2 milhões de dólares por ano, cerca de R$ 7,4 milhões. Mais bônus por títulos e por classificação para a Libertadores.

Algo que poderia ser facilmente equiparado por todos os pretendentes.

Mas ele disse não.

Pelo menos até o final de 2019.

Empresários que representam clubes importantes da América do Sul, não só do Brasil, seguem com Sampaoli na mira.

O Atlético Mineiro é um deles.

Além do seu rival, Cruzeiro, caso Mano não queira renovar, em dezembro.

Cuca não tem aprovação geral no São Paulo.

O nome do argentino Sampaoli soa como música para muita gente importante no Morumbi.

O treinador queria voltar a ser valorizado no mercado, depois do vexame que passou, comandando a Argentina na Copa da Rússia.

Conseguiu.

Sampaoli já voltou a ser visto como técnico de ponta.

Peres sabe disso.

E tem acalmado dirigentes e conselheiros.

Já o agradou, indo contra a sua vontade de fazer o clube atuar muito mais em São Paulo.

O dirigente atendeu ao técnico.

E faz o clube jogar muito mais na Vila Belmiro do que gostaria.

Além disso, alega ter dois trunfos para segurar Sampaoli.

O primeiro, é a certeza da chegada de patrocinadores fortes, inclusive dispostos a reformar a Vila Belmiro. Basta a equipe se classificar para a Libertadores.

O treinador terá o direito de escolher os reforços e quem sai.

Como um manager europeu, sonha o presidente.

E o segundo, e mais importante, é a palavra de honra de Sampaoli.

De que ele ficará até dezembro de 2020.

Venha o clube ou seleção que vier, tentando contratá-lo.

Peres aposta na palavra de Sampaoli.

Porque se algum clube pagar a multa e o treinador argentino quiser ir, não há o que fazer.

A não ser ajudá-lo a fazer as malas...