‘A morte da Walewska foi terrível! Eu a entrevistei um dia antes dela morrer. Ela fazia planos para o futuro.’ Exclusiva com Alexandre Oliveira
Ele preferiu deixar de cobrir Paris para ficar com a filha no Brasil. Alexandre Oliveira é um dos grandes repórteres esportivos do Brasil. Com coragem, revela detalhes da sua vida. Da chocante morte de Walewska, a treinar com a seleção de vôlei. E a vinda para a RECORD
Um roteiro emocionante, de superação.
Esse seria resumo simplista da vida de Alexandre Marcelo Oliveira.
Quem vê a figura imponente, atlética, jornalista muito bem informado, articulado não imaginaria as barreiras que teve de superar.
“Vou atrás dos meus sonhos. Me preparo, luto. Sei que nada vem de graça. No esporte, na vida. Mas sempre enfrentei com dignidade. E sempre optei pelos meus valores, pelo coração.”
Foi assim desde menino, quando decidiu ser jogador de vôlei. Foi, ainda adolescente, morar em concentração, longe da família, que ficou em Santa Catarina. Muito técnico, ágil, tinha talento de sobra, mas faltava altura, seus mais de 1m86 eram insuficientes. Os técnicos se mostravam surpresos com sua impulsão, defesas, passes. Era um ótimo levantador. Porém ‘baixo’.
Foi campeão brasileiro, da Superliga, pela Unisul. Mas percebeu que o desejo de chegar mais longe, jogar pela Seleção Brasileira, por grandes times do mundo, não seria possível. Aí surgiu o jornalismo. Se tornou repórter, apresentador, comentarista. “Fiz como no vôlei. Me preparei muito. Estudei, fui atrás de me desenvolver.”
A ascensão foi fulminante na Globo. Com direito a coberturas de torneios internacionais. O momento mais marcante aconteceu quando Bernardinho precisou de um levantador reserva no Mundial de Vôlei, em 2010, na Itália. Não só aceitou como foi elogiado pelo exigente técnico. “Foi um sonho realizado, participar de um treino com a Seleção Brasileira. E fui muito bem.”
O nível do desempenho profissional era tanto que se tornou correspondente em Paris. “Cobri a chegada do Neymar ao PSG. Viajava pela Europa cobrindo os brasileiros em torneios importantes, dos mais diferentes esportes.”
Mas o roteiro teve de mudar. Por conta da saudade de sua filha, no Brasil.
Separado, não suportou ficar meses sem vê-la e decidiu pedir para voltar ao país.
Ninguém da emissora carioca acreditou na sua escolha. Em outubro de 2021, depois de 15 anos na Globo, saiu, depois de uma reformulação geral no esporte.
“Foi um período bem difícil. Há muita fantasia em relação aos ganhos dos jornalistas. Meus gastos eram enormes com a separação. Pensei que os trabalhos surgiriam rapidamente. Demoraram. E o dinheiro sumindo. “Chegou um dia que eu tinha um abacate para comer. E neste dia, minha filha estava em casa. O abacate foi para ela, lógico.”
Muito competente, a reviravolta veio. Alê criou um canal no youtube específico de vôlei. O Ataque Defesa recebe os melhores jogadores e técnicos do país.
Em uma dessas entrevistas, a convidada era Waleswska.
Histórica jogadora da Seleção Brasileira deu seu último depoimento, antes de tirar a própria vida.
“Foi um choque enorme para mim. Não percebi nada de diferente nela. Fiquei muito mal, me culpando, pensando que poderia ter feito alguma coisa. Mas não poderia adivinhar o que ela iria se matar.”
Ela cometeu suicídio no dia seguinte, 22 de setembro de 2023.
Foi um momento muito tenso para Alexandre.
Mas a vida seguiu.
Os convites para seguir sua carreira surgiram.
E hoje ele é contratado da RECORD para as transmissões do Paulista e do Brasileiro. “O vôlei já foi tudo para mim.
“Hoje é o jornalismo.
“E estou vivendo um momento muito feliz...”
A entrevista, na íntegra, está no canal Cosme Rímoli, no youtube.
Uma parceria com o R7.
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