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Cosme Rímoli - Blogs

A mais vitoriosa geração argentina se impõe outra vez. Bicampeã da Copa América. Antes de vencer a Colômbia, a caótica invasão no estádio

Houve de tudo na decisão da Copa América dos Estados Unidos. A começar por uma invasão vergonhosa de torcedores, até pela tubulação do ar condicionado. Despedida de Di María. Contusão de Messi. Mas a Argentina conseguiu vencer. 1 a 0, gol de Lautáro Martínez

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A geração de Messi levanta mais um troféu. Argentina vence sua 16ª Copa América Conmebol

Não há mais como questionar.

A geração de Messi é a mais vitoriosa da história da Argentina.

Venceu, em sequência, Copa do Mundo e duas Copas América.

A segunda foi ontem, em Miami, nos Estados Unidos, derrotando a Colômbia, por 1 a 0.


O gol foi de Lautaro Martínez, artilheiro da competição, apesar de reserva.

O atacante da Inter de Milão recebeu um passe primoroso de Lo Celso, aos seis minutos do segundo tempo da prorrogação.


O gol premiou o time mais intenso, mais objetivo, com plano de jogo mais realista, com muita marcação nas intermediárias.

A Argentina ainda teve Messi sentindo fortes dores na coxa direita e que depois teve que deixar o campo, aos 18 minutos do segundo tempo, por conta de uma forte torção no tornozelo direito, que ficou muito inchado.


O espetacular jogador, de 37 anos, chegou a chorar de desespero com a contusão.

Ele queria seguir em campo, mas não conseguiu.

Além de toda a emoção que envolve a decisão de um torneio tão importante, havia outro ingrediente fortíssimo.

Di María havia decidido se despedir da seleção argentina, por perceber que não conseguia mais jogar no nível que mostrou nos últimos 16 anos. Sim, ele era convocado desde 2008.

E foi o grande coadjuvante da história de Lionel Messi.

Di María foi o grande companheiro de Messi na Seleção Argentina. O adeus foi dado ontem, com o último título

A Colômbia, empolgante surpresa no torneio, ‘roubando’ o protagonismo do Brasil e do Uruguai, não teve espaço para seu jogo leve, de muitas trocas de passes, infiltrações, lançamentos.

De Paul cumpriu muito bem a fundamental missão dada por Lionel Scaloni.

A de não deixar James Rodríguez, principal articulador colombiano, raciocinar.

A marcação foi implacável.

Sem apelar para a violência, o volante do Atlético de Madri travou o maestro de Néstor Lorenzo.

A Argentina entrou em campo para travar o ritmo da final.

Não deixar a Colômbia impor a efetividade do seu meio-campo, com Richard Ríos, Lerma e Arías, que corriam para James Rodríguez servir o efetivo Luiz Díaz, estrela do Liverpool, e Córdoba, artilheiro do Krasnodar, da Rússia.

Aliás, os 22 jogadores que começaram a decisão não atuam em seus países.

O que se viu, ao contrário da final da Eurocopa, foi uma decisão lenta, com muitos erros de passes, bolas longas, sem grandes movimentações táticas.

A Argentina montou a armadilha para travar a Colômbia e conseguiu.

Mas também não mostrou grande poder ofensivo quando tinha a posse de bola.

Muito em função do seu jogador fora de série estar contundido.

Messi se limitava a tocar a bola de primeira, visivelmente se poupando para quando surgisse a chance de dar uma grande arrancada, dar um drible, um passe inesperado.

Só que também foi muito bem vigiado.

Os volantes colombianos não deram espaço.

Di María também não conseguiu ser decisivo nesta final.

O 0 a 0 imperou durante os 90 minutos, com os sistemas defensivos se impondo diante dos ofensivos.

Até que veio a prorrogação.

Com os dois times exaustos.

Um erro poderia colocar tudo a perder.

Foi o que aconteceu quando Castaño foi desarmado por Paredes.

Dele a bola chegou para Lo Celso.

A defesa colombiana estava desarticulada.

Principalmente Cuesta, adiantado.

O meio-campista argentino enxergou o buraco.

E deu um passe espetacular, de primeira, para o letal Lautaro Martínez.

Sozinho, diante do desesperado goleiro Vargas, ele não desperdiçou.

1 a 0 Argentina, aos seis minutos do segundo tempo da prorrogação.

Lautaro Martínez, artilheiro da Copa América, beija o troféu. Marcou o gol decisivo ontem AFA

A Colômbia não teve forças e nem nervos para buscar o empate.

E passou a levantar a bola para a bem protegida área de Emiliano Martínez.

O árbitro brasileiro Raphael Klaus foi muito firme e conseguiu evitar que o jogo descambasse para a briga, como queria, por exemplo, Borja.

O ex-atacante palmeirense entrou em campo completamente desequilibrado.

Mas Klaus conseguiu acalmá-lo.

O jogo foi até o final, com a justa comemoração argentina, melhor seleção das Américas.

Messi estava especialmente emocionado.

Ele sabe o que sofreu nos Estados Unidos, há oito anos, quando, em 2016, foi vice da Copa América.

O título foi do Chile e o meia chegou a dizer que abandonava a Seleção Argentina.

Ainda bem que não cumpriu a promessa.

E pôde comandar o time que fez o que nenhum no seu país conseguiu.

Vencer em sequência duas Copas Américas e uma Copa do Mundo.

Aliás, a Argentina chegou à sua 16ª conquista do torneio, passando o Uruguai, que segue com 15.

A final de ontem começou com 1 hora e 22 minutos de atraso, em Miami.

O motivo foi constrangedor.

A organização da Conmebol não previu uma invasão de milhares de torcedores sem ingresso ao estádio Hard Rock.

Não havia barreiras, fora do estádio, onde apenas quem tem ingresso passa, como nas Copas do Mundo.

O resultado foi que inúmeras pessoas sem ingresso conseguiram entrar para assistir à partida.

Muitas entraram pelo sistema de tubulação do ar condicionado.

Foi caótico.

O policiamento dos Estados Unidos pediu e o jogo foi adiado.

Não é privilégio da Conmebol a desorganização.

Na final da Champions League, em 2022, entre Liverpool e Real Madrid, em Paris, houve invasão de torcedores sem ingresso, também.

A imprensa norte-americana garante que, desta vez, os grandes responsáveis seriam os torcedores colombianos, que não esperavam a chegada para a decisão da Copa América e não compraram ingressos antes.

Mas independentemente da confusão que aconteceu ontem, o título ficou nas mãos de quem merecia.

Da Argentina, que aprendeu a ganhar sob a batuta de Messi.

Time que exala vibração, confiança.

E que sabe o que fazer em campo.

Bem ao contrário do seu rival histórico, o Brasil.

A equipe de Dorival não conseguiu chegar sequer à semifinal da Copa América.

Nem ficar entre os quatro que decidiram o torneio...








Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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