A mais reveladora entrevista de Casagrande. 'Se vacilar, vou para a rua. Igualzinho aos que estão na Cracolândia', diz à Record TV
O comentarista e ex-jogador, que foi demitido da Globo depois de 25 anos, revelou como foi difícil sua recuperação e estar longe da cocaína e da heroína. 'Sou dependente químico', se assume
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"Eu sou dependente químico igualzinho aos que estão lá na Cracolândia.
"Igualzinho.
"Se eu vacilar, se eu não prestar atenção nos meus comportamentos, eu vou pra rua, entende?"
Na entrevista que irá ao ar amanhã, no Domingo Espetacular, da Record TV, Casagrande vai se expor como nunca.
Aproveitando a liberdade de ter saído da Globo, depois de 25 anos, expôs como é difícil para ele ser dependente químico.
Para relembrar sua trajetória com as drogas.
O presidente do Porto, em 2014, lançou o livro 31 Anos de Presidência, 31 Anos de Decisões. E nele escreveu que soube que o atacante havia usado heroína nas veias.
Em 1987.
Na biografia Casagrande e Seus Demônios, publicada em 2013, o ex-jogador confessava o uso de drogas por décadas.
Ele chegou a ser internado, em uma clínica, em 2007. Depois de um grave acidente, que o levou ao coma por 24 horas.
Levou um ano para se livrar do vício em cocaína e heroína.
Se livrar, não.
Parar de usar.
"A dependência química é uma coisa muito louca, não é perceptível para o cara que está usando. Eu me olhava no espelho e me via normal. Para mim, não estava acontecendo nada. Quando eu fui internado, comecei a fazer o tratamento, fiquei quatro meses relutando.
"Na minha cabeça, ainda muito doente, eu pensei: 'Vou parar de pagar a clínica e eles vão me colocar para fora'. Aí eu parei de pagar. Um mês, dois meses... Me lembro muito bem que o psicólogo me chamou em outra sala e perguntou: 'Você acha que vale a pena você voltar para a vida que te trouxe aqui ou você acha que merece dar uma chance para o tratamento?'. Voltei para a sala e caí no choro."
Casagrande seguiu com o tratamento, disse à GloboNews.

O comentarista se assume dependente químico, só tem de estar longe das drogas.
Em 2018, no fim da Copa da Rússia, ele comemorou.
Foi o primeiro Mundial que ele fez sóbrio.
"Faço tratamento para dependência química há dez anos. Um tratamento muito complicado, porque ele não termina. A gente sempre acha que está bom, e de repente acontece alguma coisa que te mostra que você está longe. A minha rotina não é fácil.
"Não usava mais droga, mas o álcool estava presente, e com o álcool vinha aquele pensamento de usar a droga. Me internei por sete meses. No último dia, no embarque para o exterior, falei para mim mesmo: estou indo para a Copa do Mundo para chegar sóbrio, ficar sóbrio e voltar sóbrio", revelou à revista Época, em 2018.
O jogador, que saiu da Globo por insistir em misturar política com futebol, revela que quer seguir trabalhando. E busca um veículo de comunicação para estar no Mundial do Catar.
Revelará na entrevista de amanhã que as redes sociais seguem sendo um grande problema para ele.

"Hoje as pessoas me chamam de viciado, drogado, financiador do tráfico, e acham que é crítica. Isso aí é ataque, não é liberdade de expressão."
Aos 59 anos, ele garante estar aliviado, mais livre para dizer o que pensa, tomar posições em que acredita.
E quer seguir trabalhando.
Ir para o Mundial do Catar como comentarista de um veículo de comunicação.
Já está na rádio FM 89.
E também deseja escrever, seguir com seu blog.
A receptividade a Casagrande é muito grande.
Ele não deverá ter dificuldade em se recolocar.
O narrador Galvão Bueno, cujo contrato com a Globo terminará em dezembro, mandou um recado direto ao comentarista.
"Casão, eu quero te dizer que lembrei bem de sua estreia na Globo, de lá para cá foram seis Copas do Mundo, Olimpíadas, o pentacampeonato... alegrias, tristezas, desentendimentos, tudo o que faz que duas pessoas tem o prazer de trabalhar juntos.
"Quero que você esteja bem, esteja feliz e esteja pronto para encarar um novo caminho que será de muito sucesso. E quem sabe a gente não se tromba nesse caminho?", provocou, enigmático...
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