São Paulo, Brasil
Em votação unânime, o Superior Tribunal de Justiça concedeu habeas corpus para Allana Brittes.
Ela poderá responder em liberdade pelas acusações de fraude processual, corrupção de menores e coação.
Allana é filha de Edison Brittes, assassino confesso do jogador Daniel Correa.
A defesa alegou que ela não oferecia risco à sociedade e que não teve participação no homicídio do jogador.
Ela está detida na Penitenciária Feminina de Piraquara. Divide a cela em que a mãe, Cristiana, pivô da morte de Daniel.
Allana será obrigada comparecer em juízo, não pode ter contato com os demais réus, nem sair de Curitiba.
O resultado é surpreendente.
Primeiro porque, de acordo com todos os depoimentos, ela não fez nada para evitar o crime.
Nem avisou as autoridades depois que Daniel foi morto.
E teve participação direta na coação de testemunhas do assassinato.
Mandou mensagens do seu celular para que participassem de uma reunião com seu pai em um shopping de Curitiba, no dia seguinte à morte de Daniel.
No encontro seu pai exigiu um pacto de silêncio sobre o assassinato.
A testemunha chave, que resolveu quebrar o pacto, Lucas Stumpf, decidiu dar entrevista e se identificar ontem.
Era uma maneira de tentar convencer a sociedade da periculosidade de Alanna. E que ela não deveria deixar a cadeia.
Não deu certo.
Além de ter de responder por raude processual, corrupção de menores e coação, Allana foi quem se comunicou com a mãe de Daniel, horas depois do assassinato.
Ela mentiu, enganou Eliane Correa. Trocando mensagens, garantiu não saber o que havia acontecido com o jogador. E que o procuraria por Curitiba. Mesmo sabendo que havia sido morto por seu pai.
Os cinco cinco ministros da 6ª Turma não tiveram dúvidas em conceder a liberdade provisória para Allana.
O habeas corpus de Allana havia sido recusado pelo TJD.
Mas sua defesa recorreu.
E conseguiu tirá-la da prisão.
De maneira legal.
Essa é justiça no Brasil...