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A injustiça tem nome na história do jornalismo esportivo do Brasil: Mauro Naves

O repórter esportivo que elevou o padrão da reportagem esportiva na tevê. Mauro Naves. Em entrevista franca, ele revela episódios de quando a Globo estava no auge, com o monopólio do futebol

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


São Paulo, Brasil

Foi a notícia mais importante do jornalismo esportivo de 2019. E que deu início a uma revolução na TV Globo. Depois de 31 anos, Mauro Naves foi demitido. E em pleno Jornal Nacional. Situação inédita, que jamais havia acontecido. O anúncio da saída de um repórter pelo principal telejornal da emissora carioca.

Foram duas situações que se juntaram.

Ele ligou para o pai de Neymar e disse que um advogado estava querendo conversar. Porque sua cliente acusava o jogador de agressão. Perguntou se poderia passar o telefone, e o pai do atleta disse que "sim".

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Ele esperava a conclusão da conversa para noticiá-la na Globo. Só que os dois se desentenderam, e o pai de Neymar reclamou publicamente de Mauro.

Mauro Naves. 31 anos na Globo. Formou uma equipe histórica com Galvão, Casagrande e Arnaldo
Mauro Naves. 31 anos na Globo. Formou uma equipe histórica com Galvão, Casagrande e Arnaldo

A Globo passava por enorme crise financeira e iria cortar todos os maiores salários.

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E aproveitou a queixa do pai de Neymar e demitiu Mauro, no Jornal Nacional.

Enorme injustiça.

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Exposição tosca, desnecessária, sem sentido.

Era o início da reformulação no jornalismo esportivo. Por conta de dinheiro. Desprezando o talento.

Mauro representava, ao lado de Galvão Bueno, Arnaldo César Filho, Casagrande e Tino Marcos, uma equipe histórica, fundamental no jornalismo esportivo do país.

O choque segue até hoje, quatro anos depois.

Mauro Naves não quis tocar no assunto nesta entrevista.

Foi respeitado.

Mas a injustiça tinha de ser pontuada, porque conheço detalhes de sua saída, sei da sua personalidade, da enorme credibilidade.

Cobrimos seleção brasileira e clubes por mais de 25 anos.

Ele, na Globo, e eu, no Jornal da Tarde.

Foi, disparado, o melhor repórter da tevê que acompanhei nesta minha carreira de 37 anos. Cansou de dar inúmeros furos e conseguir depoimentos exclusivos.

Mauro só se calou sobre sua saída.

No entanto, a entrevista foi reveladora, mostrou como a Globo trabalhava e se impunha no auge do seu esporte, quando era dona do monopólio do futebol no país.

Hoje está longe dos áureos tempos.

Mauro Naves se reinventou e é um dos grandes comentaristas do país, na ESPN/Brasil.

A conversa, franca, foi uma das melhores, em todos os tempos, do canal do Cosme Rímoli no YouTube.

Todas as semanas, entrevistas com personagens importantes do esporte do país.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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