'A gente não tem dívida.' Gabigol faz pose e tenta disfarçar o vexame. Terceira colocação no Mundial foi pura frustração ao Flamengo
O Flamengo, jogando mal, de novo, venceu o Al Ahly, com ajuda do árbitro. 4 a 2 que não convenceu. Vítor Pereira segue pressionado. Terceiro lugar no Mundial foi vexame para o campeão da Libertadores
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

São Paulo, Brasil
"A gente não tem dívida, a gente tem que trabalhar. Sempre falo antes do jogo para a galera que a gente não escolhe jogo, estamos aqui para representar o Flamengo", teve a coragem de dizer Gabigol, após a partida em Tânger.
Ele sabia muito bem que, diante da perspectiva, o desempenho rubro-negro no Mundial foi vexatório.
Victor Pereira e os jogadores tentaram disfarçar.
Mas a terceira colocação no Mundial de Clubes, depois da controversa vitória sobre o Al Ahly, por 4 a 2, foi uma triste compensação.
A história registrará como um fracasso a ida a Marrocos, em 2023. O clube carioca com seu elenco caríssimo não conseguiu chegar à sonhada decisão contra o Real Madrid.
Derrotado pelo árabe Al Hilal, pelo menos o time de Vítor Pereira teve a dignidade de lutar, esquecer a frustração de não lutar pelo bicampeonato mundial, e vencer o jogo obrigatório, contra o egípcio Al Ahly.
Mas o futebol foi muito fraco, com falhas sistemáticas no setor defensivo.
E o clube carioca teve a ajuda do árbitro Mustapha Ghorbal.
O Flamengo perdia por 2 a 1, se desesperava, quando Pedro foi lançado e disputou bola com o lateral Khaled. O juiz deveria ter dado cartão amarelo, mas optou, exageradamente, pelo cartão vermelho. Toda a partida estava mudada.
O clube brasileiro ficou com um jogador a mais. E, mesmo assim, sofreu para vencer os egípcios por 4 a 2, encerrando de forma constrangedora sua participação no Mundial.
"O Flamengo está em um processo de construção de tipo de jogo, que tem um mês e poucos dias de trabalho. Naturalmente não é perfeito, está em evolução. Acredito que em uma semana estaremos melhores, em duas semanas ainda melhores.
"Os erros são naturais de quem está a crescer. São erros de crescimento que, naturalmente, vão acontecer. O importante é sentirmos que estamos evoluindo", disse Vítor Pereira, ciente da desilusão que foi a competição para o atual campeão da Libertadores.
A vitória pálida, enganosa, apenas diminuiu a pressão. Mas a cobrança para o treinador seguirá enorme.

Já daqui a dez dias o Flamengo começará a disputar a Recopa Sul-Americana, diante do Independiente del Valle. Com a obrigação do clube rubro negro vencer a equipe equatoriana.
A esperada revolução tática com a chegada de Vítor Pereira não aconteceu.
Pelo contrário até.
Se com Dorival Junior o time era mais simplório, previsível, com os jogadores nas suas posições, com Vítor Pereira, o Flamengo se tornou muito ofensivo, mas sem poder de recomposição. Time espaçado e muito falho na cobertura dos laterais que têm a obrigação de atuar como se fossem pontas, quando o time ataca.
Com a troca obrigatória, de Gerson, suspenso, por Vidal, o meio-campo carioca seguiu exposto. O chileno e Thiago Maia não conseguem marcar forte e o Al Ahly teve muita liberdade, como o Al-Hilal, para organizar seus contragolpes.
O jogo foi uma sequência de viradas.
O Flamengo saiu na frente, com um gol de Gabigol, de pênalti em Varela. Tomou a virada por dois gols de Abdelkader. Pedro empatou, graças à ajuda do árbitro argelino, que deixou o Flamengo com um a mais. Pedro marrcou 3 a 2. E Gabigol, de pênalti, outra vez, fez 4 a 2.
A comemoração rubro-negra foi tímida, tensa.
Estava claro que todos sabiam da desilusão.
Terceiro lugar foi muito pouco para a ambição rubro-negra.
Não houve nem a decisão contra o Real Madrid.
Talvez o time tenha escapado de um vexame ainda maior.
Na prática, a situção é fácil de resumir.
Mais um Mundial desperdiçado pelo Flamengo.
Resta saber se o fracasso influenciará o resto da temporada...