A força gigantesca do elenco do Chelsea tirou o Mundial do Palmeiras. Chelsea 2 a 1
O Palmeiras foi valente, tático, só que segue sem Mundial. O poder técnico dos titulares, e dos reservas, do Chelsea se impôs. O time de Abel Ferreira resistiu até os nove minutos do segundo tempo da prorrogação
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
O sonho acabou.
O Palmeiras não conseguiu ser campeão do mundo nos Emirados Árabes.
Caiu na decisão do título.
Conseguiu travar a superioridade técnica até os nove minutos do segundo tempo da prorrocação.
Quando o time inglês mais pressionava, sem organização, na base de cruzamentos para a área, veio o pênalti de Luan, que tocou o braço em chute de Azpilicueta.
O alemão cobrou, deslocou Weverton e acabou com a esperança do time brasileiro.
Vitória do Chelsea por 2 a 1.
O Palmeiras foi ao seu limite.
A vitória inglesa foi conquistada por conta da força de seu elenco. Quando os titulares se cansaram, cinco reservas entraram e, com novo fôlego, conseguiram superar a forte marcação palmeirense.
A força bilionária dos ingleses se impôs.
Abel Ferreira não teve a mesma munição. Ao trocar seu time, o nível técnico caiu demais.
Daí a opção apenas por se defender.
Até que veio a derrota dolorida.
É a segunda vez que o Palmeiras perde a decisão de um Mundial. A primeira foi em 1999, para o Manchester United.
O clube segue sem vencer a competição.
Nos 90 minutos, a igualdade.
Aos nove minutos do segundo tempo.
Kovacic desce pela esquerda. E serve para Hudson-Odoi. Foi uma das raríssimas vezes em que Rony não acompanhou o lateral. Gustavo Gómez, que tinha a missão de encaixotar Lukaku, com Luan, foi para a cobertura. O paraguaio não conseguiu chegar. E o cruzamento foi feito com perfeição.
A bola chegou à cabeça do belga de 1m90. Se antecipou a Luan. Foi a primeira vez que ele conseguiu concluir como queria. A testada foi violentíssima e beijou, cruel, as redes de Weverton.
1 a 0, Chelsea.
O Palmeiras desmoronava emocionalmente. O time inglês poderia ter se aproveitado. Ganhava espaço na intermediária, na defesa de Abel Ferreira.
Quando a situação parecia mais do que desanimadora, aos 16 minutos, a bola foi cruzada para a área do Chelsea. Gustavo Gómez ganhava de Thiago Silva, mas estava com o corpo torto, sem a possibilidade de cabecear para o gol.
Foi quando o titular de Tite resolveu fazer o que já havia feito na Copa América de 2015, contra o Paraguai, que custou a eliminação do Brasil. O zagueiro, inexplicavelmente, deu um tapa absurdo na bola.
Pênalti.
Presente tosco e inesperado para o Palmeiras.
A cobrança de Raphael Veiga foi perfeita, deslocando Mendy, o melhor goleiro do mundo, pela Fifa, em 2021. 1 a 1.
O Palmeiras renascia na disputa do título mundial, nos Emirados Árabes.
Foi a vez de os ingleses se abaterem com o gol bobo que sofreram.
Aquela altura, Jailson já havia entrado no lugar de Zé Rafael, dando mais vibração na marcação da intermediária.
O jogo ficou ainda mais favorável aos brasileiros, com a saída dos desgastados Lukaku e Hudson-Odoi, que davam enorme trabalho à zaga palmeirense.
As chances de gol rarearam.
Vinha a prorrogação.
Os primeiros 15 minutos do tempo extra foi muito disputado. Com o Palmeiras recuado e o Chelsea com posse de bola, mas sem penetração. O que houve foi muita briga nas intermediárias e nenhuma criatividade.
Assim como Rony, Dudu deixou o time pelo mesmo motivo. Desgaste. Se Rony teve de se virar como marcador de ala, Dudu teve de atuar como atacante de referência, correndo de um lado para outro. Não suportou. E foi substituído.
E o Palmeiras tinha mais força física.
Abel Ferreira não tinha saída nesta final.
Ele tinha de usar a inteligência diante do Chelsea, nitidamente equipe superior à brasileira. Com o dinheiro do bilionário russo Roman Abramovich, o clube inglês montou uma seleção mundial. Que venceu o título mais desejado em Londres, a Champions League, em 2021.
O time de Thomas Tuchel esbanjava talento e atitude no início da partida. Assumia o controle do jogo. Não só pelo maior poderio técnico. Mas pela postura inteligente de Abel Ferreira. O português fazia seus jogadores atuarem em duas linhas. Uma de cinco e a outra de quatro.
O treinado era permitir que os zagueiros, principalmente Thiago Silva, articulassem à vontade na intermediária do Palmeiras. Abel queria, e conseguia, encaixotar Lukaku. Os ingleses, atuando no seu tradicional 3-4-3, se debatiam para tentar, sem sucesso, abrir espaço para finalizar, chutar ao gol de Weverton.
E insistiam em cruzamentos que frustravam e cansavam os já desgastados britânicos, que precisavam correr para evitar os contragolpes brasileiros, que tinham como objetivo os velocistas Dudu e Rony. Raphael Veiga e Gustavo Scarpa se sacrificavam pelo time, atuando como volantes.
O plano de Abel deu certo, como comprovam os números. O Chelsea teve 70% de posse de bola, e o Palmeiras, só 30%. Mas os arremates a gol foram nove para o time inglês e sete para os brasileiros, muito mais objetivos, portanto.
No segundo tempo, o Palmeiras lutou e chegou a igualar a decisão.
Vieram os gols.
Mas também as entradas de Tuchel. Sarr, Ziyech, Saúl, Werner. Pulisic já havia entado no lugar de Mount.
Não havia como o Palmeiras responder à altura.
E o título mundial escapou, de novo.
Mas o trabalho de Abel Ferreira foi brilhante...
Vice-campeonato do Palmeiras amplia jejum de títulos do Brasil no Mundial
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