A constrangedora festa de 30 anos do tetra mundial em uma churrascaria e a acusação de Bebeto: ‘CBF nos fechou as portas’
Segundo os jogadores, campeões mundiais nos EUA, a confederação não quis comemorar os 30 anos do título, e a solução foi se juntar em restaurante, que bancou reencontro dos atletas. Vergonhoso
Ednaldo Rodrigues é inimigo de Ricardo Teixeira.
Eles já foram muito próximos.
Mas Ednaldo acredita que Teixeira, ex-presidente da CBF, estava por trás do movimento que quase o destituiu no ano passado.
Não iria celebrar um feito do desafeto.
Vários jogadores da Seleção Brasileira que conquistou o tetra, em 1994, criticam a atual administração do futebol brasileiro.
Ainda mais o protecionismo a Neymar, que segue com privilégios ao longo de 13 anos, sem o sonhado resultado prático: a conquista de uma Copa.
Esta é a explicação para o grupo que tentou, junto à CBF, uma grande festa para celebrar o título conquistado nos Estados Unidos, há 30 anos.
O Brasil estava há 24 anos em jejum, sem ganhar um Mundial.
Daí, os atletas campeões tiveram de apelar à generosidade de uma churrascaria, no Rio de Janeiro, para celebrar, de maneira constrangedora, pequena, o título tão importante, que mobilizou o país (veja as fotos abaixo).
“Estamos aqui, a CBF não abriu as portas, mas o Outback abriu. É triste a gente falar. Como a Confederação Brasileira de Futebol não faz uma festa, nem que seja pequena? Se eles [Ednaldo e seus companheiros de direção] estão ali, é por causa da gente. Que eles lembrassem da gente”, desabafou Bebeto.
A ‘churrascada’ foi ontem à noite, quase de forma clandestina.
Sem o mínimo da ‘loucura’ que foi 30 anos atrás, quando Brasil parou para celebrar a conquista.
O ex-presidente Ricardo Teixeira, banido do futebol pela Fifa pelo resto da vida, acusado de corrupção, não quis falar com a pouca imprensa que estava na churrascaria ontem.
Teixeira segue muito ressentido e se sente perseguido pela imprensa nacional.
O treinador Carlos Alberto Parreira também esteve no evento.
Nacionalista, ele não aceita a ideia de um treinador estrangeiro dirigindo o Brasil.
E defendeu Dorival Júnior.
Como já defendeu Felipão, Dunga, Tite e Fernando Diniz.
Os jogadores fizeram questão de levar a faixa em homenagem a Ayrton Senna, que ergueram na conquista do tetra.
“Senna… Aceleramos juntos. O tetra é nosso.”
O piloto havia morrido pouco antes da Copa.
Ele tinha ido a um amistoso do Brasil contra o PSG, em Paris, 11 dias antes do Mundial e conhecido os jogadores, além de passar a confiança de que seriam tetracampeões.
Romário e a maioria dos atletas que venceram nos Estados Unidos estavam na celebração.
O grande responsável pela conquista fez questão de ‘dar a fórmula para o Brasil voltar a ganhar uma Copa’.
O time ‘jogar para Neymar’.
“A história das seleções campeãs está aí. 70 foi Pelé, 94 foi o Romário, 2002 foi o Ronaldo… E se não jogarem para o Neymar, o Brasil não vai ser campeão. Simples assim. Ele já disputou duas ou três Copas, mas não jogaram para ele. Enquanto não jogarem para ele, enquanto não entenderem que ele é o ‘cara da diferença’, vão continuar se fo...”, resumiu Romário.
A festa acabou constrangedora de tão minúscula, diante do significado da conquista.
“A CBF nos fechou as portas”, repetia Bebeto…
Ignorada, seleção do tetra festeja 30 anos com ‘te amo’ de Romário a Bebeto:
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