A Argentina deu uma aula para o Brasil. 3 a 0 na Croácia. Finalista da Copa do Mundo. Messi vibrante, convicto. Líder, de verdade
Com um esquema tático muito bem montado, sem afobação, controle emocional, técnica e velocidade, a Argentina destrocou a Croácia. Messi marcou um de deu uma assistência. 3 a 0 foi pouco
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

Doha, Catar
A Argentina de Lionel Scaloni deu uma lição ao Brasil de Tite.
Dobrou a Croácia com coragem, coração, estratégia e controle emocional.
Com Messi assumindo a liderança, conduzindo o time argentino à final da Copa do Mundo do Catar.
Venceu com autoridade o time que tirou o Brasil do Catar.
3 a 0, sem dar a menor chance aos croatas.
O seis vezes melhor do mundo marcou um gol e deu uma assistência empolgante.
Mesmo jogando com incômodo na coxa esquerda, com dores.
Julian Álvarez foi o coadjuvante perfeito.
Sofreu um pênalti e ainda marcou dois gols.
Álvarez tem apenas 22 anos.
Messi terá sua segunda e última chance de se igualar a Maradona.
Ser campeão com a camisa argentina.
E ainda estar na frente de Mbappé na briga para ser o melhor jogador do mundo, segundo a Fifa, que levará em conta o torneio na Ásia, e não a Champions League, como a France Football.
Lionel Scaloni decorou como a Croácia travou a criatividade brasileira.
E explorou a falta de variação tática do time de Tite. E o fraco emocional.
Tratou a intensidade com intensidade. Contragolpes em velocidade com contragolpes em velocidade. Marcação em linhas próximas com marcação em linhas próximas.
Com a grande diferença de que os argentinos estavam mais confiantes e vibrantes e mostravam mais talento na solução das jogadas. Modric tentava se desdobrar, como sempre, mas seu time não conseguia acompanhá-lo.
Zlatko Dalic viu, aos poucos, seu time atuar como o Brasil. Tinha a posse de bola inútil. E era atraído pelo argentino, que explorava o jogo com velocidade, e não com tentativas de dribles para agradar à torcida. O time mostrava objetividade. Sabia o que fazer com a bola.
Messi era mais uma peça do conjunto. Especial, talentosa, e com a raiva especial de quem já ganhou seis Bolas de Ouro mas não conseguiu sair da sombra da injusta comparação com a qual convive desde que começou a se destacar como o melhor do mundo no Barcelona: Diego Maradona.

No 4-4-2 clássico, de preenchimento de espaços e vibração, e sem desespero como os brasileiros, a Argentina travou a Croácia.
A partida aos poucos foi se abrindo. Com o time europeu tentando ser dominante. Pagou caro pela ousadia. Aos 31 minutos, Enzo Fernández descobriu Álvarez por trás da zaga. O veloz atacante chegou antes de Livakovic. O goleiro derrubou o argentino.
Pênalti.
Messi não titubeou.
Bateu firme para a rede, com convicção.
1 a 0, Argentina.
O estádio Luseil tremeu. 80% dos torcedores eram argentinos.
A Croácia ficou aturdida com o golpe.
O 4-5-1 versátil se desmanchou.
O time avançou de forma desordenada.
Era tudo de que a Argentina precisava.

E, em uma arrancada corajosa, em velocidade, em contragolpe, trombando com a zaga e contando com uma falha bizarra do fraco Sosa, que errou a bola, Álvarez marcou 2 a 0.
Aos 38 minutos, o finalista já estava definido.
A Croácia seguiu sem forças ou maneira de escapar do domínio argentino.
No segundo tempo, o time europeu fez sua obrigação, adiantou seu time, buscando uma improvável virada.
Mas a Argentina seguiu muito bem postada.
Sem tentar fazer o que não precisava, como desarmar seu ótimo esquema.
E, aí, foi a hora de Lionel Messi brilhar.
Ao receber na direita, ele humilhou Gvardiol e rolou a bola para, de novo, Júlian Álvarez marcar.
3 a 0, aos 23 minutos do segundo tempo.
A Croácia até tirou Modric, poupou-o para a disputa do terceiro lugar.
Já a Argentina seguiu confiante, firme, mostrando por que é uma das finalistas deste Mundial do Catar.
Ou seja, fez hoje tudo o que o Brasil não fez na semana passada, contra os mesmos croatas.
Tática, personalidade, vibração, controle emocional.
Tudo em razão do time.
Não de um jogador só.
Lionel Scaloni deu uma lição a Tite...