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A alegria e a agonia de Basílio. Segredos do homem mais importante da história moderna do Corinthians

Em entrevista exclusiva, o jogador que acabou com o jejum de 23 anos sem títulos do Corinthians, revela bastidores inéditos da conquista. Chora e mostra o quanto foi importante sua parceira, Cecília, na carreira, na vida

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Já se passaram 47 anos.

Mas o lance se eternizou. Emociona a quem o vê hoje, pelo peso, pelo significado. Inspirou livros, filmes, documentários. Não há quem acompanha futebol que não tenha visto esse gol. João Roberto Basílio se emociona ao lembrar do lance mais marcante não só da sua carreira. Mas da história do Corinthians. O gol que marcou, aos 37 minutos do segundo tempo, na decisiva partida final do Campeonato Paulista de 1977.

A batida de ‘bate pronto’ que estufou as redes de Carlos, excelente goleiro da Ponte Preta, que acabou com 23 anos de jejum do Corinthians. Por trás daquele chute há muitas histórias desconhecidas. Reveladas agora em entrevista exclusiva.

“Eu nem deveria ter ido para o Corinthians. Já tinha sido vendido da Portuguesa para o Santos. Fui para a Vila Belmiro, assinei contrato. Só que meu pai já havia acertado minha ida ao Corinthians. Voltei para Santos, pedi desculpas, e a negociação foi desfeita. Eram outros tempos.” Aos 75 anos, Basílio lembra do olhar de confiança do treinador Oswaldo Brandão. E a premonição que ele teve.

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Basílio detalha, de forma exclusiva, como foi o fim da agonia do Corinthians. O primeiro título depois de 23 anos

“O Brandão era uma pessoa espiritualizada. E disse que recebeu uma mensagem que eu faria o gol acabaria com o jejum do Corinthians. Foi exatamente como ele disse que seria.” Depois de muita insistência, ele revelou que a premiação pelo título não foi ‘tão grande’, milionária, como foi divulgado, na época.

“O presidente Vicente Matheus não era mão aberta, não. Foi mais ou menos, R$ 200 mil, para cada um, dinheiro de hoje. E vou falar a verdade, não tinha a dimensão, na época, do que meu gol representaria na história do Corinthians.”

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Jogador talentoso, inteligente, de passes curtos, cujo estilo lembrava o de Iniesta, Basílio esteve envolvido em outra partida histórica. A que acabou na divisão do título paulista de 1973, entre Santos e Portuguesa.

“Foi uma história muito engraçada. Nós empatamos e fomos para a disputa por pênaltis. Perdemos os dois primeiros (Isidoro e Calegari). O Santos marcou os dois (Carlos Alberto Torres e Edu). Quando o Wilsinho, que era nosso jogador, bateu o dele no travessão, o Pelé começou a comemorar. Ele seria o próximo a cobrar, mas errou nas contas. Os outros atletas do Santos foram comemorar com ele. E o juiz, o Armando Marques, foi na onda e encerrou a decisão.

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“Eu iria cobrar. Mas como ‘estava acabada’ a final, fui parabenizar os meus amigos do Santos. Foi quando me chamaram para ir embora. O Oto Glória, nosso treinador português, percebeu o erro. E a Portuguesa deixou o Morumbi. Obrigando a divisão do título. O que foi ótimo para nós. Faltava o próprio Pelé para cobrar. A nossa derrota era certa.

“O Armando Marques nos salvou, em um dos piores erros de arbitragem de todos os tempos.”

Basílio relembra que o bairrismo, a proteção aos jogadores do Rio de Janeiro, tirou suas chances de Seleção Brasileira. Foi trabalhar como treinador, mas não se adaptou. Hoje comanda o Masters do Corinthians. Sua grande tristeza é ter ganho um busto no Parque São Jorge.

Uma das maiores emoções dos 75 anos de Basílio. Seu busto no Parque São Jorge

Ter sido eternizado foi das maiores honras da vida. Mas lamenta que a pessoa que mais brigou para que existisse o busto, não conseguiu vê-lo. “Minha mulher Cecília morreu antes, na pandemia, de Covid.” Basílio diz, chora, de saudade.

“É muito difícil para mim viver sem ela. Foi fundamental na minha vida.

" Mas eu a sinto presente, todas as vezes que vou ver o meu busto, que ela tanto queria.

“O Corinthians não só mudou. O Corinthians virou a minha vida.”

A entrevista exclusiva está no canal do Cosme Rímoli e do R7 no YouTube.

A cada semana há um personagem importante do esporte...

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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