50% foi blefe. Clubes propõem 25% a menos aos jogadores. Coronavírus
Por conta da paralisação pela pandemia, dirigentes se reuniram e propuseram pagar 25% a menos aos atletas. Clubes estão atolados em dívidas
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Primeiro, foi um blefe.
Dirigentes dos principais clubes do Brasil se reuniram.
Tinham de decidir o que fazer com a paralisação do futebol no país, por conta do coronavírus.
Ninguém no mundo é capaz de ter a certeza quando a pandemia irá acabar.
Mais um, dois, três, quatro meses sem jogos e os clubes sofreriam um enorme baque.
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Sem arrecadação, sem transmissão, sem prêmios da Conmebol, da CBF, das Federações.
Quando patrocinadores começaram a romper seus contratos, a situação ficou insustentável.
E os dirigentes brasileiros decidiram blefar.
Avisar aos jornalistas que haviam chegado a um consenso.
Os clubes da Série A, B e C dariam 30 dias de férias compulsórias aos jogadores. E a partir do 31º dia, se a pandemia não acabasse, os atletas passariam a receber 50% dos salários e direitos de imagem.
Se, depois de um mês, o futebol seguisse paralisado, os clubes teriam o direito de suspender os contratos com os jogadores.
Eles simplesmente perderiam a validade.
A suspensão do contrato valeria para quem recebe mais de R$ 50 mil mensais.
Houve uma revolta generalizada.
Vários atletas dos grandes clubes, bem assessorados por agentes e advogados, já se preparavam para uma 'guerra' civil. Buscariam o apoio dos sindicatos e entrariam na justiça. Afinal, todos têm contratos assinados com as equipes.
Diante da postura firme dos atletas, nova reunião aconteceu ontem.
E a Comissão Nacional dos Clube procurou a Federação dos Atletas Profissionais de Futebol, que teoricamente defenderia os jogadores.
Em vez do blefe, uma proposta mais razoável.
Pagamento integral de março, mesmo com o futebol interrrompido.
Redução de 25% dos salários dos atletas.
E vinte dias de férias compulsivas em abril.
E apenas dez dias de descanso, entre o final de 2020 e o começo de 2021.
Acaba a ideia de suspensão de contratos.
Os atletas receberiam seus salários com o desconto de 25%, enquanto não houver possibilidade de acontecerem os jogos.
Essa proposta é mais factível.
A Federação dos Atletas Profissionais de Futebol deve convocar uma reunião com jogadores de todo o Brasil para discutir o que os clubes oferecem.
Embora alguns atletas se revoltem com a possibilidade de redução de 25% dos salários, há a possibilidade de contraproposta.
E acordo.
Administrados de forma amadora, a maioria dos clubes tem dívidas milionárias. Principalmente as grandes equipes.
Daí não adiantou só o governo abrir mão de receber o Profut nos meses sem futebol.
Mas é pouco.
Os dirigentes alegam que não podem seguir pagando os jogadores sem partidas.
A CBF lava as mãos.
E deixa os clubes e os atletas tentarem se entender.
Outra oportunidade que o presidente Rogério Caboclo despediça.
A hora seria de um grande líder no futebol deste país.
Ele segue sem aparecer...
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