Vinícius Júnior, Paquetá e Rodrygo. Para escapar de Neymar
Tite priorizará novos jogadores com potencial para acabe a postura de refém da Seleção. Ficar na dependência do instável Neymar trava o Brasil
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
Moscou, Rússia
Vinícius Júnior, Rodrygo e Lucas Paquetá.
Essas são as três primeiras apostas que Tite analisará para parte fundamental da renovação da Seleção.
E já para a Copa América de 2019, no Brasil, que servirá de laboratório, teste para vários atletas. Renovação da geração que fracassou em 2014 e 2018.
O treinador que, dentro em breve confirmará sua sequência no comando do time brasileiro, quer algo que classifica com todo o cuidado, para auxiliares, como jogadores para ajudar Neymar. Atletas com potencial para dividir a responsabilidade com o camisa 10 em campo.
Na verdade, de forma direta, Tite busca o que parece ser uma maldição. Desde Mano Menezes, Felipão, Dunga e ele próprio, aqui na Rússia, o fim da absoluta dependência de Neymar.
O treinador percebeu durante o Mundial o quanto o jogador segue imaturo, despreparado psicologicamente para as críticas, não suporta a pressão de ser protagonista. E pior, o quanto influencia atletas que o enxergam como líder. Como Phillipe Coutinho, Willian, Roberto Firmino, Gabriel Jesus.
Foi como se todo o sistema ofensivo brasileiro tivesse a obrigação de procurar o jogador do PSG, o que facilitou a marcação dos adversários. Eles tinham a certeza que a bola iria para Neymar.
Tite sabe que no cenário atual ainda não existem brasileiros com o potencial de Neymar. Mas precisa de atletas com personalidade, talento e futebol suficientes para tentar as jogadas sem a bênção de ninguém.
Vinícius Júnior só não veio para a Rússia porque recusou convocaçao para disputar o Mundial sub-17, em 2017. Tite e Edu Gaspar lamentaram porque iriam analisar a personalidade do atacante do Real Madrid. Para complicar ainda mais as coisas, os treinadores do Flamengo utilizaram muito pouco o garoto.
Agora, com 18 anos e passando a ter a rotina como jogador do Real Madrid, e com quatro anos até a Copa do Catar, há a esperança que o atacante desabroche. Consiga mostrar todo seu talento também com a Seleção. Sem pressa, sem jogar responsabilidade demais sobre suas costas.
Mas do trio é o que tem mais recursos técnicos, mais repertório para ser uma opção a Neymar, na Copa de 2022, com 22 anos.
Aos 20 anos, também está na Gávea um atleta que tem a confiança do treinador. A ponto de fazer parte da lista dos que poderiam substituir os 23 convocados para a Copa do Mundo.
Meia atacante versátil e de gênio forte, capaz de encarar adversários e até companheiros que reclamam do seu futebol, ele também será trabalhado para tornar o ataque brasileiro menos previsível, mais objetivo. Ele foge do perfil 'bom moço' dos jogadores como Willian, Roberto Firmino, Gabriel Jesus. O que pode ser benéfico.
Lucas Paquetá é vibrante, intenso. Jogador moderno taticamente, capaz de desempenhar várias funções do meio para a frente.
O terceiro, mais jovem, se trata de Rodrygo. O atacante de 17 anos, vendido do Santos para o Real Madrid, por R$ 145 milhões. Habilidoso, veloz e imprevisivel, agrada por sua técnica diferenciada. Ainda imaturo, pela idade, será acompanhado de perto nestes 11 meses que faltam para a Copa América.
O que já fez pelo time principal do Santos provocou um leilão entre Barcelona e Real Madrid. Tite percebeu durante a Copa que precisa de ideias novas. A possibilidade de formar jogadores exatamente como ele deseja do meio para a frente é um ponto a favor de Rodrygo.
Assim como o fato dele seguir atuando pelo Santos, até o meio do próximo ano, e não ficar apenas na reserva do Real Madrid ou emprestado a um time menor europeu tem peso significativo.
Além disso, as observações de jovens atletas brasileiros por todo o mundo seguirá.
Renovar será a o verbo mais usado pelo treinador.
Mas o que ele quer, na verdade, é formar um time que não seja mais refém de Neymar.
Tite percebeu na Rússia o quanto essa dependência atrapalha.
E isso vai acabar
Se não for com esse trio, será com outros atletas.
O técnico não quer mais seguir refém do problemático Neymar...