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Cosme Rimoli Copa 2018
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O mal que Neymar faz para a Seleção Brasileira

Por trás da brincadeira 'Neymar challenge' há uma corrosiva crítica pela maneira que o mundo, que os árbitros passaram a enxergar a Seleção

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli


As simulações de Neymar viraram piada no mundo todo. E prejudicam a Seleção
As simulações de Neymar viraram piada no mundo todo. E prejudicam a Seleção

Moscou, Rússia

O Brasil não teve nenhum pênalti marcado a seu favor na Copa da Rússia. Inúmeras divididas que poderiam ser interpretadas como faltas não foram marcadas.

A Seleção que utilizou como lema neste Mundial, 'gigante pela própria natureza', deixou a Europa como o 'time da simulação'.

O 'Neymar challenge' ou o 'desafio Neymar' domina a Internet. Crianças e adultos do mundo todo simulam de maneira bizarra sofrerem faltas e rolam pelo chão, juntos, fingindo sentirem dor.

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O Brasil atual virou motivo de chacota, piada.

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Deixou de ser sinônimo de drible, conquista, veneração.

É constrangedor.

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Por trás da diversão, há algo muito sério.

De maneira fria, Neymar é o terceiro melhor jogador do mundo. Só fica atrás de Cristiano Ronaldo e Messi, no talento. A cinco meses de chegar aos 27 anos, ele sonha em se tornar o primeiro. 

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Só que a Europa é rígida em relação aos atletas que simulam faltas. Se no Brasi é esperteza, malandragem enganar o árbitro, aqui é pura desonestidade. É execrável. Inaceitável.

A Fifa e a revista France Football, donas das premiações mais respeitadas ao melhores jogadores, estão fincadas no coração europeu. Nas votações de jogadores, técnicos e jornalistas a simulação é castigada. 

Neymar deixa a Copa como sinônimo de fingimento.

E isso atingiu diretamente a Seleção Brasileira.

Os árbitros pensaram duas, três, dez vezes antes de marcar faltas não só em Neymar. Era como se todo o time de amarelo fosse composto por atores acrobatas. Faltas importantes em outros jogadores, na dúvida, não foram marcadas. Mesmo com o uso do árbitro de vídeo.

Niguém quer ser enganado, com o jogo sendo mostrado para todo o mundo.

Sem exceção: Suíça, Costa Rica, Sérvia, México e Bélgica reclamaram, protestaram, fizeram escândalos durante os jogos contra o Brasil, alertando a arbitragem das simulações de Neymar. 

Ele está marcado.

E também marcou a Seleção Brasileira.

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Redes de televisão do mundo todo, até mesmo a estatal russa RT, mostraram imagens nos últimos dias do "Neymar challenge". Em vez de um gol coordenado, como o de Carlos Alberto, na Copa de 70, ou o chapéu no zagueiro suíço, dado por Pelé, em 1958, o lance que marcou a passagem do Brasil por esta Copa é Neymar rolando e gritando pelo chão, simulando estar sentindo fortes dores.

Em vez de o mundo se compadecer, ri.

Ironiza a tentativa de enganar o árbitro.

O jogador mais caro do mundo não prejudicou só sua imagem.

Na prática, prejudicou a Seleção. 

As simulações de Neymar atingem o Brasil como um todo. O time é visto com desconfiança
As simulações de Neymar atingem o Brasil como um todo. O time é visto com desconfiança

Mano Menezes, Felipão, Dunga e Tite não tiveram o que fazer. Como conter o talentoso e mimado jogador. Todos ficaram ao seu lado. O defenderam além até dos seus princípios éticos. Porque precisavam do poder técnico impressionante de Neymar. Não por convicção.

Não há um acordo mundial para perseguir Neymar, como ele acredita. É ele que se coloca nessa situação infantil, desmoralizadora.

Só que a brincadeira acabou. O Brasil fracassa desde 2002. São 16 anos sem conquistar uma Copa. O país que posa como se fosse o 'dono do futebol'.

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Não há planejamento profundo, reformulação tática, renovação de peças da Seleção Brasileira que dê certo, se Neymar não se corrigir. Ele é peça fundamental para Tite ou qualquer outro treinador que estiver no comando do time para 2022. 

Se o camisa 10 seguir agindo como nos juvenis do Santos Futebo Clube, será difícil escapar do fracasso também no Catar. 

O Santos tem severa concorrência do Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Fica no litoral, distante cerca de 100 quilômetros da capital paulista. Seu estádio ultrapassado, encalacrado entre casas. O poderio econômico fica prejudicado pelos concorrentes. A saída está no excepcional trabalho de garimpagem de garotos. 

No entanto, a dependência do talento excepcional de algum menino, é exagerada. São tratados como enviados dos céus. Desde meninos muito mais dinheiro que os demais, fecham patrocínio com fabricantes de material esportivo, alguns chegam a ter seus nomes em chuteiras, com 15, 16 anos.

O Santos se tornou uma máquina de fábricar narcisistas, egocêntricos. Foi assim como Robinho, Diego, Jean Chera, Gabigol, Paulo Henrique Ganso e Neymar. Cada um reagindo de maneira distinta ao dinheiro, à paparicação. 

Infelizmente para o futebol brasileiro, o mais talentoso é o pior.

Para fechar o quadro e demonstrar que nada acontece por acaso, as quedas e as simulações de Neymar foram aprendidas ainda quando menino. Foi o seu próprio pai, ex-jogador que não deu certo, quem o ensinou a defender suas canelas finas. Ele tem um reflexo impressionante. Percebe em décimos de segundos que a pancada vai chegar. O que ele faz? Tira os pés do chão, evita que eles estejam sustentando seu peso, para evistar danos nas articulações e ossos. E se atira, rolando no gramado. 

O Brasil está perdendo o respeito ao seu futebol no mundo. Seu ídolo tem culpa
O Brasil está perdendo o respeito ao seu futebol no mundo. Seu ídolo tem culpa

Neymar tem dez anos de carreira profissional. Mais cinco como jogador de futebol de salão e categorias menores. É uma defesa, reflexo condicionado há 15 anos. Mais da metade de sua vida.

Quantos pênaltis, quantas faltas simulou? 

Quantos cartões para os adversários não conseguiu?

Quantos árbitros não enganou?

Esse tempo acabou.

Para ele.

E para a Seleção Brasileira.

Antes quem passeava pelo Exterior com a camisa amarela ouvia: "Pelé, Ronaldo, Romário, Ronaldinho". E em seguida, o sorriso acompanhado do sinal de positivo.

Aqui na Rússia, quando as pessoas percebem que estão falando com um brasileiro, falam Neymar, colocam as mãos sobre os joelhoes e fingem mancar. Taxistas e crianças estão se especializando na triste imitação.

Por trás da piada, há algo muito ruim.

O estereótipo. 

A Seleção Brasileira sonha em voltar a ser a primeira do mundo.

Só que vive este dilema.

Seu maior talento é um especialista em simulação.

Desmoralizado por todo o mundo.

Marcado pelos árbitros como se tivesse uma tatuagem na testa.

Que ele mesmo colocou.

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E que se espalha como uma doença ao outros jogadores.

Tite ou quem quer que seja terá de ter coragem.

Encarar Neymar e fazer com que acabe o fingimento.

Chega. 

Já passou do insuportável.

Ou o Brasil seguirá estagnado, amarrado a um jogador infantilizado.

Que valoriza mais a simulação do que um gol.

Este Neymar nunca será o melhor jogador do mundo.

E nem a Seleção ganhará a Copa enquanto depender dele...

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