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O mais fraco presidente da CBF. De toda a história

O paraense Antônio Nunes é apenas uma figura simbólica. Evita os jornalistas e é evitado por presidentes das federações na Rússia. Deprimente

Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli

O presidente da CBF com menos poder na historia, Antônio Nunes
O presidente da CBF com menos poder na historia, Antônio Nunes O presidente da CBF com menos poder na historia, Antônio Nunes

Moscou, Rússia 

"Tá mamando,né?" 

E um tapa seco nas costas arqueadas pelos 82 anos.

O coronel Antônio Nunes olhou para o engenheiro eletricista Alexandre Nazareno. Não acreditou na ironia, dita em voz alta no caríssimo restaurante Strogonof Steak House, em São Petersburgo.

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E Nazareno seguiu falando cada vez mais alto. O assesssor e protetor pessoal do presidente da CBF, Gilberto Barbosa, resolveu interferir.

"Cale a boca e saia daqui", gritou. Alexandre não gostou e começou a xingá-lo. Foi quando Giba, como é conhecido entre os amigos, perdeu a paciência e pegou um copo alto, e quebrou na testa Nazareno, que sangrou abundantemente.

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A imprensa internacional divulgou o escândalo.

Antes já tinha detalhado o isolamento que o dirigente mergulhou ao votar em Marrocos para a sede da Copa do Mundo de 2026. Todos os países da Conmebol haviam decidido escolher, de maneira unânime, nos "Unidos", Estados Unidos, México e Canadá. Só o Brasil acabou por sabotar o acordo. Deu a desculpa que o Marrocos nunca havia sediado uma Copa. O vexame de Nunes ficou claro porque os votos foram divulgados. Ele acreditou que seria secreto.

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Os dirigentes da Conmebol que estão aqui na Rússia não escondem. Enquanto o coronel Nunes for presidente da CBF, será colocado de lado. Será aceito, por conta do cargo. Mas acabou o respeito pessoal. A consideração acabou.

O dirigente deu entrevistas desastrosas por aqui. Chamou o Mar Negro de Mar Vermelho. Como já havia chamado Tite de Dunga, na estreia do Brasi. Esqueceu o nome de Michel Platini, o ex-presidente da Uefa, e o chamou de 'aquele menino francês. O promovido capitão da Polícia Militar do Pará está em um cargo que sabe não ter qualificações. Herdou o cargo do banido Marco Polo Del Nero. 

E não por coincidência, todas as suas decisões seriam tomadas por Del Nero. Jamais ele votaria nos Estados Unidos para sediar o Mundial. 

Nunes não se abala com a pressão da mídia. Muito pelo contrário. Segue em Moscou, não fica com a Seleção. Com o time de Tite, como chefe da delegação, o futuro presidente da CBF, Rogério Caboclo. Foi ele quem definiu a premiação de um milhão de dólares, R$ 3,7 milhões, para cada jogador do Brasil. 

Jamais um presidente da CBF teve uma atuação tão inócua. Ele não exerce seu poder, muito ao contrário. Está completamente isolado. Até mesmo presidentes de federações que formam o tradicional 'trem da alegria', em todas as Copas, passara a deixar o paraense de lado. Ganhou o cargo por conta de Delphim Peixoto, que era vice da CBF e era contra Del Nero. Só que o paranaense era mais velho e pelo estatuto da entidade, assumiria o mais idoso, em caso de impedimento do presidente. E Marco Polo acabou banido.

Ele é visto com outro assessor da CBF, isolado nos restaurantes. Quando vai às reuniões da Fifa, não se manifesta. Apenas dá seu voto obrigatório e mais nada. É o pior líder a história do futebol brasileiro.

Até o final da Copa do Mundo, seguirá por conta da Fifa, no luxuoso hotel Ukraine. 

Cada vez mais calado, evitando os jornalistas, evitado pelos dirigentes.

Não há possibilidade de revolta, insurreição na CBF. O vice Gustavo Feijó está envolvido na operação Lava-Jato. E todos os homens com poder no futebol brasileiro querem a Lava Jato longe. O outro vice, Fernando Sarney, não quer estar no olho do furação. Não quer sua vida devassada. E também tem contra si o desgaste da imagem do pai, ex-presidente da República, José Sarney.

Ou seja, até abril de 2019, o coronel Antônio Nunes será o presidente da CBF. Sem haver tomado uma atitude que tenha nascido de sua própria vontade. So fez o que foi determinado a ele fazer por seus pares. Principalmente, o secretário-geral e grande amigo de Marco Polo, Walter Feldman.

Outra prova de sua fraqueza está na decisão de Tite de não ir à Brasília, caso o Brasil ganhasse a Copa. Nunes gostaria que o treinador revisse a postura. Mas não nem tentou convencê-lo. Sabia que não conseguiria. Quanto mais ordenar que fosse abraçar os políticos do Planalto Central. 

Nunca houve presidente da CBF tão omisso.

E sem poder algum.

A não ser na arte de dar vexames...

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