Amadoras, toscas, vazias. Começam as repetidas desculpas de Neymar
O brasileiro percebeu. Sua postura na Copa foi venenosa para a carreira. Só por isso, dará sua versão ensaiada, sábado. Lágrimas vão rolar
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Paulo, Brasil
Neymar começou a tentar limpar sua imagem abalada, desgastada, desvalorizada depois da Copa do Mundo. O jogador foi ridicularizado no mundo todo, por simular faltas e dores maiores do que a de um parto.
Foi criado até o challenger (desafio) Neymar. Crianças e pessoas de todo o planeta se divertiram, rolando pelo chão, de formas mais bizarras, simulando contusões inexistentes.
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De maneira amadora, tosca e muito mal ensaiada, Neymar reuniu várias crianças em uma garagem. E elas fingiam cair. Em vez do grito "Neymar', usado como senha para imitar suas simulações, o próprio jogador gritava 'falta' e dava um riso mais falso que muitas faltas que fingiu receber na Copa.
Como a tosca versão está no seu Instagram fechado, onde só entram pessoas interessadas em agradar o jogador, ou interessadas no que ele pode proporcionar, como seus parças, só comentários favoráveis. As pessoas que acharam deprimente o 'sua' resposta, exprimem sua opinião em portais onde comentários são aceitos. Ou mesmo nas redes sociais do pai, da mãe, da irmã do atacante.
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O maior talento brasileiro é o jogador de futebol mais caro do mundo. Foi comprado por R$ 822 milhões pelo PSG. Segundo o jornal inglês Daily Mail, também é o atleta que mais recebe no planeta. R$ 120 milhões anuais, só de salário. Mas as propagandas para 16 empresas fazem esse dinheiro dobrar.
Neymar perdeu em todos os sentidos com sua postura na Copa do Mundo. Depois de cada partida, há a chamada zona mista. Corredor por onde os jogadores são obrigados a passar, por ordem da Fifa. O camisa dez do Brasil caminhou por esse espaço nos cinco jogos que o Brasil fez, na sua fracassada campanha.
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Só falou no primeiro jogo, contra a Suíça. Respondeu a duas perguntas. Falou o total de 64 segundos. Nas últimas quatro partidas, passou, fingindo não ouvir os gritos dos jornalistas, implorando por suas palavras. Eram, em média, 300 repórteres, do mundo todo. No quarto jogo, escolhido melhor pela Fifa, contra o México, respondeu duas perguntas na coletiva obrigatória. Na passagem pela zona mista, carregava o troféu de melhor do jogo, de ponta cabeça. Batucava nele.
Encarava os repórteres que pediam entrevistas e seguia andando, batucando. Phillippe Coutinho, Alisson, Roberto Firmino riam do desprezo dado aos jornalistas.
Na quinta e última partida, contra a Bélgica, Neymar passou pela zona mista olhando para a parede, não se dignou a dar qualquer explicação aos milhões de brasileiros, que esperava por uma palavra sua. Ao contrário do que fez, por exemplo, Cristiano Ronaldo após a eliminação de Portugal.
Assim que Neymar foi embora, foi fácil perceber o ódio dos jornalistas do exterior ao brasileiro. Franceses, espanhóis, ingleses e italianos chegarama cobrar a assessoria de imprensa da Fifa. Mas a resposta foi que nenhum jogador era obrigado dar entrevistas.
O staff de mais de 30 pessoas que o jogador paga para cuidar de sua imagem deveria estar na zona mista da Copa do Mundo. E ouvir os palavrões que os jornalistas estrangeiros e muitos brasileiros reservavam a ele. "Covarde" era a palavra mais ouvida.
Nenhum repórter negava o talento com a bola nos pés. Mas a imagem que ele deixou no mundo foi de infantilizado, acovardado, simulador.
Na zona mista estavam jornalistas de tevê, rádio e mídia impresa. Até mesmo representantes da TV Globo, com quem Neymar teve contrato de exclusividade em 2014, foram desprezados. Ele fingiu também que não ouviu os repórteres implorando por entrevistas.
Seu bem pago staff um dia vai entender o quanto esse desprezo do jogador à imprensa faz mal à sua carreira.
Além disso, jogadores e treinadores que estavam na Rússia também saíram com a pior impressão do brasileiro.
Mas Neymar usará o dinheiro da Red Bull para tentar melhorar sua imagem com um torneio na Praia Grande. Reunirá equipes do mundo todo para disputar um campeonato amador de futebol de cinco, que não poderia ter outro nome: Neymar Jr.
Sim, o torneio terá o seu próprio nome.
Lógicio que, aí sim, interessa, ele dará entrevista.
Falará da integração mundial que a Red Bull está proporcionando, do ótimo trabalho que faz com crianças carentes no seu instituto, o que é verdade. E também mostrará sua emoção pelo fracasso na segunda Copa do Mundo. Se estiver em um dia inspirado, vai chorar.
E garantir que dará a volta por cima.
Sua entrevista repercutirár no mundo todo.
Mas ele sabe que sua imagem não é a mesma.
A cúpula do Real Madrid afirmou oficialmente não querer o jogador.
Seus torcedores não perdoaram suas simulações na Copa.
Assim como os demais gigantes europeus viram as costas ao brasileiro.
Porém, a imprensa francesa, desprezada por ele no Mundial, o aguarda.
Principalmente o L'Equipe, jornal esportivo mais importante no país.
E que passou a endeusar Mbappé, seu companheiro de clube.
Ainda terá na recepção o alemão treinador o alemão Thomas Tuchel.
Bem diferente do apalermado Unay Emery.
Neymar, 26 anos e meio, bilionário, um filho, lá não é tratado como no Brasil.
Está longe de ser visto um adolescente.
Como o coordenador da Seleção, Edu Gaspar, que o chama de 'menino'.
Aqui, nestes país, que só tem ele como jogador de talento acima do normal, suas toscas respostas ao fracasso pela Copa do Mundo serão aceitas. Jornalistas ficarão extasiados com sua entrevista. Ela passará nos principais telejornais do país. Com direito a close, se as previsíveis lágrimas rolarem.
Mas só convencerá quem acompanha tudo de longe.
E não percebe o seu egocentrismo sem limites.
Tolerado por Tite e Edu Gaspar por seu talento com a bola.
E só.
Eles sabem que virou o 'monstro' que René Simões havia previsto.
Em setembro de 2010...
Então, está marcado.
Sábado começa o milésimo capítulo da saga, 'começar de novo'.
Estrelado pelo primeiro e único jogador/celebridade do país.
Neymar da Silva Santos.
Brasileiro é o povo mais apaixonado por novela repetida.
Quem quiser, que aproveite...
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