A aposta mais alta de Tite: mostrar que o Brasil veio para ganhar a Copa
Tite não teve saída. Decidiu colocar o Brasil marcando sob pressão a Costa Rica. E para dar uma resposta ao mundo, que duvida da seleção
Cosme Rímoli|Do R7 e Cosme Rímoli
São Petersburgo, Rússia
Mal terminou o sorteio dos grupos da Copa do Mundo, pelo planejamento da Seleção, havia uma partida cuja vitória é obrigatória. Se suíços e sérvios despertavam preocupação, o mesmo não se aplicava aos costarriquenhos. O jogo de hoje, às 9h (horário de Brasília), aqui em São Petersburgo, era o considerado de menor risco. Por Tite e por toda sua Comissão Técnica.
Mas as circunstâncias mudaram. O empate na estreia contra a Suíça e a vitória da Sérvia diante da Costa Rica, eram resultados normais. Mas, como tanto valoriza Tite, a preocupação ficou no desempenho da Seleção.
Diante da expectativa de que o time havia provocado nas Eliminatórias e nos amistosos, a imprensa nacional e internacional esperavam uma equipe totalmente diferente da que jogou em Rostov.
Tite e seus jogadores foram criticados. E toda a confiança, a euforia se transformou rapidamente em tensão. Foi quando o treinador e o time se mostraram o que são. Novatos em Copa do Mundo.
Desde então os treinamentos passaram a ser fechados. Escondidos, tramaram o plano tático de uma equipe grande que enfrentará uma pequena.
O plano tático de Tite terá o Brasil marcando sob pressão, tentado resolver a partida o mas rápido que puder. O técnico já percebeu que o seus atletas se enervam rapidamente. Ele mesmo se deixou levar pela tensão da estreia. E cada minuto da partida de hoje se tornou fundamental.
A saída foi fazer o Brasil treinar marcar sob pressão, a saída de bola da Costa Rica. Tite sabe que precisa do gol o mais rápido possivel. Daí a necessidade dos fechar a concentração. Para a imprensa não alertar o adversario. O Brasil vai jogar como Brasil.
A equipe pressionando desde o tiro de meta. Ele quer compactação, personalidade. Com a seleção encurralando a Costa Rica. Com Fágner e Marcelo abertos como pontas, obrigando a defesa a se abrir. E também exige que seu time atue tanto pela direita como pela esquerda. De maneira equilibrada, vibrante. Triangulações entre Neymar e Marcelo se repetirão. Mas a de Fágner e William prometem ser a grande novidade.
Neymar precisara também jogar mais pelo time. Evitando o egoísmo. Até para evitar se machucar. Prendendo a bola ele acabou tomando dez faltas violentas. Ele não conseguiu nem treinar na terça-feira, por tanta dor que sentia.
Philippe Coutinho, Gabriel Jesus e Willian também foram cobrados. Para que fossem mais efetivos. Procurassem o gol. E não servir Neymar a cada contragolpe.
Tite espera a Costa Rica fechada, com linha de cinco zagueiros, quatro na intermediaria e um só atacante. E apostando suas fichas na bola parada. Nos escanteios e faltas laterais, com a bola levantada para a área brasileira. Problema que o treinador brasileiro não conseguiu resolver de vez.
Nao há como esconder. E nem Tite fez questão. Pelo contrário, até. Foi direto com seus jogadores. Hoje a partida precisa ser encarada com a concentração de uma final. O Brasil não poderá nem sonhar em não vencer.
Por isso Tite aposta na pressão total, algo que não gosta.
Mas não há outra saída.
O futebol brasileiro não precisa só de desempenho.
Chegou a hora do resultado...