João Fonseca: as lições da boa campanha em Wimbledon

Ele tem só 18 anos, conseguiu pela segunda vez alcançar a terceira rodada de um Grand Slam (o outro foi Roland Garros), joga uma barbaridade e tem um futuro no mínimo espetacular pela frente. Mas o que mais impressiona em João Fonseca é a maturidade que ele demonstra na avaliação de desempenho, nas vitórias e derrotas.

Depois de ser eliminado por Nicolas Jarry, o número 1 do Brasil reconheceu que jogou abaixo de seu nível nos dois primeiros sets, principalmente por causa do saque do chileno, o que foi fundamental para a derrota por 3 sets a 1, parciais de 6/3, 6/4, 3/6 e 7/6 [4].

“Acho que o Nico jogou muito bem no começo, impondo um ritmo muito forte, tanto no saque quanto na devolução. Estava difícil para mim porque não estava acertando tanto o primeiro saque e ele foi mais protagonista, coisa que eu gosto de fazer”.

João disse ainda que está se acostumando com o formato de melhor de 5 sets. “Mesmo perdendo os dois primeiros sets, aprendi que ainda é possível virar uma partida. Só é preciso manter o foco, porque tudo pode mudar rapidamente. No quarto set, cheguei a ter 0-40 no saque dele e senti que ele estava errando mais, talvez por sentir a pressão. O tiebreak poderia ter ido para qualquer lado, mas ele sacou muito bem e isso foi mérito dele. Poderia ter feito algo diferente, sim, mas sigo com a cabeça erguida”.

Mesmo com a eliminação, Fonseca sai satisfeito com a campanha em Wimbledon e, na próxima atualização do ranking, deve aparecer na 47ª posição. Sobre os próximos torneios, o carioca disse que ainda não sabe aonde vai jogar, mas que na volta ao Brasil pretende descansar um pouco.

Brazucas na grama inglesa

Após a derrota na segunda rodada de simples, Bia Haddad está focada na chave de duplas. Ela e a alemã Laura Siegemund, cabeças 11 do torneio, venceram nesta sexta-feira as norte-americanas Hailey Baptiste e Caty McNally por 6/1, 2/6 e 6/3 em 2h de partida.

Neste sábado, Bia e Laura voltaram à quadra para enfrentar as convidadas britânicas Jodie Burrage e Sonay Kartal. E tiveram menos trabalho. Venceram em sets diretos, parciais de 6/3 e 6/1, e agora vão enfrentar a dupla da russa Veronika Kudermetova com a belga Elise Mertens.

Ainda nas duplas, Luisa Stefani e Timea Babos venceram a dupla formada pela chinesa Hanyu Guo e a russa Alexandra Panova por 2 sets a 1 (7/6[3], 6/7[3] e 6/3)e agora esperam o vencedor da partida entre Magda Linette (POL) e Bernarda Pera (EUA) contra Lyudmyla Kichenok (UCR) e Ellen Perez, da Austrália.

Na chave de duplas masculina, Rafa Matos e Marcelo Melo seguem vencendo. Na primeira rodada, derrotaram a dupla formada pelo croata Ivan Dodig e o brasileiro Orlando Luz. Na segunda rodada, venceram a dupla cabeça de chave 8, formada pelo sérvio Nikola Mektic e o neozelandês Michael Venus, parciais de 7/6[3], 5/7 e 7/6 [10-6]. Agora, enfrentam a parceria do austríaco Alexander Erlen e o alemão Constantin Frantzen.

Queda de favoritos

A zebra passeou como nunca este ano em Wimbledon. 13 dos 32 principais cabeças de chave do masculino caíram já na primeira rodada, o que significa um recorde no torneio.

No feminino, as coisas não foram muito diferentes. 10 das 32 cabeças de chave foram eliminadas na primeira rodada. Como disse Frances Tiafoe, que escapou da degola na primeira rodada, mas caiu na segunda, “a grama é uma superfície traiçoeira. E o nível está cada vez mais alto. O jogo está muito difícil. Não é mais como antes, quando era possível chegar até o posto de cabeça de chave com certa facilidade. Agora, muitos jogadores que você nem conhece chegam e te colocam numa batalha de cinco sets. A profundidade do circuito é impressionante. Se você não estiver 100% preparado, vai perder.”