Permuta no Corinthians tem mentiras do presidente Augusto Melo e acordo bem questionável
Augusto Melo faltou com a verdade em relação aos antigos colchões do CT, que são bem mais caros do que os da Gazin
O pagamento de R$ 25,2 milhões de comissão que está sendo paga a um amigo da diretoria no contrato da Vaidebet pode causar o impeachment de Augusto Melo no Corinthians, mas não é o único acordo polêmico na curta gestão do presidente. A permuta com o Grupo Gazin, que envolveu a troca de 64 colchões, está se mostrando cada dia pior.
Com direito a mentiras de Augusto na tentativa de justificar o acerto. “Os colchões foram um ótimo negócio. Nos passaram que as camas são menores, os jogadores dormem com o pé para fora, os colchões estão há mais de dez anos com furo... colchões que não têm qualidade tão boa”, disse o presidente, em entrevista a Benjamin Back, na última sexta-feira.
Há uma série de equívocos na versão de Augusto. Primeiro: os colchões do CT do Corinthians haviam sido trocados em junho de 2019, ou seja, há menos de cinco anos, em parceria com a Sono Quality. O clube chegou a divulgar a parceria durante um evento com as presenças de Emerson Sheik, então coordenador de futebol, e do médico Joaquim Grava.
Segundo: não havia qualquer colchão menor do que os atletas. Terceiro: as camas tinham garantia e poderiam ser trocadas sem qualquer custo, de acordo com Ricardo Eloi, CEO da Sono Quality. “Os colchões da Sono Quality foram instalados há menos de cinco anos, têm dez anos de garantia e 20 anos de durabilidade”, destaca. “Então, se houvesse qualquer problema, era só solicitar a troca. Mas isso não existe”, completa.
“Também recebemos, assim que o acordo foi fechado, especificações muito claras sobre as alturas dos goleiros”, acrescenta Eloi.
Vale lembrar que os colchões da Sono Quality enviados ao Corinthians têm um preço médio quase quatro vezes maior do que os da Gazin, considerados comuns no mercado. A Sono Quality também é parceira de Santos, Bahia, Botafogo e SKA Brasil. Em 2019, para receber cerca de cem colchões, o Timão combinou a divulgação da parceria em suas redes sociais.
Já a permuta com a Gazin rendeu polêmica por causa das entregas corintianas. Pelos 64 colchões, avaliados em R$ 104 mil, o Corinthians cedeu um camarote na Neo Química Arena, e passou a exibir a marca da empresa na barra frontal da camisa de treino e em uma placa de publicidade no centro de treinamento.
“Achei, lá em 2019, que a troca havia sido justa, mas hoje tenho a impressão de que fiquei no prejuízo. Porque a Sono Quality entregou quase uma centena de colchões tecnológicos em troca da divulgação nas redes sociais do Corinthians. Já a Gazin...”, compara Ricardo Eloi.
Augusto disse nos últimos dias que a negociação com a Gazin foi tocada por seu superintendente de marketing, Sergio Moura. “Não tínhamos dinheiro para isso (os R$ 104 mil). E aí o Sergio estava negociando a Gazin na camisa, mas eles acharam caro. Então, aceitaram as permutas. O camarote não é o preço que falam, só falta meio ano. Então não é R$ 220 mil, é R$ 110 mil”, pondera o presidente corintiano.
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