Leila vive momento de maior turbulência interna. Grupo de conselheiros de oposição já conta com 43 apoiadores
Cesar Greco/PalmeirasA segunda-feira (23) foi complicada para Leila Pereira. Além da pressão de torcedores de organizadas antes e depois da reunião do Conselho Deliberativo, a presidente do Palmeiras viu crescer a adesão ao movimento de oposição no clube e ouviu um discurso pesado, respeitoso e forte, que já viralizou nas redes sociais. O conselheiro Guilherme Romero foi o responsável pela fala, que gerou aplausos durante a reunião e milhares de apoiadores no mundo virtual.
"A senhora falou que não ia ter mais jogador barato, que não teria mais aposta. Mas a senhora gastou R$ 200 milhões e não trouxe nenhum titular", afirmou Romero, ao citar os oito reforços de 2022 e dois de 2023. Das dez contratações, somente Murilo joga com frequência no time de Abel Ferreira.
"Dez dias atrás, a sua entrevista desastrosa foi um dos momentos mais vexatórios da história do clube. A senhora vem dizer que o palmeirense vivia de vergonha de não cair para a segunda divisão... Minha emoção não é estar na segunda ou primeira divisão, mas ser palmeirense. Eu morreria por este clube, como um monte de cara já morreu. Independente da quantidade de dinheiro que a senhora acha que coloca ou colocou neste clube", acrescentou o conselheiro.
"A senhora falou que existiria um setor popular neste estádio, e a única coisa que a gente está vendo são ingressos mais caros. Cadê o setor popular? A senhora falou que o clube social seria mais acessível para o povo. Cadê essa acessibilidade? Então a senhora não cumpriu as suas promessas", completou.
Em outro trecho, Romero rebate o estilo intransigente de Leila, que barrou ingressos para conselheiros que pediram explicações e expulsou consulados por críticas à gestão. "Quando eleita, a senhora disse que ia ser a nossa representante. E quando a gente pede satisfação, não temos esse direito? Por quê? Por que o torcedor não tem o direito de pedir satisfação? Eu não sou o dono do Palmeiras, você não é dona... Os donos são os 20 milhões de palmeirenses, que têm o direito de cobrar, pedir explicações, falar das contratações...”
Leila preferiu se pronunciar no fim da reunião, respondendo a todas as críticas feitas por Romero e outros conselheiros. Ela disse aos membros do Conselho Deliberativo que não devem acreditar na imprensa, lamentou a "tentativa de criação de uma crise", admitiu erros em contratações de jogadores, mas negou que desrespeitou o clube na entrevista do dia 11 de outubro.
Na oportunidade, ela afirmou que o Palmeiras havia se acostumado a brigar contra o rebaixamento até a sua chegada ao Allianz Parque. E previu que o time voltará para a segunda divisão se o modelo de gestão dela não for seguido assim que deixar a presidência.
Já os membros da torcida organizada Mancha Verde levaram faixas e cantaram o seguinte: “Cumpra seu papel... vende o avião e ajuda o Abel”; “Não é mole, não... a ditadura se instaurou no meu Verdão”; “Olê-lê, olá-lá... nós somos o 1% que veio para atormentar”.
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