Antigos aliados e oposição cravam impeachment de Augusto Melo no Corinthians
Conselho Deliberativo vota nesta quinta-feira se o presidente será afastado do cargo; Cori recomendou saída do presidente
“Na Austrália, o Augusto Melo já caiu”. Foi com essa frase que um ex-aliado de Augusto Melo respondeu, em tom provocativo, sobre as chances de o presidente ser impichado pelo Conselho Deliberativo, nesta quinta-feira, no Parque São Jorge. Existe enorme confiança entre antigos diretores de Augusto e opositores de que ele será destituído.
Tamanha confiança também tem a ver com a decisão do Cori (Conselho de Orientação do Corinthians), que sugeriu por unanimidade o afastamento do presidente. Importante: tanto na reunião da última segunda-feira, do Cori, quanto na de quinta, não se discutirá sobre o Caso Vaidebet.
Augusto está a perigo, entre outras coisas, por não ter apresentado balanço, tampouco contratar uma auditoria externa. Vários contratos assinados sem licitação também queimaram o filme do presidente, que havia chegado ao poder em eleição no fim do ano passado.
O blog apurou que a investigação policial por causa do pagamento de uma comissão de R$ 25 milhões no contrato da Vaidebet ainda está longe da conclusão. Embora exista a convicção entre as autoridades policiais de que o Corinthians é vítima, mas aqueles que o servem, não, há um entrave: cinco meses depois, os investigadores ainda aguardam as respostas dos bancos sobre as quebras de sigilo bancário solicitados. Das oito instituições financeiras, apenas uma respondeu, e ainda parcialmente.
Abaixo, trecho do pedido feito pelos membros do Cori sobre o impeachment de Augusto, que será apresentado nesta quinta-feira aos conselheiros.
“Diante dos fatos expostos, os integrantes do CORI, subscritores do presente pedido, solicitam que V. Sa. Doutor Presidente do Conselho Deliberativo, comunique ao plenário do órgão a íntegra desta DENÚNCIA, para ciência formal do órgão, das graves infrações estatutárias apontadas e a cristalização de condutas que configuram gestão temerária, manifestando-se afirmativamente sobre eventual desencadeamento de novo processo de destituição do Presidente Augusto, com o objetivo de resguardar o patrimônio do CORINTHIANS e restabelecer a integridade da administração da Entidade, por mãos, que no mínimo respeitem a vigência de nosso Estatuto. O que se vislumbra hoje é o oposto.
As únicas percepções que o Conselho de orientação detém é que a fábula despendida no ano de 2024 para tentar buscar resultado desportivo a qualquer preço (literalmente) foi IRRESPONSÁVEL e será cobrada inexoravelmente em 2025 pelos inúmeros credores da Instituição. Outra certeza é que os freios e contrapesos existentes no Estatuto, para limitar atitudes desajustadas da Diretoria, garantindo-se a participação nas decisões relevantes tanto pelo CORI, como pelo CD, assim como direito sagrado dos sócios de obterem informes mensais sobres as contas devidamente analisados pelo pelos órgãos internos e auditados, no sitio oficial do clube, estão sendo cerceados deliberadamente pela Diretoria.
Certo de que este Conselho agirá em conformidade com os princípios de ética e zelo pela nossa instituição, aguardamos a leitura da Presente denúncia na próxima reunião, recomendando formalmente a abertura de novo Procedimento de Destituição do Presidente da Diretoria pelas fartas razões expostas.
Entendemos inclusive pela impossibilidade de aprovar as contas relativas ao 1º semestre de 2024, tendo em vista a falta de apresentação de documentos comprobatórios, composições de saldos e movimentações, além do grave fato de o Corinthians não possuir empresa de auditoria contratada na presente data IMPEDINDO inclusive a continuidade de nossos trabalhos aos meses seguintes e aprovação das contas por quaisquer órgãos internos do Sport Club Corinthians Paulista.”
Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.