O Brasil bateu seu recorde absoluto de medalhas em campeonatos mundiais ao somar seis atletas subindo ao pódio no Maracãzinho, conquistando um ouro, três pratas e dois bronzes.
Cinco dessas medalhas foram conquistadas por mulheres. Na cerimônia de abertura, a funkeira Anitta cantou seu 'show das poderosas', que deve ter inspirado as meninas do Brasil.
Rafaela Silva tornou-se a primeira campeã mundial da história do judô feminino brasileiro na quarta-feira, ao conquistar o ouro na categoria até 57 kg.
Érika Miranda (até 52 kg) e Maria Suelen Altheman (acima de 78 kg) ficaram com a prata, enquanto Sarah Menezes (até 48 kg) e Mayra Aguiar (até 78 kg) ficaram com o bronze.
A única medalha do masculino veio no último dia de competição individual, neste sábado, com a prata de Rafael Silva na categoria acima de 100 kg.
Com essas conquistas, o Brasil ficou na quarta posição, atrás de Japão, França e Cuba.
A meta estabelecida pela Confederação brasileira de Judô (CBJ) para a competição, que era de superar o total do Mundial de Paris (cinco medalhas) e ter pelo menos um ouro, de preferência o primeiro da história do feminino, foi alcançada.
"Saio orgulhoso, temos uma geração talentosa, a gente tem que recompensar os atletas pelo esforço, pela dedicação e pelo profissionalismo", comemorou Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da CBJ.
"Estou plenamente satisfeito com o resultado, apesar do masculino poder ter ido melhor. É preciso ter um pouco de paciência, o feminino passou por um momento parecido, é uma equipe que está em renovação, com muitos atletas novos aparecendo. É uma geração que com certeza vai dar frutos que poderemos colher em 2016. Só precisamos 'criar casca' nesses atletas", avisou.
A seleção masculina decepcionou, com atletas considerados como fortes candidatos à medalha tendo um desempenho muito abaixo do esperado, como Felipe Kitadai, medalhista de bronze da categoria até 60 kg nos Jogos Olímpicos de Londres, ou Victor Penalber, líder do ranking da categoria até 81 kg.
"Toda a equipe masculina treinou tanto quanto eu para chegar ao pódio, e queria oferecer essa medalha para eles. Tenho certeza que os resultados vão melhorar logo, temos tudo para ir muito bem em 2016", salientou Rafael Silva.
Por outro lado, Ney Wilson não poupou elogios à seleção feminina.
"O feminino teve uma ascensão meteórica nos últimos cinco anos, o crescimento foi realmente muito grande. Essa geração tem tudo para repetir esse feito em 2016", comentou.
"O judô feminino vem quebrando paradigmas, começamos com a medalha de bronze de Ketleyn Quadros em Pequim (primeira medalha olímpica do feminino), veio o ouro da Sarinha (Sarah Menezes, primeira campeã olímpica) e agora chegou o nosso ouro mundial, com Rafaela (Silva). É uma equipe muito jovem, porém com muita experiência, então a gente tem tudo para quebrar mais recordes. Sabemos da nossa responsabilidade mas estamos preparadas para ser cobradas", explicou Rosicleia Campos, técnica da seleção feminina.
Ney Wilson também deixou claro que este Mundial no Rio foi uma ótima oportunidade de testar a capacidade dos judocas de competir em casa, a três anos dos Jogos Olímpicos de 2016, que também serão disputados na Cidade Maravilhosa.
"Não vamos ter outra oportunidade como essa de competir em um grande evento dentro do Brasil, onde podemos avaliar o comportamento dos atletas a sob pressão, diante de uma torcida grande, dos familiares", completou.
O judô brasileiro terá mais uma oportunidade de mostrar sua força diante da sua torcida na disputa por equipes, marcada para este domingo.
lg/mvv