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Os Jogos Pan-Americanos de Santiago chegam ao fim neste domingo (5) com recordes do Brasil, que confirmou a segunda posição geral do quadro de medalhas. Ao longo das duas semanas de competição, acontecimentos um tanto quanto curiosos vão ficar para a história e devem ser relembrados. Confira cinco deles a seguir:
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Recorde mundial, só que não!
A peruana Kimberly Garcia e outros atletas da marcha atlética concluíram a prova de 20 km com uma velocidade incomum. Primeira a cruzar a linha de chegada, ela registrou um tempo de 1h12m26, marca 4m11 abaixo dos recorde mundial da modalidade
No entanto, o que aconteceu na manhã do dia 29 de outubro não foi uma façanha do esporte sul-americano. A explicação surgiu somente após o fim da disputa: o responsável pela medição do percurso cortou, por engano, cerca de 4 km da prova.
"Como se pode medir errado?", questionou o diretor-executivo do Pan, Harold Mayne-Nicholls, em declarações a um meio de comunicação local. A organização anulou os tempos e o responsável pediu desculpas, disse o dirigente dias depois.
"Eu queria bater o recorde do Pan-Americano e as meninas queriam buscar. [...] Está tudo invalidado, então isso vai ser um aborrecimento para todos", lamentou Garcia, que subiu ao lugar mais alto do pódio na prova -
Ganhe e volte de metrô
Ao contrário da maioria dos atletas, que regressam aos seus hotéis ou à Vila Olímpica em seus carros particulares e veículos da organização do evento, o chileno Lucas Nervi inovou ao usar o metrô de Santiago minutos após conquistar o ouro no lançamento de disco
Com a medalha no peito, ele usou o transporte coletivo para chegar até sua casa. Os passageiros aplaudiram a presença do campeão. "Quando você acaba de ganhar o ouro nos Jogos Pan-Americanos e vai para casa, no Metrô de Santiago. Cobramos o BIP!", escreveu o Time Chile em sua conta X (antigo Twitter) em referência ao cartão equivalente ao Bilhete Único da capital peruana -
Jogos familiares
Muitas medalhas do Pan de Santiago ficaram na família. O caso mais emblemático envolve quádruplos chilenos. Os remadores Melita Abraham, Antonia Abraham, Alfredo Abraham e Ignacio Abraham levaram para casa medalhas de ouro nas provas que disputaram
A família Abraham, não foi a única com mais de um vencedor em Santiago. Os americanos Erika e Adam Manilla conquistaram a medalha de ouro no raquetebol de duplas mistas e os chilenos Martín e Catalina Vidaurre ganharam a prata em suas respectivas provas de mountain bike. "Jogar com minha irmã e ganhar uma medalha de ouro não há nada que supere isso", disse Adam Manilla, 28 anos.
As irmãs mexicanas Daniela e Antonieta Gaxiola deixaram sua marca no ciclismo de pista, com a conquista do ouro no sprint por equipe. Já os gêmeos Ahkeem e Ahkeel Boyd alcançaram o bronze no basquete 3X3 -
Cadê a goleira?
O Chile disputou a final do futebol feminino sem goleira, com um atacante assumindo a posição deixada vaga por Christiane Endler (foto) e Antonia Canales, convocadas para a posição que tiveram que retornar aos seus clubes europeus. Christiane, de 32 anos, uma das melhores em sua posição, surpreendeu ao se afastar logo depois da vitória sobre os Estados Unidos na semifinal
Sem chances de escolher uma nova goleira, a atacante María José Urrutia calçou as luvas e teve um desempenho considerado satisfatório na derrota da equipe para o México por 1 a 0 na decisão -
Pódio dos naturalizados
Vários atletas defenderam países diferentes de onde nasceram e cresceram. O cubano Santiago Ford (foto), que recebeu oficialmente a nacionalidade chilena em janeiro, deu ao Chile o ouro no decatlo. "Eles escolheram que eu estivesse aqui representando-os e acho que os deixei felizes", disse ele após a vitória
O egípcio Shady El Nahas conquistou o único ouro do Canadá no judô. A lutadora de caratê ucraniana Anastasiia Velozo e os lutadores venezuelanos Virginia Jiménez e Eduardo Bernal também participaram em nome dos anfitriões
O colombiano-japonês Nico Russi Ochiai, de apenas 12 anos, representou os cafeicultores no skate. Muito mais experiente, a amazona Yvonne Losos, nascida na Nigéria há 56 anos, filha de pais canadenses, foi a porta-bandeira da República Dominicana