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Rose emagrece 40 kg com boxe e vira 1ª campeã mundial do Brasil

Aos 26 anos, paulistana pesava a105 kg e tinha problemas de saúde quando começou a lutar. Acabou se tornando a 1ª brasileira campeã mundial de boxe

Olimpíadas|Carla Canteras, do R7


Rose começou no boxe aos 26 anos sem pretensão de virar profissional
Rose começou no boxe aos 26 anos sem pretensão de virar profissional

Aos 26 anos, Rose Volante parecia ter a vida bem encaminhada. Estudava Direito e fazia estágio em um banco. Mas os caminhos começaram a mudar quando ela teve de escolher um esporte para ajudar na perda de peso. Rose optou pelo boxe. Não imaginava que um dia se tornaria primeira mulher do Brasil a conquistar um título mundial na modalidade.

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“Pesava 105 kg e comecei a fazer boxe. Uma porque eu gostava e outra porque tinha lido uma matéria falando que, em um treino, uma pessoa poderia perder de 800 a 1000 calorias. Pensei: vou conseguir o que quero com o esporte que gosto”, conta Rose.

Em um ano, a paulistana de Pirituba, zona oeste de São Paulo, tinha perdido 40 kg e resolveu participar da Virada Esportiva, evento organizado pela prefeitura da capital, para ver se era boa mesmo.

Rose venceu o torneio por nocaute e decidiu procurar uma equipe de competição de boxe. Foi para a academia Gracie Butantã, com o treinador Antônio Pereira. A carreira deu certo e a vida tomou outros rumos.


No boxe amador foi campeã paulista, brasileira, sul-americana, europeia e chegou a ser reserva da equipe brasileiras na Olimpíada de Londres, em 2012.

Idade


Em 2017, Rose foi campeã mundial
Em 2017, Rose foi campeã mundial

Ter começado mais velha nunca foi problema para Rose. “Sempre tive muita força de vontade. A idade nunca me barrou em nada. Nunca liguei para isso. O que tiver de fazer, vou até o extremo”.

“A Rose é exceção no mundo do esporte. Ela nasceu com aptidão e soma ainda a dedicação e o dom para o boxe”, afirma Felipe Moledas um dos treinadores da pugilista.


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Profissionalização

Com 31 anos, a lutadora teve de escolher o que fazer: parar com o esporte ou migrar para o profissional.

Em algum momento, Rose chegou a ficar indecisa se deveria permanecer no boxe. Mas, com ajuda de seu psicólogo, decidiu continuar.

“O esporte é a minha vida. Mas tinha dúvidas se deveria ir para o boxe profissional ou não. É mais difícil. De repente, só daria aula da modalidade. O Léo me ajudou a seguir”, conta Rose.

“Sempre soube da capacidade mental da Rose. É focada, dedicada e teimosa. Essa teimosia acaba sendo muito importe. Só precisei conversar com ela e fazê-la perceber que daria conta”, explica o psicólogo Léo Baroni.

Quase parou

A carreira profissional começou em 2014 com os títulos paulista e brasileiro. Mas, em outubro de 2017 quase desistiu.

“Tinha de trabalhar dando aula de boxe, fazia uma luta a cada três meses para conseguir me sustentar. Não estava aguentando mais. Meu corpo não aguentava de cansaço e quase parei”, lembra a boxeadora.

Atualmente, Rose consegue viver só do boxe
Atualmente, Rose consegue viver só do boxe

A história virou quando recebeu o convite da equipe Memorial, de Santos. Rose se mudou para o litoral. Para lá, conseguiu levar seu primeiro treinador, Tony Pereira. Atualmente, trabalha com dois técnicos, com uma equipe multidisciplinar e vive só para o esporte.

Com isso, em dezembro de 2017, Rose estava em Jujuy, na Argentina, brigando pelo cinturão da OMB (Organização Mundial de Boxe) contra Brenda Carbajal, na categoria até 61 kg. A dedicação e a concentração a transformaram na primeira mulher do Brasil a ter um título mundial de boxe.

“Quando eu aquecia, ouvia a torcida gritando Brenda, Brenda... Mas falei com os meus treinadores: vocês estão ouvindo eles chamando Rose, Rose... Eles falaram que eu estava louca. Mas pensei tanto nisso e estava tão concentrada, que eu ouvia meu nome na hora da luta”, conta.

A brasileira já colocou o seu título à prova duas vezes no Brasil e conseguiu duas vitórias. No dia 15 de março, Rose entra novamente no ringue para defender o cinturão. O combate será nos Estados Unidos contra a irlandesa Katie Taylor, que foi campeã olímpica em Londres 2012 e atualmente é campeã da FIB (Federação Internacional de Boxe) e da AMB (Associação Mundial de Boxe).

De acordo com Felipe Moledas, esta vai ser a luta mais difícil da carreira de Rose.

“A Taylor é muito boa lutadora, mas estamos nos preparando há três meses”, afirma o técnico.

“Ela é rápida, ágil e já foi campeã olímpica. Mas a luta é difícil tanto para mim quanto para ela. Sou campeã do mundo. Estou disposta a ir lá, colocar meu cinturão na mesa e trazer os três para o Brasil”, garante a confiante Rose.

Hora de parar

Americana Alicia Ashley é inspiração para Rose
Americana Alicia Ashley é inspiração para Rose

Com 36 anos, Rose não pensa em parar. No boxe feminino, ela se inspira na norte-americana Alicia Ashley, que tem 52 anos e ainda luta.

“Eu quero ser como a Alicia Ashley, que tem mais de 50 anos e ainda luta. Tomara que conheça ela lá no Estados Unidos. Ela entrou para o Guinness [livro de recordes] como lutadora mais velha em atividade e foi cinco vezes campeã do mundo”.

Quando deixar os ringues, Rose tem certeza de que não voltará para a faculdade de direito, que trancou no quarto ano não voltou mais.

“Não tem nada a ver comigo. Posso fazer educação física ou qualquer outra coisa que continue trabalhando com boxe. O boxe é a minha vida!”

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