Raíssas: esperanças de ouro em Paris 2024 falam da preparação a três meses dos jogos
Rayssa Leal, destaque no skate, e Raíssa Machado, recordista mundial no lançamento de dardos paralímpico compartilham muito mais que só o nome
Olimpíadas|João Pedro Benedetti*, do R7
A 92 dias do início dos Jogos Olímpicos de Paris, e a 125 dos Jogos Paralímpicos. São pouco mais de três meses para que os atletas finalizem suas preparações para a maior competição poliesportiva do mundo. Neste período, os anseios, medos, motivações e inspirações florescem a cada dia.
Na manhã desta quinta-feira (25), a Liga Esportiva Nescau, o maior campeonato poliesportivo estudantil do país, promoveu um encontro entre “Raíssas”. A ideia era divulgar a ampliação de edições e regiões que receberão o campeonato e as embaixadoras da Liga, Rayssa Leal e Raíssa Machado, ambas medalhistas de prata nos Jogos de Tóquio em 2021, compartilharam suas experiências pessoais e as diferenças em suas etapas de preparação até Paris.
Aos 16 anos, Rayssa Leal, ou a “Fadinha do Skate” como é conhecida internacionalmente, acaba de ser campeã da última etapa da Street League Skateboarding (SLS), realizada no último sábado (20), em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos.
A maranhense destacou a importância da inclusão e motivação no esporte, afirmando que “O Brasil é uma fábrica de talentos que devem ser explorados”. Leal ainda ressaltou seu empenho em realizar seu maior sonho, a conquista do ouro olímpico.
Já a detentora do recorde mundial paraolímpico no lançamento de dardos F65, Raíssa Machado, reforçou a necessidade de não limitar os esforços e os incentivos às pessoas com deficiência. Ela ressaltou: “O pior preconceito não é a fala, mas sim o olhar”.
As atletas também destacaram a importância do apoio familiar em todas as etapas. A medalhista de ouro nos jogos Parapan-Americanos de 2023, realizado em Santiago, no Chile, conta que sua mãe sempre a criou como uma pessoa “normal”, sem limitações. E acredita que as famílias de crianças com deficiência não devem “passar a mão na cabeça” de seus filhos, criando restrições imaginárias.
Raíssa Machado se vê como um “pivô na mudança dos pensamentos de pais e mães de crianças com deficiência”, e enxerga no esporte paralímpico um imenso potencial de transformação na vida dessas pessoas.
A “Fadinha” também destacou que não teria se tornado bicampeã do X-Games e conquistado tudo o que conquistou sem o apoio dos pais. Mesmo sem conseguir prover os melhores equipamentos, roupas e acessórios, abdicaram da própria vida para embarcar no sonho da pequena Rayssa.
Rayssa Leal já está classificada para Paris 2024, que começa no dia 26 de julho. Enquanto Raíssa Machado ainda participará, entre os dias 17 e 25 de maio, do Mundial de Atletismo em Kobe, no Japão, em busca da qualificação para os Jogos Paraolímpicos, que tem início marcado para o dia 28 de agosto.
*Estagiário do R7 supervisionado por Carla Canteras.