Projeto leva esportes paralímpicos para jovens no interior do Pará
Atletismo, badminton e outras modalidades fazem parte da rotina de crianças e adolescentes com deficiência de Augusto Corrêa
Olimpíadas|Kaique Dalapola, do R7

O Brasil terminou os Jogos Paralímpicos Tóquio 2020 com a melhor campanha da história, conquistando o maior número de medalhas totais e de ouros que uma delegação brasileira já conseguiu. Isso é fruto de trabalhos feitos há anos, e projetos sociais pelo país afora animam para um futuro promissor.
O município de Augusto Corrêa, no interior paraense, é um exemplo de foco de esperança para que o desempenho brasileiro siga em crescimento. A pequena cidade que fica a cerca de 230 km de Belém e tem menos de 50 mil habitantes, sedia um projeto social que atende e introduz o esporte na vida de mais de 100 crianças e adolescentes com deficiência.
Em parceria com a prefeitura, o projeto leva para as crianças esportes paralímpicos como atletismo, tênis de mesa e badminton, além de bocha e futsal adaptado, que não fazem parte da agenda paralímpica, mas podem ser praticados pela nova geração augusto-correense.
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O projeto social começou em 2017, como uma iniciativa do professor de Educação Física Benedito Élcio. Não demorou muito para a prefeitura abraçar a ideia, e incluir no Caee (Centro de Atendimento Educacional Especializado).
Com isso, rapidamente o projeto ganhou força, e em 2018 já começou atender estudantes das escolas municipais como uma forma de auxiliar no desenvolvimento e prepará-los para disputa de esportes de alto rendimento.
“A escola é nosso carro chefe, e a gente atua alinhada com ela. De lá vem as indicações de muitos alunos, porque os professores costumam sugerir o projeto, principalmente, por questão de saúde do aluno”, explicou Élcio.
Falta de espaço e desinformação
Ao longo desses quatro anos, mais de um terço dos alunos com deficiência matriculados em escolas públicas do município praticam algum esporte no projeto. O objetivo, segundo Élcio, é ampliar ainda mais e atingir todo o público.
No entanto, acaba esbarrando em algumas dificuldades. Uma delas é a falta de estrutura para desenvolver o treinamento adequado. “A gente não tem espaço para algumas coisas, como atletismo, que não temos a pista, então precisa acontecer na rua”, contou o professor.
Outros esportes, o projeto consegue levar para ser disputado no ginásio municipal, que é mais uma vantagem por fazer parte da programação da prefeitura.
O outro desafio que precisa ser superado para que o projeto siga crescendo, segundo a avaliação de Élcio, é a falta de informação com relação as limitações das crianças com deficiência. “A desinformação é o principal motivo para os pais não colocarem os filhos nas aulas, porque eles acham que o filho não é capaz, e é acaba adotando uma superproteção”, disse.
Élcio ressalta que, embora essas posturas adotadas pelos pais sejam entendíveis, acaba afetando o desenvolvimento da criança, que tem habilidades suficientes para praticar esportes. E a descoberta de qual modalidade o estudante tem mais aptidão faz parte do cronograma do projeto.
O professor ainda destaca que é um grande desafio conseguir professores para fazer parte do projeto, e também existe a dificuldade para adquirir materiais adaptados para os atletas, porque são caros e demandam do poder público.
Disputa estadual

Mas nenhum desses desafios tira do projeto social de Augusto Correa a competitividade. E resultado disso foram as medalhas conquistadas nos Jogos Paralímpicos Escolares do Pará, que aconteceram nos dias 16 e 17 deste mês.
O município foi para a disputa dos jogos com sete atletas, sendo seis do atletismo e um do badminton, e voltou com 19 medalhas — 15 ouros, uma prata e três bronzes. O resultado também credenciou os atletas do projeto a disputares os Jogos Paralímpicos Escolares nacional, que acontecem entre 21 e 27 de novembro.
“Espero que através do projeto paralímpico, a população de Augusto Corrêa valorize mais nossos alunos com deficiência, pois eles têm capacidade e potencialidade, então, acima de tudo, precisamos respeitá-los”, afirmou Élcio.
Agora começa a preparação e expectativa para a etapa nacional, e o objetivo é seguir com os atletas para disputar em alto nível e conseguir um desempenho que coloque a pequena cidade paraense no radar dos esportes.
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