Potência olímpica? COB vê muito trabalho pela frente até Paris 2024
Brasil conquistou maior número de medalhas, igualou número de ouros e subiu uma posição no quadro de medalhas em Tóquio 2020
Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão
As marcas alcançadas pelo Brasil em Tóquio 2020 empolgaram quem acompanha de perto os Jogos Olímpicos. Ainda assim, o COB (Comitê Olímpico do Brasil) vê muito trabalho pela frente para em Paris 2024 se manter no patamar atingido na capital japonesa.
Em entrevista de balanço dos 16 dias de disputas de medalha, com os principais membros da diretoria do comitê, na sala de conferência do centro de imprensa, o clima era de dever cumprido. Ao todo, foram 21 medalhas (duas a mais que o antigo recorde, na Rio 2016), sete medalhas de ouro (número igual ao recorde) e melhor colocação geral no quadro de medalhas (12º lugar na contagem por ouros, uma acima da marca anterior).
Das 21 medalhas, foram sete de ouro, seis de prata e oito de bronze, em uma delegação com 317 atletas de 35 modalidades diferentes — 148 mulheres, 169 homens, na contagem com os atletas “alternates”, que substituiriam os diagnosticados com covid-19 por exemplo. Do cardápio olímpico do Brasil, 13 modalidades subiram ao pódio.
Todos esses números devem ser comemorados, já que foram fruto de um trabalho que atravessou momentos incertos devido à pandemia do novo coronavírus. Para o diretor de esportes do COB, Jorge Bichara, a tendência é de ver Jogos Olímpicos cada vez mais acirrados.
“O nosso objetivo era curtir esse momento de entrar em uma disputa em dia e, ganhar ou perder, era do jogo, mas viver esse momento. Não tenho essa pretensão de dizer que o Brasil é uma potência olímpica. Ser caracterizado como uma potência olímpica requer muito mais do nosso sistema. A gente tem que caminhar muito nesse aspecto”, disse Bichara.
Em outros tempos, o COB revelava a meta de quantos pódios pensava para cada edição dos Jogos Olímpicos. Para evitar pressão desnecessária em cima de seus atletas, e também não criar expectativas altas internamente, o objetivo passou sempre a ser a superar a marca da edição passada.
O presidente, Paulo Wanderley, reconheceu o esforço dos atletas e também da equipe que viabilizou as condições para que todos pudessem desempenhar suas melhores performances em Tóquio 2020.
“Estamos satisfeitos com o resultado e tenho a convicção que o trabalho foi feito com muita vontade. Entregamos o que tínhamos como meta que era superar o que havíamos feito na Rio 2016”, resumiu o presidente.
Os Jogos Olímpicos Paris 2024 estão previstos para acontecer de 26 de julho a 11 de agosto. A preparação do Time Brasil deve ser feita em Portugal e, em menor parte, na Espanha. Mais próximo da competição, atletas já poderão contar com bases em cidades francesas. Os eventos-teste devem começar já no próximo ano.
Veja as medalhas conquistadas pelo Brasil na Olimpíada de Tóquio 2020