Pioneiro nas Paralimpíadas de Inverno, brasileiro celebra top 10
'Ser pioneiro tem seus preços e seus méritos', disse André Cintra, snowboarder que perdeu a perna, mas não desistiu de viver intensamente
Olimpíadas|André Avelar, do R7

Se em Sochi 2014 o objetivo era abrir caminhos, em PyeongChang 2018 a intenção era melhorar seus próprios resultados. André Cintra conseguiu. O pioneiro do Brasil em Jogos Paralímpicos de Inverno melhorou sua colocação geral no snowboard adaptado e volta para o País com a sensação de dever cumprido.
As chances de medalha, claro, ainda estão distantes e talvez nem estejam no radar do empreendedor e atleta de 38 anos. Superar os próprios limites com a adrenalina em alta é o que sempre moveu verdadeiramente Cintra.
“Quando aprendemos mais sobre nós mesmos vemos mais essas forças internas e podemos usá-las com mais frequência”, disse Cintra. “Estou muito feliz com essa conquista, é uma sensação incrível poder levar o Brasil a novos patamares e um grande orgulho representar nosso País.”

O paulista perdeu a perna em um acidente de moto quando tinha apenas 17 anos. Por ironia do destino, se arrastou pelo asfalto e foi parar exatamente em uma placa de uma propaganda de um centro médico. Pessoas que passavam pelo local levaram a perna perdida até ele e, de lá, o conduziram para um hospital.
Depois do período de abatimento e achar que a vida tinha acabado, encontrou os esportes radicais. Não demorou muito e já estava praticando kitesurfe, rafting, rapel e wakebord. Para se ter uma ideia, hoje trabalha e pratica esportes com cinco próteses diferentes para melhor adaptação.
A vida de atleta profissional começou só aos 33 anos, dois anos antes da estreia em Sochi 2014. Na Rússia, o paulista se tornou o primeiro brasileiro na história do esporte adaptado a competir em uma edição de Jogos Paralímpicos. Se naquela oportunidade ficou na 28ª colocação no snowboard cross, agora foram dois top 10.
Desta vez, Cintra foi o 10º colocado nas provas de snowboardcross e banked slalom, na classe LL1 (deficiência em membros inferiores ou amputações acima do joelho).
“Abrir caminhos é sempre mais difícil, mas faz parte da minha história. Ser pioneiro tem seus preços e seus méritos, acredito que contribui para o esporte paralímpico de inverno, mas acredito que nosso projeto foi muito importante pra levar o Brasil pra neve”, disse Cintra.
Pouco tempo depois do acidente, Cintra perdeu o pai em acidente um acidente de carro e a mãe vítima de câncer. Por isso, toda e qualquer vitória é dedica a quem sempre apoiou suas aventuras.
“Dedico toda minha trajetória ao meu pai e minha mãe, que não estão mais aqui pra ver, mas que sempre me apoiaram em todas as minhas aventuras na vida. Esse apoio ajudou muito na minha recuperação e superação”, disse Cintra.
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Para um País tropical, o Brasil conseguiu ótimos resultados nos Jogos Olímpicos de Inverno. O desempenho não apareceu no quadro de medalhas de PyeongChang 2018, mas deixou o time verde-amarelo cheio de orgulho para quem não está adaptado com o gelo e a neve. Veja a seguir como foram os atletas ao longo dos 19 dias de competição na Coreia do Sul Bobsled 2-man A dupla brasileira mostrou franca evolução e garantiu o melhor ciclo olímpico da sua curta história até aqui. Uma bobeada na descida, no entanto, jogou Edson Bindilatti e Edson Martins para a 27ª posição entre os 30 competidores, com o tempo de 50s81, 1s09 atrás da medalha de ouro