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Medalha olímpica no berço do judô coroa história de Mayra Aguiar

Da luta contra Ronda Rousey no Pan ao terceiro bronze em Jogos Olímpicos, atleta é uma das maiores do esporte brasileiro

Olimpíadas|André Avelar, do R7, em Tóquio, no Japão

Mayra Aguiar vibrou muito com vitória sobre sul-coreana Hyunji Yoon no Nippon Budokan
Mayra Aguiar vibrou muito com vitória sobre sul-coreana Hyunji Yoon no Nippon Budokan Mayra Aguiar vibrou muito com vitória sobre sul-coreana Hyunji Yoon no Nippon Budokan

Por mais que o público tenha sido impedido de frequentar as competições em Tóquio 2020, o Nippon Budokan respira judô. Inaugurado para os Jogos Olímpicos de 1964, na mesma capital japonesa, o local é um berço da modalidade. Por isso, a medalha conquistada por Mayra Aguiar nesta quinta-feira (29), na categoria até 78 kg, representa tanto para o esporte brasileiro.

Essa é a terceira medalha olímpica, a terceira de bronze (Londres 2012, Rio 2016 e Tóquio 2020) na carreira da gaúcha que completa 30 anos na próxima terça (3). Agora são 24 medalhas do esporte em Jogos Olímpicos: 4 ouros, 3 pratas e 17 bronzes, já contando com a medalha de Daniel Cardnin, na categoria até 66 kg.

“É a maior conquista que eu já tive em toda a minha carreira. Por tudo o que aconteceu, tudo o que vivi, poder estar com isso concretizado é muito gostoso, está sendo muito bom”, disse Mayra, ainda emocionada com a vitória.

Nos corredores do Buddokan, um ginásio encravado em um parque limpo e bem cuidado como o padrão japonês, só se fala em judô. Os voluntários, os funcionários do restaurante, as demais pessoas do staff do local e até os militares na troca de turno fazem o papel dos torcedores-corneteiros. E como cornetam.

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Mayra Aguiar se apresentou para torcida especializada em judô, no Nippon Budokan
Mayra Aguiar se apresentou para torcida especializada em judô, no Nippon Budokan Mayra Aguiar se apresentou para torcida especializada em judô, no Nippon Budokan

O público que por um acaso está presente é, muito, especializado. Lembra as arquibancadas de estádios brasileiros, que dão aula de tática ou questionam o impedimento. Qualquer caminhada pela arena é um festival de discussões se o golpe foi um “ippon” ou um “waza-ari”, ou ainda se tal atleta merecia a punição “shido”. Não precisa ter japonês fluente para identificar.

Nesse contexto está a medalha de Mayra. A conquista é para os fãs brasileiros, mas também mantém a imagem de atleta respeitada internacionalmente. A sigla “BRA”, de Brasil, nas costas do “judogi”, seja ele branco ou azul, representa demais no “mat” amarelo, com as bordas em vermelho.

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Mayra já havia conquistado uma medalha neste mesmo lugar e, não seria em uma Olimpíada, que deixaria de subir no pódio. Entre as suas sete medalhas de Mundiais, a prata de 2019 foi em Tóquio.

Medalha aos 15 e lesões

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A atleta assombrou o mundo do judô ainda muito nova. Mesmo sem a faixa preta, então com 15 anos, ela conquistou a medalha de prata no Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro. A derrota foi para a norte-americana Ronda Rousey, que depois viria a se tornar uma estrela do UFC. Mayra nunca quis caminho semelhante apesar de convites tentadores em dinheiro.

No ano seguinte, em Pequim 2008, ela fez sua estreia em Olimpíadas, ganhou experiência e passou a colecionar ainda mais medalhas nas grandes competições seguintes. Bateu a holandesa Marhinde Verkerk em Londres 2012 e a cubana Yalennis Castillo na Rio 2016.

A caminhada até a capital japonesa esteve longe de ser das mais fáceis. A atleta passou por uma cirurgia no ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Foi a sétima cirurgia da carreira. Com os cuidados exigidos pela pandemia, a recuperação foi ainda mais complicada e envolveu até a irmã fisioterapeuta.

O esforço valeu a pena. Por mais que tivesse condições de brigar pelo ouro, perdeu nas quartas de final para a alemã Anna-Maria Wagner, a medalha sobre a sul-coreana Hyunji Yoon é um presente antecipado de aniversário e estará para sempre gravada na história do esporte brasileiro.

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