Liga anuncia parceria com Nike, enquanto CBB sofre com fuga de investimento no basquete brasileiro
Fornecedora de material esportivo contribuirá na evolução de novos talentos para esporte
Olimpíadas|André Avelar, do R7

Se de um lado a CBB (Confederação Brasileira de Basquete) sofre com problemas políticos e a perda de patrocínio; do outro, a LNB (Liga Nacional de Basquete) anunciou na última segunda-feira (16), em São Paulo, um importante acordo para o basquete do País. A Nike é a nova parceira para o desenvolvimento do esporte da bola laranja.
O acordo mostra-se importante para o basquete nacional pelo acúmulo de experiências da eterna marca de ninguém menos que Michael Jordan – apesar do atual apelo de Cristiano Ronaldo frente às novas gerações. A parceria prevê identificação de novos talentos em um intercâmbio global e acesso direto aos maiores especialistas de basquete do mundo. Ações institucionais, de mídia, de relacionamento e promocionais também fazem parte do pacote.
“O basquete faz parte do DNA da Nike e é um dos principais produtos da empresa mundialmente. A Nike já faz esse trabalho mundialmente e queremos auxiliar o basquete brasileiro através dessa parceria com a LNB”, disse Marcelo Trevisan, gerente geral de Sportswear e líder de basquete no Brasil. “Vocês [Nike] já cresceram e nós estamos crescendo. E esse crescimento nós estamos sentindo na pele os desafios. Pela filosofia que a Nike tem, tenho certeza que estaremos sempre aqui juntos e comemorando”, disse João Fernando Rossi, presidente da LNB.
A parceria tende a seguir a mesma expertise da anunciada com a NBA, em dezembro de 2014. Se naquela época, as ações poderiam provocar os mais céticos por, inicialmente, restringir-se apenas ao âmbito imaterial, hoje a liga comemora o sucesso da LDB (Liga de Desenvolvimento de Basquete), competição sub-22 se tornou o grande celeiro de jovens do Brasil, que corresponde a 43% dos jogadores do NBB (Novo Basquete Brasil).

Em termos práticos, o logotipo da Nike começa a aparecer nas quadras pelo País no uniforme dos jogadores, árbitros e staff do Jogo das Estrelas já deste ano, que acontece em 18 e 19 de março, no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo. Os demais ginásios ganham o logotipo da norte-americana a partir dos playoffs, em meados de abril. Os times não necessariamente mudarão suas fornecedoras de material esportivo. O Flamengo, por exemplo, atual tetracampeão do NBB, veste Adidas.
A LNB já nasceu de uma insatisfação com a CBB. Em 2008, alguns dos principais clubes do País se reuniram para o que chamaram de “recondução do basquete ao posto de segundo esporte mais popular do Brasil”. O basquete apostou na ideia de descentralização do poder, entregando aos próprios clubes a responsabilidade da gestão do campeonato nacional.
Em um salto no tempo, já no final de 2016, sem que suas seleções passassem da primeira fase dos Jogos Olímpicos, a CBB foi suspensa até 28 de janeiro deste ano por não cumprir suas obrigações e precisar de reestruturação. A punição impediu que Bauru, Flamengo e Mogi das Cruzes disputassem a Liga das Américas o que, claro, irritou os clubes e consequentemente a LNB.
Além da Nike, a LNB conta com patrocínio da Caixa, da SKY e da Avianca. Em vias de sofrer intervenção política da Fiba (Federação Internacional de Basquete), do COB (Comitê Olímpico do Brasil) e até mesmo do Ministério do Esporte, a CBB também tem de lidar com graves problemas financeiros: estima-se que o rombo na entidade ultrapasse os R$ 17 milhões. Como se não bastasse, o Bradesco confirmou que não mais patrocinará a confederação. A Nike segue vestindo as seleções nacionais.