Em recuperação, Laís Souza comemora dor: “É bom quando acontece”
Ex-ginasta ficou paralisada do ombro para baixo após acidente de esqui em janeiro
Olimpíadas|Do R7
Pouco a pouco recuperando os movimentos corporais perdidos após um grave acidente sofrido durante um treino de esqui em 27 de janeiro, Laís Souza contou, em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, como tem sido o trabalho de reabilitação em um hospital de Miami (EUA). De acordo com ela, muitos conceitos mudaram, inclusive coisas que antes eram consideradas ruins, como a dor:
— A dor agora tem outro significado no meu corpo. Hoje, como ela é rara, é bom quando acontece
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Devido a uma lesão na coluna, Laís ficou paralisada nos ombros para baixo, mas já apresentou evoluções significativas nas últimas semanas. Ela, por exemplo, consegue respirar sem a ajuda de aparelhos, comer e ter sensibilidade nas mãos, além de perceber quando a bexiga está cheia:
— Os médicos sempre trabalham com calma quando aparece algo novo, e, como ainda tem o edema na área da cirurgia, ainda tem muito para acontecer. Mas, para mim, cada ponto que eu sinto é como uma luz no fim do túnel.
O desejo óbvio é voltar a mexer o corpo inteiro, mas Laís tem um foco específico:
— Quero principalmente mexer meus braços. Eu não consigo arrumar meu cabelo, comer, coçar o nariz. Essa coisa de pedir para alguém fazer pra mim é muito difícil, porque sempre fui muito independente.
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Atualmente, a agenda da brasileira é composta por duas sessões de fisioterapia de manhã e duas à tarde. Há também aulas de inglês para se comunicar melhor com a equipe médica. Os domingos são reservados para passeios. Apesar de todo sacrifício e incerteza, Laís faz planos para o futuro:
— Não consigo concluir o pensamento sobre como será o futuro porque tem muita coisa em jogo. Sei que para um futuro mais próximo, eu quero ajudar pessoas que têm a mesma lesão. Tem muita gente que sofre o acidente e não sabe por onde começar. Estou tendo muita sorte. Estão acontecendo muitas coisas boas pra mim