Anderson Varejão foi um dos condutores da geração que recolocou o basquete brasileiro nos Jogos Olímpicos, depois de 16 anos ausente. Um corte às vésperas da última edição, no entanto, pode ser a motivação para o pivô voltar a vestir a camisa verde-amarela e ajudar a seleção a se classificar para Tóquio 2020.
A tarefa não será das mais fáceis, já que que o time masculino (o feminino não conseguiu a vaga) terá um pré-Olímpico complicado de 29 de junho a 4 de julho, em Split, na Croácia. Divididos em minigrupos, o Brasil pega os donos da casa e a Tunísia na primeira fase. Caso se classifique, irá cruzar com as equipes do Grupo A (Alemanha, Rússia e México) em uma fase mata-mata. Só o campeão de cada um dos quatro pré-Olímpicos terá o passaporte carimbado para Tóquio.
Varejão fez sua última partida na Copa do Mundo de Basquete, em 2019
EPA/EFE - 9/9/2019Em entrevista por videoconferência com jornalistas do mundo inteiro, o de novo pivô do Cleveland Cavaliers, que assinou até o fim desta temporada regular 2020/2021, se mostrou animado em voltar a jogar. Do alto dos seus 2,11 metros, disse com tranquilidade que esteve sempre pronto para servir o time do técnico Aleksandar Petrovic, que comanda a seleção desde 2017 e conhece bem o atleta. Varejão admitiu que voltar a jogar pode facilitar uma eventual convocação.
“Sempre estive à disposição da seleção brasileira. Agora não seria diferente. É uma coisa que não depende de mim. Foi falado que esse tempo que eu estava fora, sem clube, a situação era um pouco diferente. Estando aqui com o Cleveland pelo restante da temporada, pode mudar alguma coisa. Mas não sei. Foge do meu controle. Vamos ver o que eles [integrantes da comissão técnica] têm em mente porque estarei à disposição”, disse Varejão.
Varejão atuou por 12 temporadas no Cleveland Cavaliers, saiu de maneira indesejada ao final de 2016 e foi para o Golden State Warrior, franquia a qual defendeu até 2017. Já sem os mesmos minutos de quadra de antes, acertou com o Flamengo entre 2018 e 2019 e empolgou os torcedores com a sua conhecida garra no garrafão e arremesso preciso. A Copa do Mundo com a seleção brasileira, em setembro daquele ano, foi sua última atuação.
Ainda assim, mesmo tanto tempo longe de uma partida oficial, o pivô garante que está apto a jogar. Mais do que isso, ele acredita que pode contribuir na evolução dos mais jovens ao passar a experiência que tem.
Varejão treinava em casa par manter forma física
Reprodução“Treinava na garagem no verão, depois passei para o porão para me manter em forma para esse momento. Não foi fácil, foi duro. Imagina treinar sozinho por todo esse tempo? Mas isso é uma das coisas que marcaram minha carreira: nunca desistir, sempre manter a cabeça firme e forte sabendo que a oportunidade pode aparecer a qualquer momento”, completou o atleta.
A seleção brasileira, com Varejão, ficou na quinta colocação nos Jogos Olímpicos Londres 2012. Quatro anos mais tarde, na Rio 2016, já às vésperas da convocação, o pivô teve de passar por uma cirurgia de hérnia de disco e não pôde jogar diante da torcida brasileira.
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