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Conheça o brasileiro que colocou a República Dominicana no mapa do vôlei

Marcos Kwiek por pouco não levou o pequeno país à semifinal do Mundial feminino

Olimpíadas|Carolina Canossa, do R7

Marcos Kwiek trabalhou como auxiliar da seleção brasileira até aceitar o convite da República Dominicana
Marcos Kwiek trabalhou como auxiliar da seleção brasileira até aceitar o convite da República Dominicana

Com cerca de 10 milhões de habitantes, a República Dominicana é um pequeno país da América Central cuja grande paixão esportiva é o beisebol. Pouco a pouco, porém, o vôlei está ganhando espaço por lá graças a um brasileiro, Marcos Kwiek. Contratado pela Federação local em 2008, o treinador esteve muito perto de surpreender o mundo na última edição do Mundial feminino, encerrado no último dia 12 de outubro na Itália.

Em um torneio no qual potências como Brasil, Rússia, Estados Unidos, Itália, China e Japão disputavam um lugar no pódio, Kwiek ficou a um set de alcançar as semifinais. Depois de perder a invencibilidade somente na oitava partida, com direito a vitória sobre as donas da casa no período, o time dominicano chegou à terceira fase precisando apenas de um triunfo diante da China por 3 a 0 ou 3 a 1 para avançar. Jogando bem, a equipe chegou a abrir 2 a 0 e ter 20 a 17 na terceira parcial, mas acabou tomando a virada e, sem conseguir mais se recuperar, deu adeus à disputa com uma derrota para as brasileiras no dia seguinte.

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Em conversa exclusiva com o R7, Kwiek admitiu que vive uma mistura de sentimentos quando se lembra do Mundial. Se por um lado há o orgulho por haver chegado tão longe, por outro existe a decepção por ter deixado a chance escapar:

— Ficou um sentimento de “quero mais”. Tem que encarar como lição para outros torneios... Houve méritos da China, que depois chegou à final e não dá nem para considerar aquele jogo como derrota, pois o números de pontos, de erros, foram muito equilibrados. Faz parte do jogo, alguém tinha que perder.


Ex-auxiliar de José Roberto Guimarães na seleção brasileira, Marcos trabalha o voleibol feminino dominicano desde a base até o adulto com o auxílio de outros cinco brasileiros. Apesar do sucesso recente e da boa vontade dos caribenhos, ele admite que a missão não é fácil:

— No começo, foram quatro anos difíceis, estruturando a parte técnica e depois tática e individualmente até os primeiros resultados começarem a aparecer (o time chegou às quartas de final nas últimas Olimpíadas, em 2012). A República Dominicana é um país pobre, sem recursos e nosso centro de treinamento não está no nível da equipe. Muitas vezes, por exemplo, chegamos lá e quadra está ocupada por outros atletas ou para uma formatura


Ele, porém, não se arrepende do rumo que deu à carreira e vê o futuro com otimismo:

— A Dominicana já é respeitada há algum tempo, mas não era um time que conseguia chegar. Nosso desafio é que mostrar que este Mundial não foi uma obra da natureza, principalmente porque nosso time é novo e a maioria das outras seleções ainda deve fazer uma renovação até 2020. Cabe agora trabalhar três vezes mais para se manter aí

Neste caminho, duas jogadoras se destacam no elenco caribenho. A primeira é a ponteira Bethania De La Cruz, dona de um bom repertório de ataque e exímia matadora de jogadas – não raro, ela ultrapassa os 20 pontos por partida. A outra é a líbero Branda Castillo, tão capaz de defender bolas difíceis quanto de protagonizar polêmicas, a ponto de, em 2013, ter sido afastada do time pelo próprio Kwiek devido ao seu comportamento:

— Ela é uma menina excepcional, mas se casou muito nova, com 18 anos, com uma pessoa muito religiosa e acabou entrando em uma onda de fanatismo, que começou a interferir no grupo. Próximo às Olimpíadas de Londres também sofreu um aborto espontâneo de um filho que queria muito, mas hoje está novamente equilibrada e ajuda muito o time

Depois da folga pós-Mundial, Marcos terá um quebra-cabeça a montar, definindo a prioridade que dará aos próximos compromissos do time, como os Jogos Centro-Americanos, o Grand Prix e o Jogos Pan-americanos de Toronto, em 2015. Se o time vai superar estes desafios, é impossível saber, mas Kwiek é a garantia que as dominicanas ainda têm muito a incomodar os gigantes do vôlei.

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